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Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes

A nona consciência no cotidiano

O budismo desvenda a complexidade da mente humana e ensina a sermos absolutamente felizes

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08/11/2014

A nona consciência no cotidiano

Viver com base nas oito primeiras consciências é como dirigir um carro numa estrada esburacada. Por outro lado, experimentar a vida na nona consciência é “dirigir um carro de alto desempenho numa estrada lisa, enquanto aprecia o brilhante cenário à sua volta” (Daisaku Ikeda, Unlocking the mysteries of birth and death [Desvendando os mistérios do nascimento e da morte], p. 136).

Mas o que é nona consciência? Ela é a mais profunda das nove consciências — princípio budista que analisa e explica as formas de compreender e perceber o mundo. 

Segundo o budismo, as oito primeiras levam a pessoa a perceber as coisas com enganos e distorções. Ser feliz é ter energia vital suficiente para discernir os fatos como eles realmente são; isso só acontece quando sua “lente” é a nona consciência.

Cinco primeiras

As cinco primeiras consciências são os cinco sentidos fundamentais: audição, olfato, paladar, tato e visão. Esses cinco canais são “janelas” pelas quais o mundo externo está conectado ao interno. 

O problema é que frequentemente esses cinco são influenciados negativamente pela sexta, sétima e oitava consciências. Elas têm o poder de distorcer nossa forma de experimentar o mundo.

Sexta, sétima e oitava consciências 

A integração das percepções dos cinco sentidos fica a cargo da sexta consciência. Ela produz imagens mentais coerentes e faz julgamentos do mundo externo. 

As seis primeiras recebem informações o tempo todo do mundo externo. Esse fluxo constante nos causa a sensação de um “eu” imutável. A função que nos conduz a acreditar na existência de um eu permanente é chamada sétima consciência, o ego. Embora cumpra um papel de criar identificação pessoal, compreender a vida com base na sétima consciência provoca uma falsa percepção de si mesmo como algo constante quando na verdade tudo está num fluxo de mudança sem fim. O resultado é arrogância, egoísmo, insegurança e sofrimento.

Num nível mais profundo está a oitava consciência, o “armazém” no qual está impregnada a energia de todas as “causas e efeitos”. Pensamentos, palavras e ações são registrados como energias, “sementes” cármicas. Todas as “sementes” acumuladas nesse imenso “armazém” influenciam os trabalhos das sete primeiras consciências. É uma energia tão forte que influencia diretamente nosso corpo, estilo de vida, habitos alimentares, processos biológicos, meio ambiente.

Os primeiros níveis são influenciados pelos níveis mais profundos. Imagine, por exemplo, você numa situação cotidiana na qual tudo parece normal, e de repente algo foge do controle e, apesar de “ter feito tudo certinho”, você erra de novo no mesmo ponto. A oitava consciência influencia as coisas conforme as “energias cármicas” nela depositadas.

O que fazer? Uma opção seria fazer “novas causas” mais fortes que as sementes armazenadas. Isso seria um tormento inviável uma vez que estão registradas quantidade enorme de informações. Mudar o destino seria demorado, impossível. Essa prisão só se resolve quando você vive com base na nona consciência. 

Mudança completa

“O conceito da nona consciência explana que nós podemos radicalmente quebrar todo o nosso carma acumulado” (Ibidem, p. 163), orienta o presidente Ikeda. 

Não importam quantas “sementes” estejam gravadas em sua vida, a força da nona consciência (o estado de buda) anula as influências e cria nova história. É como o sol nascendo e “apagando” todas as estrelas.  

A força da nona consciência harmoniza e revitaliza a sétima, a sexta e os cinco sentidos e você utiliza todos para criar valor e viver com alegria, percebendo o mundo e as pessoas como dignos e respeitáveis. O carma é experimentado com entusiasmo e senso de missão, os problemas se tornam energia da vitória; tudo ganha significado.

Feliz de verdade

A nona consciência tem tanta força que varre imediata e simultaneamente todas as sementes do carma: 

“Um puro e límpido rio jorra das profundezas de nossas vidas quando o nono nível de consciência é aberto. E todas as impurezas simultânea e imediatamente são varridas como detritos lavados da rua numa chuva de verão” (Ibidem, p. 162). 

Conclusão

Viver com base na nona consciência é hoje praticar e propagar o Nam-myoho-renge-kyo tendo o presidente Ikeda como mestre da fé. “O conceito das nove consciências ilustra a complexidade da consciência humana, bem como a necessidade de abrirmos a nona consciência, ou estado de buda — a força pura da vida que clareia todas as consciências baseadas na ilusão [as oito primeiras] e nos habilita a sermos absolutamente felizes” (Ibidem, p. 164). 

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