Ensinar é aprender

REDAÇÃO

Uma pessoa forte é feliz. O maior benefício da prática do Budismo de Nichiren Daishonin, propagado pela Soka Gakkai, é a conquista do que chamamos “felicidade absoluta” ou “condição de buda” — elevada sabedoria, coragem e benevolência que evidenciamos para lidar com os fatos da vida. Ela é inerente a todos os seres vivos e pode ser manifestada pelos seres humanos com a recitação do daimoku (Nam-myoho-renge-kyo). O ato de ensinar as pessoas a praticar o budismo para que alcancem essa suprema felicidade é denominado “shakubuku”. Um ponto interessante a ser observado é: quando falamos aos outros a respeito desse potencial inerente, nós também aprendemos mais, pois é necessário estudarmos e refletirmos sobre isso.

Curte e compartilha

Você já viu alguém ensinando outro a andar de bicicleta? Geralmente começa com quem é mais experiente segurando a bike, ajudando o iniciante a equilibrá-la e a superar o medo de cair. O segundo momento é quando, já equilibrado nas duas rodas, o aprendiz consegue guiar a bicicleta com firmeza, sozinho. Mas existe ainda um terceiro ato: o aprendiz se torna mestre e utiliza toda a sua experiência para ensinar o que aprendeu. Daí, inicia-se um círculo virtuoso da aprendizagem humana. Utilizamos essa simples analogia para falar um pouco sobre a ação mais nobre de um budista da Soka Gakkai, o shakubuku. Primeiro, ensinamos alguém a superar suas dificuldades com a prática do Budismo Nichiren, e o acompanhamos atentamente. Esse acompanhamento continua mesmo depois que a pessoa recebe o Gohonzon, objeto de devoção do Budismo Nichiren. Em seguida, ela comprova a veracidade do budismo. Mas, no fim, o shakubuku se concretiza quando o indivíduo compartilha experiências de vitórias da prática budista com outras pessoas.

Budista não é egoísta

Por que ensinar o Budismo Nichiren nesta sociedade tão tumultuada? Essa pode ser uma questão recorrente em nossas atividades. Pense na seguinte situação: você está infinitamente feliz, e em dado momento se depara com um familiar, amigo ou mesmo um conhecido que está sofrendo. Será que conseguiria vivenciar essa felicidade sabendo que alguém diante de você está infeliz? No Budismo Nichiren, aprendemos sobre nossa imensa potencialidade e sobre a importância de despertá-la também no outro, para que todas as pessoas sejam felizes, entendam sobre a dignidade da vida, respeitem os outros e façam deste planeta um mundo de paz. Isso é o que também chamamos “kosen-rufu” ou “missão do bodisatva”. Como budistas, é nossa missão oferecer às pessoas a oportunidade de transformar de vez o destino com essa revolucionária prática.

Caminho de evolução

Voltando ao exemplo da bike, é normal que uma criança aprenda a andar numa bicicleta infantil, adequada ao seu tamanho. É comum também que, ao crescer, ela sinta a necessidade de praticar suas habilidades numa bike maior. No budismo, essa constante evolução está relacionada aos desafios quando percebemos que, ao recitarmos Nam-myoho-renge-kyo, manifestamos forte energia que desperta em nós a capacidade de superar tudo o que traz sofrimento à nossa vida. A maravilhosa sensação de vitória nos move a vencer um desafio após o outro — essa convicção é um dos aspectos da condição de buda.

Mestre e discípulo juntos eternamente

Nichiren Daishonin iniciou o processo de propagação do Budismo Nichiren, e a Soka Gakkai herdou essa missão, tendo o Gohonzon como “estandarte”, símbolo desse movimento. Tudo começou com a ação do primeiro presidente da organização, Tsunesaburo Makiguchi, que percebeu a possibilidade de utilizar os fundamentos budistas na educação japonesa, com a certeza de que isso ajudaria a desenvolver uma consciência mais humana no povo japonês. Aprimorando a proposta de Makiguchi, Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai, expande a atuação da organização permeando outras áreas da sociedade com a filosofia budista. Daisaku Ikeda, ao assumir a terceira presidência da Soka Gakkai, provoca uma expansão jamais vista, possibilitando a pessoas de 192 países e territórios entrar em contato com essa filosofia e prática da revolução humana. Shakubuku não é uma invenção da Gakkai, mas sim sua missão, sua razão de ser. Como consta nos escritos de Nichiren Daishonin, é uma oportunidade rara nascer como humanos, conhecer o budismo e praticá-lo. Cabe a nós, como discípulos, partilhar esse ensinamento e o Gohonzon com todas as pessoas, independentemente de condição social, gênero, raça, nacionalidade ou qualquer outro aspecto — assim fizeram os Três Mestres Soka.

Domine a bicicleta e siga feliz

O Budismo de Nichiren Daishonin ensina que a felicidade é um direito e que deve ser compartilhado com todas as pessoas do mundo. Ensinar a alguém sobre a prática budista nos estimula também a aprender mais sobre o budismo e sobre nós próprios, pois, para despertar o melhor nos outros, precisamos evidenciar o nosso melhor. Realizar shakubuku é um exercício de benevolência em que pomos em prática o que aprendemos na teoria ser o coração de Daishonin. A vida é uma longa estrada pela qual precisamos seguir. Podemos percorre-la como um prazeroso passeio ciclístico, ao lado daqueles que amamos e expandindo esperança por onde passarmos, ou ficarmos solitários em nossas angústias com medo de pedalarmos. A escolha sempre será nossa.