Conheça o Budismo
BS
Outro olhar
A prática budista fortalece o indivíduo, essencialmente o lado interior, o espírito combativo que encara os “três obstáculos e quatro maldades” com alegria. Presidente Ikeda discorre que os sofrimentos são trampolins para a transformação do destino e a construção de uma sólida felicidade
06/02/2016
Afirma-se que aqueles que superaram uma grave doença sentem com mais intensidade o sabor da vida. No Budismo de Nichiren Daishonin, a doença é considerada um estímulo para se alcançar o objetivo supremo: o estado de buda. O infortúnio de ser acometido por uma grave doença pode se tornar o trampolim para uma condição de felicidade absoluta que perdure por toda a eternidade.
Uma famosa passagem dos escritos de Nichiren Daishonin diz: “Não poderia a doença de seu marido ser um desígnio do Buda? Tanto o Sutra Vimalakirti como o Nirvana ensinam que os doentes seguramente atingirão o estado de buda. A doença desperta a decisão de alcançar o caminho” (WND, v. I, p. 937).
Com essas palavras, Daishonin incentiva calorosamente uma seguidora cujo marido estava padecendo com uma doença. Essa orientação transmite a sabedoria e a compaixão ilimitadas que fluíam profusamente dele.
É verdade que uma doença angustiante pode nos motivar a recitar daimoku com mais seriedade e em maior abundância que de costume. Exatamente nessas épocas de sofrimento é que precisamos fazer a chama da nossa fé arder com mais intensidade do que nunca. O que conta é se convertemos essa doença num ponto de partida para um curso de felicidade ainda maior ou no declínio rumo ao precipício.
O poder do Nam-myoho-renge-kyo não apenas produz uma forte energia vital para nos ajudar a superar a doença como também transforma o carma nas profundezas do nosso ser. Eleva nosso “eu” interior ao mundo do estado de buda e nos permite obter imensurável boa sorte, que propicia um estado indestrutível de felicidade absoluta.
Podemos, então, galgar além da condição neutra de recuperar a saúde e transformar de forma brilhante a condição negativa da doença numa condição ampla e positiva, direcionando nossa vida para a felicidade. O que nos possibilita extrair esse poder é a fé indômita – a fé capaz de transformar até a adversidade num trampolim para um estrondoso crescimento.
Obviamente, a fé não pode curar de maneira imediata todos os tipos de doença. Cada pessoa possui seu próprio carma, e a força da fé de cada uma também difere. Além disso, a luta contra a doença pode abranger vários significados profundos que a sabedoria comum não consegue sondar. Contanto que tenhamos fé, não há dúvida de que seremos capazes de reverter nossa situação na direção da saúde, da felicidade e do estado de buda. Na perspectiva de que a vida perdura pelas três existências – passado, presente e futuro – podemos mudar a nossa vida para a melhor direção possível, rumo à felicidade.
É importante continuar orando fervorosamente e manter nosso ardente compromisso com o kosen-rufu pulsando intensamente em nosso coração enquanto vivermos. Essa determinação na fé sólida e primorosamente fortalecida compõe a força primordial para ultrapassarmos de maneira serena os sofrimentos do nascimento e morte. (BS, ed. 2267, 14 mar. 2015, p. B2)
O poder insondável da Lei Mística
Trecho do romance Nova Revolução Humana
Shin’ichi e a comitiva chegaram ao Centro Cultural de Shikoku pouco antes das 18h e já havia escurecido. Na entrada do prédio, ele se aproximou de duas árvores de cerejeira e as cumprimentou, dizendo:
— Estou de volta.
Shin’ichi costumava conversar com essas árvores toda vez que visitava este centro cultural. Uma delas havia sido plantada em homenagem ao falecido líder da Divisão dos Estudantes de Ehime, Takao Okajima.
Ele falecera em setembro de 1969, aos 23 anos, apenas cinco meses após sua graduação na Universidade de Ehime. Ele se tornara professor do ensino médio. Okajima estava de motocicleta e iria buscar um amigo para uma reunião de palestra quando foi atingido por uma caminhonete e morreu.
Nada é mais trágico e triste que perder um jovem sucessor do kosen-rufu. Entretanto, Daishonin diz: “Um elefante louco pode destruir apenas o seu corpo; não pode destruir o seu espírito” (The Major Writings of Nichiren Daishonin, v. 4, p. 51). Para as pessoas que mantêm uma forte fé na Lei Mística, “um elefante louco”, em outras palavras, pode ser algum tipo de acidente ou desastre. Porém, não pode destruir o caminho que os conduz à felicidade absoluta. Essas pessoas, sem dúvida, atingirão o estado de buda e renascerão rapidamente. Esse é o poder insondável da Lei Mística.
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