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Conheça o Budismo

Quando você muda, tudo se transforma

Entenda o princípio “unicidade da vida e seu ambiente”, aperfeiçoe seu comportamento e transforme tudo ao redor

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10/11/2018

Quando você muda, tudo se transforma

“Unicidade da vida e seu ambiente”

No Budismo de Nichiren Daishonin praticado pelos membros da Soka Gakkai Internacional (SGI), aprendemos que se praticarmos ativamente de acordo com os ensinamentos transformamos de forma definitiva nossa condição de vida. Como isso é possível? Oração e ação — dois itens fundamentais nesse processo também chamado revolução humana. A mecânica é simples, a sabedoria manifestada pela recitação do Nam-myoho-renge-kyo diante do Gohonzon nos ajuda a enxergar as coisas como elas realmente são, e assim tomamos atitudes assertivas para cada acontecimento do nosso cotidiano. O que não é tão simples é admitir que tudo o que ocorre em nossa vida é, de fato, responsabilidade nossa, e o que acontece ao redor é uma manifestação do que está dentro do coração, ou seja, de como vemos e de como sentimos a vida. A forma como nos relacionamos com o mundo é o que o budismo descreve como “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi).

Mapa de emoções

Seguindo a lógica da lei de causalidade exposta no budismo, ações positivas geram resultados positivos; e ações negativas geram resultados negativos. Na psicologia, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) defende a ideia de que as respostas que damos aos acontecimentos atuais da nossa vida são pautadas em experiências marcantes do passado, basicamente da infância. O que chama atenção nessa linha de pensamento é que as experiências gravadas são predominantemente negativas e ficam registradas num tipo de mapa subconsciente de emoções. Em momentos de superexposição, nosso cérebro recorre a uma referência nesse mapa, alguma experiência similar vivida no passado. Como consequência, são disparados como resposta o medo, a frustração, enfim, uma crença de incapacidade e de inferioridade, a mesma sensação negativa do passado. Nosso desafio então é reconfigurar esse mapa, acabar de vez com essa visão negativa sobre nós próprios e reagir aos fenômenos da vida de forma positiva, influenciando diretamente nosso ambiente. Dica: entenda mais sobre TCC lendo Terapia Cognitivo-Comportamental para Leigos, de Rob Wilson e Rhena Brench, e Teoria Cognitivo-Comportamental — Teoria e Prática, de Judith S. Beck.

Nosso estado de vida interfere no ambiente

Tomemos, por exemplo, uma criança extremamente criativa, sensível e expansiva. Observando tais características, seus pais passam a investir em atividades que a ajudem a desenvolver ainda mais sua capacidade, dialogam francamente com ela, enaltecem os pontos positivos, mas também alertam sobre seus pontos de melhoria. Os registros gravados pelo subconsciente no mapa mental dessa criança serão predominantemente positivos e será dessa forma que ela enxergará e reagirá às questões e desafios do dia a dia. Consequentemente, o ambiente à sua volta será percebido de maneira extremamente positiva, como um vasto campo a ser explorado. Do contrário, uma criança que vive num ambiente repressivo, onde não pode expressar seus talentos e no qual seus sentimentos são ignorados, criará uma visão negativa sobre o mundo e desenvolverá a crença de que ela é pequena, limitada, sem importância e incapaz. Contudo, se a criança desse segundo exemplo encontrar o Budismo de Nichiren Daishonin, que oferece a oportunidade de reconfigurar suas emoções com a manifestação de seu estado de buda, a depender das ações praticadas, conseguirá se relacionar de maneira positiva com o ambiente.

O ambiente reflete a “minha” condição de vida

Essa relação direta é entre “mim” e “meu” ambiente. Não existe meio-termo: se enxergamos o mundo de um panorama positivo, o ambiente será positivo, mas se vemos o mundo por um filtro de sofrimento, assim será o ambiente. Não podemos ignorar que alguns aspectos da existência fazem parte disso tudo, mas também não podemos ficar presos a isso como uma desculpa para não evoluirmos, pois o tempo passa muito rápido! Como agir diante desse panorama?

1. Entender que todo ser vivo (quem sou de verdade) é a união temporária dos “cinco componentes da vida” (CEND, v. II, p. 899):

Forma – corpo do indivíduo e toda a sua constituição física.

Percepção – observação dos fenômenos externos como eles realmente são e sua fixação na memória.

Concepção – formação das ideias sobre o que se vê ou sobre informações recebidas.

Vontade (força que motiva a ação) – o desejo de responder a partir das concepções mentais criadas.

Consciência – conjunto de pensamentos e noções sobre algo, bem como a entidade que ativa as quatro funções anteriores.

2. Entender que os “dez mundos” interferem nos “cinco componentes da vida”:

A condição de vida que manifesto agora, seja ela positiva ou negativa, diante dos fenômenos diários, interfere diretamente em como me vejo fisicamente, como percebo o que acontece ao meu redor, na formação das ideias, nas minhas vontades e na consciência do todo. A saída é recitar sincero daimoku para que a condição de buda permeie a vida e interfira nos “cinco componentes”. Dica: Leia mais sobre “dez mundos” no BS, ed. 2.431, 11 ago. 2018.

3. Apesar disso, sou eu quem experimenta os benefícios da prática budista. Dessa maneira, sou eu que preciso mudar a forma de ver e conduzir a vida, e principalmente admitir que o ambiente e eu somos unos e que tudo o que penso, falo ou faço interfere à minha volta.

Dois, mas não dois

Fomos criados a partir da cultura de que nossa vida e o ambiente em que vivemos são dois fatores distintos, mas, do ponto de vista da Lei Mística, constituem um só. Vida e ambiente são unos e inseparáveis, como explica o conceito de “dois, mas não dois”. É como uma entidade macro que engloba dentro de si o ser vivo e o ambiente.

Recapitulando: somos ligados ao ambiente pelos “cinco componentes da vida” que sofrem com a interferência dos “dez mundos”. Assim, afirmamos que a junção desses dois aspectos formam a integração total entre o ser vivo e seu ambiente. Outra forma de pensar sobre “dois, mas não dois” é observar que os efeitos do carma se manifestam tanto na vida quanto no ambiente, porque ambos são como faces da mesma entidade. Ou seja:

O ambiente manifesta a vida.

O ambiente é formado pelo carma e surge ao mesmo tempo em que o ser humano nasce.

Purificar os sentidos

Entender tudo isso ao mesmo tempo em que buscamos manifestar uma postura adequada diante do que se manifesta ao nosso redor é compreender o princípio de “unicidade da vida e seu ambiente”. Isso será possível ao purificarmos os “seis sentidos” [olhos, orelhas, nariz, língua, pele e mente] (CEND, v. I, p. 993), ou seja, fazendo nossa revolução humana e mudando o destino. É decidir diante do Gohonzon que transformaremos o mundo com a nossa mudança de postura, aplicaremos os princípios budistas e as orientações do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, nas questões diárias e aperfeiçoaremos nosso comportamento sem nos deixar levar por questões transitórias. É importante jamais nos esquecermos de que, quando mudamos, tudo ao redor se transforma.

Vamos elevar nossa condição de vida, mudar a forma de ver e de se relacionar com o mundo e com as pessoas, de enxergar as situações e os acontecimentos e a relação conosco próprio e redefir a realidade com a prática budista.

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