Vitória da Revolução Humana

Sempre fui um bom filho, bom aluno, estava constantemente nas atividades budistas, tornando-me responsável pela DMJ de comunidade aos 16 anos; porém uma tendência negativa muito forte se manifestou em mim: tudo que iniciava não terminava. Foi assim com a faculdade de Educação Física.

Nesse meio tempo, veio o sonho de ser músico, pois eu tinha talento. Em 2001, lá estava eu tocando em barzinhos à noite, passando por diversos grupos, e diante de um forte inimigo: as drogas. Nas madrugadas, muitas bebedeiras; tornei-me dependente químico, achando que podia parar no momento que quisesse.

A vida tornou-se um caos. Não parava em emprego algum, vivia mentindo para os meus pais, fui me afastando das atividades da organização e só às vezes conseguia realizar o Gongyo e recitar Daimoku; participava das reuniões de palestra. Meu consumo de álcool e droga tornava-se cada vez maior, perdi totalmente o foco e vivia sem perspectiva. Nem a música me inspirava mais.

Meus pais estavam cada vez mais preocupados e sem saber que eu estava na escuridão fundamental da minha vida. Eu passava dois, três dias fora de casa, sem dar satisfação. Perdi a confiança deles e cheguei ao fundo do poço.

A fé é a base da vida

Percebi que mesmo querendo muito, sozinho, não ia conseguir sair dessa. Havia cavado um buraco tão grande que não via mais a superfície. Parei de tocar e voltei a participar ativamente das reuniões calorosas da BSGI, onde ninguém sabia a dificuldade que eu enfrentava, muito menos meus pais, Benedito e Vera Lúcia. Como líder de regional, meu pai recitava muito Daimoku.

Diante do Gohonzon, eu buscava forças, chorando; recitava Daimoku para me fortalecer, lia os discursos do presidente Ikeda no Brasil Seikyo. O mestre sabia o que estava em meu coração, era como se estivesse escrevendo cartas para mim. Numa delas, ele afirmava que devemos fazer da fé a base da vida. Aí, independentemente da situação ou lugar onde estejamos, daremos um novo começo a partir desse ponto. Nesse momento, abrimos o caminho para um infinito futuro de esperanças. O Budismo é a base fundamental para revigorarmos o coração.

Consegui abrir o meu e conquistei a coragem de pedir ajuda a meus pais. Que sorte a minha!

Sintonia com o mestre

Fui internado numa clínica para dependentes químicos. Lá aprendi que tinha uma doença incurável, progressiva e muitas vezes fatal, chamada adicção, que significa escravo de algo. O único remédio para isso é o desejo de “ficar limpo”. Apesar de meus pais pagarem, era um lugar precário. A internação seria de três a seis meses; porém, no vigésimo dia decidi não continuar o tratamento nesse lugar. Se o remédio era o meu desejo, decidi comprovar a minha força diante do Gohonzon, buscando auxílio em outro local.

A Convenção dos Jovens Monarcas da Nova Era, em 3 de maio de 2009, se aproximava e eu estava determinado a participar. Orava Daimoku e lia o BS para fortalecer a minha fé, o que culminou na minha vitória e na dos companheiros da RM. Estávamos no Ginásio do Ibirapuera e a emoção tomou conta de mim desde o início, principalmente naquele momento em que recebemos a ligação do Japão com o secretário do presidente Ikeda dizendo que ele estava acompanhando tudo.

Em meio a essa sintonia total com o mestre, por meio dos incentivos transmitidos por ele, selei o meu juramento Seigan. Foi o que me fez voltar com todo o gás à minha realidade para lutar ao lado dos meus companheiros do Distrito Talarico e vencer infalivelmente minhas fraquezas e avançar rumo à revolução humana.

Chakubuku transforma a vida

Tive recaídas desastrosas, mas já não desistia de mim. A essa altura trabalhava na área de vendas e tive a boa sorte de, graças ao bom trabalho que fazia, ter a ajuda da empresa que me liberou para mais um tratamento e ingressei nos Narcóticos Anônimos (NA).

Recitava Daimoku de juramento como nunca tinha feito, aumentei minha atuação no distrito e determinei que, por meio da prática budista, participando dos encontros no NA, conheceria melhor minha doença. Não queria me internar de novo.

Decidi também vencer na propagação do Budismo, levar a felicidade ao maior número de pessoas. Por meio do estudo do Budismo, compreendi melhor o significado do juramento Seigan: é avançar haja o que houver, é realizar o Chakubuku em toda oportunidade que tiver, desafiando diariamente as dificuldades, é vencer a si mesmo, fazer a revolução humana e realizar o Kossen-rufu da localidade.

Voltei a trabalhar. E desejava mais do que nunca corresponder ao Mestre. Por onde começar?

Ensinando o Budismo Nitiren à pessoa que estava bem diante de mim, minha noiva, Francilene, que já participava das atividades, recitando Daimoku e comprovando os benefícios da prática budista. Ela recebeu o Gohonzon. Logo depois os filhos dela, Joyce e William, também se tornaram associados da BSGI. Também ensinei o Budismo a meu ex-cunhado, Fabio, e ele recebeu o Gohonzon. Hoje, venci a doença.

Juramento eterno

Nitiren Daishonin nos deixou esta maravilhosa frase: “Sofra o que tiver de sofrer. Desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento como a alegria como fatos da vida e continue recitando o Nam-myoho-rengue-kyo não obstante o que aconteça” (END, v. 3, p. 199).

Essas palavras são a chave para uma vida significativa e do mais elevado valor. Percebi que tudo o que vivi nada mais era do que a oportunidade de transformar o veneno em remédio.

Como um Bodhisattva da Terra, escolhi passar por tudo isso para comprovar a veracidade do Budismo Nitiren e por ter vivido essa experiência, posso incentivar e dialogar com mães, famílias, pessoas que estejam passando por esse problema com a convicção de que também vencerão, assim como eu.

Conquistei algo muito valioso que é a confiança de meus pais, familiares e companheiros.

Com muita dedicação, dei início ao sonho de ter minha casa própria e meu carro zero km. Meu apartamento será entregue em 2012. Venço a cada dia e é incrível como me sinto ótimo, com vigor e vontade de vencer cada vez mais. Com o coração repleto de felicidade e gratidão, brado: “Continuarei avançando em meio às intempéries da vida, não recuarei diante das maldades, realizarei sem falta o Kossen-rufu da minha localidade, esse é o meu juramento!”