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Conheça o Budismo

Teoria dos Dez Mundos

Compreender essa teoria nos conduz à plena felicidade

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11/08/2018

Teoria dos Dez Mundos

Superar a si mesmo a cada dia, a cada momento

A “teoria dos dez mundos” é um dos conceitos fundamentais do Budismo de Nichiren Daishonin. Os “dez mundos” representam as condições de vida que os seres humanos manifestam diante das situações que ocorrem em seu ambiente. Tais condições correspondem a nossos pensamentos, palavras e ações bem como nosso estado interior, tudo isso permeado pela lei de causalidade do Budismo de Nichiren Daishonin.

Quais são os “dez mundos”?

• Mundo do inferno;

• Mundo dos espíritos famintos;

• Mundos dos animais;

• Mundo dos asura;

• Mundo dos seres humanos;

• Mundo dos seres celestiais;

• Mundo dos ouvintes da voz;

• Mundo dos que despertam para a causa;

• Mundo dos bodisatvas;

• Mundo dos budas.

Seis Caminhos: representam os mundos em que as pessoas que são influenciadas por questões externas.

Quatro Nobres Mundos: representam os mundos das pessoas que vivem uma condição de vida iluminada; o mundo dos bodisatvas e o mundo dos budas são alcançados com a prática budista.

É possível transformar a condição de vida

Alguns ensinamentos anteriores ao Sutra do Lótus pregavam que uma pessoa já possui um estado de vida predominante e o mantém por toda a vida. Afirmar isso é o mesmo que duvidar da capacidade de transformação inerente a cada um de nós. Shakyamuni, na contramão desse raciocínio, defende no Sutra do Lótus a ideia de que esses dez mundos nada mais são que condições inerentes à vida de cada pessoa. Dessa forma, ele nos ensina que é possível ascender, enquanto ser humano, ao realizar causas positivas para a vitória individual e para a felicidade dos outros.

Para simplificar: uma pessoa que neste exato momento manifesta características que correspondem ao mundo do inferno, no momento seguinte pode manifestar o aspecto do mundo dos seres humanos. Isso ocorre porque diariamente passamos por diversas situações, gerando oscilações a cada momento. Considerando que nossa condição de vida oscila durante todo o dia (imagine durante a vida!?!), é impossível que um ser humano viva única e exclusivamente a partir de uma única natureza sem ter a possibilidade de superá-la.

Essas oscilações se justificam pelo conceito de que cada um dos dez mundos possui em si os próprios dez mundos. Com base nessa perspectiva, o conceito de dez mundos pode ser interpretado como estados de vida potenciais existentes em cada ser, ou seja, dez condições ou estados de vida que toda pessoa pode manifestar ou experimentar a qualquer momento.

O valor do agora

Cada um de nós vive uma realidade diferente. Seja muito ou pouco, sempre há algo que desejamos mudar em nossa vida para que nos sintamos plenamente felizes. As situações difíceis pelas quais passamos podem se transformar em grande estímulo para impulsionar a nossa revolução humana. O Budismo Nichiren nos possibilita manifestar a capacidade para essa transformação.

A realidade que vivemos pode ser entendida sob a luz da lei da causalidade que permeia todo o universo.

O presidente Ikeda diz: “Ao elevarmos nosso estado de vida no presente, as causas negativas que fizemos no passado são transformadas em positivas. Não há necessidade de ficar prisioneiro do passado; de fato, podemos até mesmo mudar o passado” (BS, ed. 2.011, 14 nov. 2009, p. A4).

O estado de vida atual é o “efeito” das causas já realizadas, e ao mesmo tempo a “causa” que determina como viver agora. Elevar o estado de vida é a causa para um novo comportamento que determinará nossa felicidade neste momento.

Convicção é a chave

É um grande erro pensar que viveremos os dez mundos em uma sequência lógica ou crescente. Hoje estou no mundo do inferno, amanhã no mundo dos espíritos famintos e depois no mundo dos animais... Não é bem assim. Cada momento é único; dessa forma, se hoje estou no mundo do inferno, neste exato momento posso manifestar o mundo dos budas! Cada pessoa possui os dez mundos e pode manifestá-los a qualquer momento, e ainda é possível conduzir a vida a partir do mais nobre deles!

Ao realizarmos uma sincera recitação do Nam-myoho-renge-kyo diante do Gohonzon, é possível elevar a condição de vida e gerar a sabedoria necessária para viver de forma plena – dessa grande satisfação surge a felicidade, ou seja, o estado de buda! Nos incentivos do Ikeda sensei publicados no caderno Encontro com o Mestre desta edição do BS (2.431), o Mestre cita o trecho de uma carta do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, enviada para sua família no período em que ele esteve preso: “Dependendo do estado de espírito da pessoa, até o inferno pode ser aprazível”.

Ikeda sensei celebra o ato de viver sob a condição de buda dizendo: “A pessoa que se encontra no estado [mundo] de buda quase não percebe a passagem do tempo físico, pois sua vida é plena e feliz a cada instante, como se ela estivesse vivenciando a alegria de viver por toda a eternidade” (Vida: Um Enigma, uma Joia Preciosa, p. 171). As pessoas são diferentes e possuem combinações distintas de características. Consequentemente, pensam, falam e agem de forma diferente mediante cada uma das situações que se apresentam em sua vida. O daimoku recitado com total convicção gera a sabedoria, base para iluminar nossa existência, bem como para todo o universo. Estabelecer o mundo dos budas como tendência básica da nossa vida é propiciar que, gradativamente, possamos elevar a condição de vida e assim realizar nossa revolução humana.


