Relato
BS
Sinfonia da felicidade
A prática budista criou os acordes para que a pianista Josely iniciasse a reforma do próprio coração. Corajosa, ela avançou confiante e conquistou uma vida realizada
23/02/2019
Josely Maria Machado Bark
Vice-resp. pela DF do Distrito Tingui, Sub. Sul do Paraná, CRE Sul, CGRE
Iniciei sozinha a prática do Budismo de Nichiren Daishonin, em 2003. Inspirada, determinei que meu marido, Jamil, também praticaria o budismo e que lutaria comigo pela nobre causa da paz mundial. Logo compreendi que, se não conseguisse atraí-lo para a prática de imediato com palavras, então faria isso a partir da minha mudança interior.
Com essa convicção, decidi enfrentar a difícil batalha da revolução humana. Nesse caminho, descobri que é possível ser otimista na pior situação, não julgar as pessoas e não lamentar, ser benevolente e transmitir esperança a todos ao redor.
Naturalmente, meu marido foi notando a minha transformação. Então, em julho de 2005, ele se tornou membro da BSGI.
Viver com sabedoria
Meu marido e eu somos músicos: ele é fagotista e fundador da Orquestra Sinfônica do Paraná, e eu sou pianista.
Sou curitibana, e no ano 2000 nós nos mudamos para São Paulo, SP, porque Jamil começou a trabalhar na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e eu fazia mestrado em música na Universidade de Campinas (Unicamp).
Conheci o budismo nessa fase, pois com a perda de três pessoas próximas, buscava compreender a respeito da morte.
Também tínhamos problemas com os vizinhos músicos que tocavam das 8h às 22h sem interrupções e, no andar de cima, havia uma assistência técnica de eletrodomésticos funcionando ilegalmente no prédio.
Eu precisava cumprir as exigências do mestrado — preparar recitais de piano, cursar as matérias teóricas e escrever a dissertação final. Porém não conseguia nem ler dentro de casa. Aquilo era uma tortura e me deixava irritada, mas foi a motivação para que eu iniciasse a prática budista. No entanto, recitava Nam-myoho-renge-kyo de forma esporádica, em meio às atividades diárias, sem acreditar muito. Mas, à medida que o tempo passava, as coisas foram se ajustando.
Os vizinhos se mudaram para um local melhor e Jamil tornou-se fagotista efetivo da orquestra, e então nos mudamos para um apartamento próprio. Vitória!
Nova etapa
Em 2005, já cursando doutorado, conquistei com bastante esforço uma bolsa (da Capes), oferecida como auxílio para a conclusão do curso. Isso me possibilitou adquirir um piano de cauda importado para estudar — um sonho de trinta anos!
Os benefícios foram se desencadeando perfeitamente e, em 2006, fui aprovada num concurso público para lecionar piano na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, em Curitiba, onde também estudei. Na sequência, finalizei o doutorado em música e, na defesa da tese final, não éramos mais somente um casal, éramos três, pois eu estava grávida. E assim retornamos para o Sul.
Enfrentei alguns desafios na minha gravidez. Estava com 37 anos e descobri que tinha seis miomas na parede externa do útero. Os médicos pediam exames genéticos devido ao alto risco de a criança nascer com problemas, e falavam sobre a impossibilidade de realizar parto normal.
Não desanimei e me encorajava a cada dia com base no escrito O Parto Tranquilo de uma Criança Afortunada de Nichiren Daishonin, endereçado a uma discípula que estava grávida, em que consta: “O mais importante é que a senhora e seu marido são firmes seguidores do Sutra do Lótus. Sem dúvida, terão uma joia de criança que herdará a semente da propagação do Sutra do Lótus. (...) Pode estar segura de que terá um parto tranquilo” (CEND, v. I, p. 194).
Determinei que meu filho seria saudável e forte, que nasceria de parto normal, que meu marido estaria presente e que o médico estaria bem disposto e totalmente disponível para me atender no dia. Tudo ocorreu exatamente como desejava. Meu filho, Luís Henrique, nasceu em junho de 2007, e a partir do seu nascimento mais mudanças estavam por vir.
Em 2009, nós nos mudamos para uma casa num condomínio fechado, uma conquista significativa para meu marido, que sempre quis morar numa casa.
Caminho para ser feliz
O presidente Ikeda orienta que “não avançar é o mesmo que retroceder” é o ponto vital da fé: “Praticar a fé significa avançar e agir em prol do kosen-rufu. O empenho nas atividades da Soka Gakkai produz benefícios porque ela está avançando em prol da Lei, das pessoas e da sociedade. Nela existe a alegria e a satisfação de viver. É por avançar que se vence e se torna feliz” (BS, ed. 1.812, 17 set. 2005, p. A2).
Com toda a gratidão, costumo incentivar as pessoas compartilhando as transformações que fiz. Sempre me esforcei desde o início para absorver o máximo dessa filosofia participando das atividades da organização.
Antes não nutria muitas esperanças profissionais com a música, nem tinha autoconfiança para buscar grandes objetivos — condições que me impediam de visualizar um futuro melhor. A prática budista me trouxe sabedoria para cuidar até mesmo da minha saúde. Também me deu autocontrole e equilíbrio na busca e concretização dos meus objetivos. Eu me sinto muito mais forte, e todos os grandes passos da minha vida são com base no daimoku.
Sobretudo, aprendi que o mais importante é mudar a própria vida para ajudar as pessoas ao meu redor. Sinto a grandiosidade do budismo quando faço shakubuku, pois auxilio aquele que está sofrendo a dar o primeiro passo em direção à mudança, à vitória!
Tenho imensa gratidão por ter encontrado essa maravilhosa filosofia que nos permite transformar o carma, ter boa sorte, viver de forma autêntica, almejar grandiosos objetivos e alcançá-los. E o melhor, ser absolutamente feliz!
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