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Budismo na Vida Diária

Os Dez Estados de Vida e a Possessão Mútua

2ª parte

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26/06/2010

Os Dez Estados de Vida e a Possessão Mútua
O terceiro estado da vida, Animalidade (Tikusho), conforme consta no escrito “O Verdadeiro Objeto de Devoção”, é a insensatez. Nesse estado, a pessoa é escrava dos desejos do instinto e perde o sentido da razão. Em “Carta à Niike” consta: “Animal é matar ou ser morto”. O critério das ações daqueles no estado de Animalidade é a luta pela sobrevivência, a lei da selva. As pessoas deste estado tomam vantagem dos fracos e adulam os mais fortes.

Sobre o estado de Ira (Shura), o Buda Nitiren Daishonin afirma: “A perversidade existe no estado de Ira”. Neste estado, a pessoa é dominada pelo egoísmo, desprezando os outros e exaltando a si próprio. Apega-se fortemente à ideia de sua superioridade e não suporta ser inferior a ninguém em nada. Enquanto as pessoas nos três estados anteriores não têm controle sobre a vida, pois estão completamente dominadas pelos desejos, a pessoa em estado de Ira já possui o controle sobre a própria vida, é como um falcão procurando pela presa. Ele poderá “mostrar” externamente benevolência, retidão, justiça e ter inclusive um rudimentar senso de moral, porém, o seu coração permanece no estado de Ira.

Estado de Tranquilidade ou Humanidade (Nin): O Buda Nitiren Daishonin afirma: ”A serenidade existe no mundo da Humanidade”. Neste estado a pessoa possui senso de moral, pode expressar seu julgamento justo, pensar racionalmente, controlar seus desejos instintivos por meio da razão e portar-se de modo humano, no entanto, podem cair facilmente nos quatro maus caminhos por qualquer circunstância adversa da vida.

Estado de Alegria ou Céu (Ten): O Buda Nitiren Daishonin afirma em “O Verdadeiro Objeto de Devoção” que o estado de Alegria existe no mundo do êxtase. Existem vários tipos de alegrias, por exemplo, aquelas em que as pessoas sentem quando suas vontades imediatas são satisfeitas. Existem aquelas que incluem sensação de bem-estar, saúde e energia, e também aquela alegria que decorre de satisfação e contentamento espiritual. Todas as alegrias citadas acima são efêmeras e desaparecem com o passar do tempo, pois são governadas pelas influências externas.

Os seis estados citados até o momento são chamados de “Seis Mundos Inferiores”, pois eles aparecem automaticamente e instintivamente de acordo com os vários desejos e suas manifestações ou frustrações. A maioria das pessoas passa o seu tempo indo e vindo entre esses seis mundos. Ao contrário, os quatro nobres caminhos — Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda — são os mais elevados, e para atingi-los são necessários a autorreflexão e esforço consciente na transformação de si próprio.

Estado de Erudição (Shomom): Homens de erudição significavam, originalmente, aqueles que ouviram o Buda pregar os ensinos e esforçavam-se para eliminar os desejos mundanos e atingir a iluminação. É a condição de vida em que a pessoa busca o contentamento e a estabilidade por meio da autorreforma e do desenvolvimento próprio. Busca conhecimentos e experiência de seus predecessores.

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