Dez mundos

Seis caminhos

Mundo do inferno

Simboliza a mais baixa condição de vida. A pessoa que vive sob essa condição é consumida por intenso sofrimento e por um sentimento de total infelicidade.

Inferno é a falta de esperança no futuro, ignorando seu estado de buda e a iluminação do outro. Apesar de tudo isso, é importante ressaltar que as pessoas que recitam Nam-myoho-renge-kyo elevam sua condição de vida e comprovam os benefícios da prática budista.

Mundo dos espíritos famintos

As pessoas que vivem nesse mundo estão presas a uma obsessiva busca para satisfazer seus desejos e nunca se sentem plenamente contentes com suas conquistas. Essa corrida doentia pela satisfação pessoal pode levar a pessoa a tal situação que ela mesma pode até destruir a própria vida.

Alguém que vive sob a condição dos espíritos famintos tem a ganância como essência e pode até ignorar os laços familiares e de amizade para conquistar seus objetivos.

Mundo dos animais

O mundo dos animais corresponde a uma natureza caracterizada pela falta da razão e pela necessidade única de satisfação de interesses individuais.

Conduzidas meramente por seus instintos, não diferem o certo do errado, são bajuladoras, imorais e tendem a ameaçar os mais fracos, tirando o máximo de proveito destes.

Mundo dos asura

Uma condição de vida de sofrimento e total infelicidade toma conta das pessoas que vivem no mundos dos asura. Em constante guerra consigo e com os outros, quem vive nesse mundo manifesta constantemente um comportamento hostil.

As pessoas desse mundo vivem se comparando aos outros e são obcecadas pela necessidade de superar seus “rivais”.

Mundo dos seres humanos

Tranquilidade e senso de humanidade definem o mundo dos seres humanos. As pessoas que vivem nesse mundo são aquelas que, ao conhecerem a lei de causa e efeito, buscam manter a serenidade e agir de forma justa.

Racionais, estão sempre observando as situações ao seu redor e buscando agir com retidão. Ao se depararem com circunstâncias fortemente negativas, reagem de forma danosa e não conseguem manter a tranquilidade.

Mundo dos seres celestiais

A alegria move o mundo dos seres celestiais. No Budismo de Nichiren Daishonin, as pessoas que vivem nesse mundo carregam em si a satisfação pela concretização de seus maiores desejos, os quais incluem desde questões materiais e espirituais até a satisfação e vivências em demais esferas, como a intelectual, por exemplo.

Apesar disso, a sensação de alegria é momentânea e logo passa. Por isso, não é considerada como felicidade absoluta.

Quatro nobres mundos

Mundo dos ouvintes da voz

O mundo dos ouvintes da voz é caracterizado por um estado no qual a pessoa atinge parcialmente a iluminação. Estão constantemente em busca do seu desenvolvimento, ao pôr em prática o conhecimento adquirido com o ato de ouvir seus predecessores.

Apesar desses tenazes esforços, essas pessoas ainda não atingiram o estado de buda, sendo necessário, além da autorreforma, ajudar os outros.

Mundo dos que despertaram para a causa

Com características muito parecidas com as pessoas do mundo dos ouvintes da voz, as do mundo dos que despertaram para a causa também atingiram parcialmente a iluminação. A principal diferença entre elas e as que vivem no mundo dos que despertaram para a causa é que elas não ficam presas às experiências dos seus antecessores, mas percebem sozinhas a natureza dos fenômenos à sua volta.

O perigo disso tudo é que ela conquista a condição de independência, porém não leva esse conhecimento ao outro. Essa ação não deve ser considerada um ato egoísta, e sim a falta de percepção do senso de missão.

Mundo dos bodisatvas

É no mundo dos bodisatvas que estão os principais aspirantes à condição de buda. Essas pessoas empreendem firmes esforços para ser absolutamente felizes enquanto se dedicam à felicidade dos outros.

Acreditam e confiam plenamente em seu mestre, modelo de referência em quem se espelham para atingir a iluminação. Elas buscam a felicidade e compartilham o que aprenderam com outras pessoas para que estas também se tornem felizes. A compaixão e a empatia são suas companheiras fiéis e são possuidoras de um forte senso de missão.

Mundo dos budas

No mundo dos budas brotam infinitas boa sorte e sabedoria. Essa boa sorte advém de diversos fatores, entre eles a percepção de que a Lei Mística é a base da vida no universo. A pessoa nesse mundo vive permeada pelo estado de buda, manifestando essa condição em todos os momentos da vida, tantos nos alegres quanto nos mais difíceis.

A grande “sacada” da condição de buda é que as pessoas que vivem sob essa condição, compreendem perfeitamente a importância de compartilharem com todas as outras, sem julgamentos, a grandiosidade do ensinamento do Sutra do Lótus, a partir da visão de Nichiren Daishonin – todos os seres humanos nasceram para ser absolutamente felizes. Essa condição de infinita sabedoria, inerente à vida humana, pode ser manifestada na vida diária com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo. A palavra “buda” significa “iluminado” e é dessa forma iluminada que o ser do mundo dos budas vive: vencendo nas questões diárias e incentivando os outros a vencer também.

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