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Cinquenta anos do primeiro encontro de Daisaku Ikeda e Henry Kissinger
Redação
12/01/2025

Há 50 anos, no dia 13 de janeiro de 1975, Daisaku Ikeda se encontrou pela primeira vez com Henry Kissinger, então secretário de estado dos Estados Unidos. O objetivo do encontro era dialogar sobre a paz mundial.
No romance Nova Revolução Humana, consta uma descrição desse momento, que deu início a uma grande amizade e colaborou para a construção da paz entre nações.
Estava nevando desde a manhã daquele dia (13 de janeiro). A cúpula branca do Capitólio dos Estados Unidos, glorioso símbolo da América, a terra da liberdade, destacava-se intrepidamente contrastando com o céu. O Departamento de Estado se localiza perto do Lincoln Memorial e a menos de um quilômetro e meio da Casa Branca. A reunião entre o secretário Kissinger e Shin’ichi sucedeu no gabinete do secretário, a partir das 14h30.¹
Apesar de estar bastante ocupado, Kissinger reservou um espaço em sua agenda para dialogar com Ikeda, que agradeceu a consideração em recebê-lo. O contato entre eles havia iniciado em janeiro de 1973, quando Ikeda escreveu uma carta para o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, requisitando o cessar da Guerra do Vietnã. Por meio de um intermediário, a carta foi recebida por Kissinger, então chefe do Departamento de Segurança Nacional, que se encarregou de entregá-la ao presidente Nixon. A partir daquele momento, Kissinger e Ikeda trocaram cartas em várias ocasiões, o que proporcionou um ambiente amistoso e descontraído, como um reencontro de velhos amigos.
Após tirarem uma foto por sugestão do secretário Kissinger, eles dialogaram sobre a situação internacional vigente:
Durante o encontro, Kissinger indagou a Shin’ichi:
— Permita-me inquirir-lhe com franqueza: a quem consagra sua lealdade no que se refere às potências mundiais?
A pergunta de Kissinger era claramente motivada pelo fato de Shin’ichi ter visitado a China e a União Soviética e se encontrado com os líderes desses países e agora estar conversando com ele nos Estados Unidos.
Shin’ichi respondeu sem hesitar:
— Não somos filiados nem ao bloco ocidental nem ao oriental. Tampouco somos aliados da China, da União Soviética ou dos Estados Unidos. Somos uma força de paz, aliados da humanidade.
Era nesse humanismo que Shin’ichi se baseava resolutamente, e esse era o posicionamento primordial da Soka Gakkai.
Kissinger sorriu. Parecia entender as convicções de Shin’ichi. Durante o restante do diálogo, discutiram tópicos como o conflito árabe-israelense, as relações sino-americanas e americano-soviéticas e sobre os limites para as armas estratégicas. A interlocução prosseguiu num clima de congraçamento de ideias e o desejo comum de vislumbrar caminhos para a paz.²
Um dos objetivos de Ikeda nesse dia era apresentar propostas para a paz no Oriente Médio, porém, ciente do tempo escasso, preparou antecipadamente um documento e o entregou a Kissinger para que o mesmo pudesse ler em momento oportuno.
— Posso dar uma olhada no material agora? — indagou Kissinger.
Quando Shin’ichi afirmou que ele poderia ficar à vontade para fazê-lo, Kissinger começou a folhear o manuscrito. Depois de ler todo o documento, voltou para o início e começou a relê-lo. [...]
O secretário Kissinger leu o documento três vezes e, então, olhou para cima:
Por favor, conceda-me alguns dias para analisar o que escreveu aqui. E, da próxima vez, espero que apresente sugestões referentes ao problema do petróleo. Prometo comunicar suas ideias ao presidente.³
No final desse memorável encontro, Kissinger manifestou o desejo de se encontrar novamente com Ikeda: “Venha me visitar sempre que estiver nos Estados Unidos”. A partir daquele dia, a amizade entre eles aprofundou-se ainda mais, movida pelo desejo comum da paz mundial.
Notas:
1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 20, p. 291, 2019.
2. Ibidem, p. 294.
3. Ibidem, p. 296.
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