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Orgulho e dinamismo

Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 13

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16/07/2020

Orgulho e dinamismo

Hiromasa Ikeda

vice-presidente da SGI

No dia 5 de dezembro de 1974, durante a sua segunda visita à China, o presidente Ikeda se reuniu com o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai. Este ano [2019] marca o 45º aniversário desse encontro.

O capítulo “Ponte Dourada”, do volume 13, da Nova Revolução Humana, descreve o contexto histórico no qual Shin’ichi [pseudônimo de Daisaku Ikeda na obra] anuncia sua proposta para a normalização das relações diplomáticas entre Japão e China, no decorrer da 11ª Convenção da Divisão dos Universitários da Soka Gakkai, em 8 de setembro de 1968. Consolidar laços de amizade entre os dois países também representava um meio para cumprir o juramento do seu mestre, Josei Toda, o qual nutria um sentimento “intensamente forte e profundo” em relação à Ásia e, em especial, à China. O presidente Josei Toda certa vez compôs o seguinte poema expressando essa determinação:

Aos povos da Ásia

que oram por vislumbrar a Lua

entre as frestas das nuvens,

enviemos, em vez disso,

a luz do Sol. (p. 12)

Antes da divulgação de sua proposta, Shin’ichi se encontrou com várias personalidades da sociedade japonesa que devotaram a vida à melhoria das relações sino-japonesas. Uma delas é o líder empresarial Tatsunosuke Takasaki.

Shin’ichi e Takasaki se reúnem em setembro de 1963. Após emitir suas observações sobre a situação na China, Takasaki solicita-lhe que atue como uma força para a amizade entre os dois países. E em resposta a isso, determinado a construir uma ponte dourada de laços bilaterais duradouros, Shin’ichi declara: “Com certeza! Não se preocupe, eu realizarei isso sem falta!” (p. 23).

Como o governo japonês da época havia adotado uma posição antagônica em relação à China, Shin’ichi tinha plena ciência de que seu apelo em defesa da amizade sino-japonesa seria alvo de duras críticas. No entanto, mantendo-se firmemente fiel ao desejo de seu mestre e ao anseio de todos aqueles que haviam se empenhado por essa causa, ele decide se pronunciar sobre o assunto.

Inspirado pela proposta de Shin’ichi, Kenzo Matsumura, membro da Direita Nacional do Japão [e proponente da restauração dos laços bilaterais] lhe diz: “Ganhamos uma multidão de aliados (p. 58). (...) Gostaria muito de apresentá-lo ao primeiro-ministro Zhou Enlai” (p. 64).

Desse modo, Takasaki e Matsumura, ambos com mais de 40 anos e mais velhos que Shin’ichi, confiaram a ele o futuro das relações sino-japonesas.

Esse capítulo também retrata que Shin’ichi reconhece que “o trabalho tão significativo de construir uma ponte dourada de duradoura amizade entre o Japão e a China não poderia ser realizado em uma única geração” (p. 36). Por essa razão, ele opta especificamente por anunciar sua proposta na convenção da Divisão dos Universitários, realizada em 8 de setembro, firmemente convicto de que, dentre aquelas fileiras, surgiriam jovens que dedicariam a vida à concretização de seu ideal.

Até a presente data, o presidente Ikeda visitou a China dez vezes e continua promovendo amplamente intercâmbios entre os jovens dos dois países, bem como intercâmbios de âmbito cultural e educacional. A inabalável ponte da paz e da amizade entre as duas nações hoje é um testemunho de tais esforços.

O presidente Ikeda também recebeu distinções acadêmicas de várias universidades e instituições chinesas. Aproximadamente quarenta estabelecimentos de ensino superior daquele país criaram centros de pesquisa sobre a filosofia e o pensamento de Daisaku Ikeda. Além disso, a Universidade Soka do Japão mantém atualmente acordos de parceria acadêmica com mais de sessenta universidades e instituições da China.

A partir de março do ano que vem (este artigo foi publicado originalmente em dezembro de 2019), a Associação de Concertos Min-On promoverá uma turnê do grupo Shanghai Dance Theatre, que exibirá o espetáculo Íbis de Crista em trinta cidades do Japão. E no próximo outono, o Museu de Arte Fuji de Tóquio lançará uma nova exposição apresentando a arte da antiga via comercial da Rota da Seda. [Nota do editor: O projeto foi adiado em razão da pandemia do coronavírus.]

Os laços de amizade entre a Divisão dos Jovens da Soka Gakkai e a Federação dos Jovens da China remontam a 1985, e este ano [2019] celebra o 40º aniversário do início dos intercâmbios entre a Divisão Feminina e a Divisão Feminina de Jovens da Soka Gakkai e a Federação Feminina da China.

Cabe aos membros da Divisão dos Jovens e da Divisão dos Estudantes da Soka Gakkai fazer jus à grande missão e responsabilidade de perpetuar essa ponte dourada que o presidente Ikeda se empenhou em construir entre Japão e China.

Lembrança do Castelo Shuri, em Okinawa

O capítulo “Terra da Felicidade” apresenta detalhes sobre a visita [de Shin’ichi Yamamoto] a Okinawa, em fevereiro de 1969. Questões referentes à devolução de Okinawa, dos Estados Unidos para o Japão, continuavam afligindo as ilhas na ocasião.

“Em última análise, se um lugar vai atingir a paz e a prosperidade depende, exclusivamente, da determinação das pessoas que ali vivem. (...) O segredo para construir uma terra de felicidade reside inteiramente no desenvolvimento dos seres humanos” (p. 227).

É com esse espírito que Shin’ichi viaja para Okinawa, firmemente decidido a “plantar fundo as raízes da fé forte e inabalável no coração de cada membro” (p. 227). Durante a sua estada, realizou-se um festival cultural com um elenco de mais de cem pessoas encenando uma peça histórica, com noventa minutos de duração. A montagem intitulada O Jovem Sho Hashi narra a saga do grande líder militar do século 15 que unificou as ilhas Ryukyu (Okinawa) e ampliou o Castelo de Shuri. Sentindo uma forte conexão entre o período tumultuado em que Sho Hashi viveu e o sofrimento que eles experimentaram durante a Segunda Guerra Mundial, os membros de Okinawa escolheram a história de vida desse personagem para expressar sua determinação de construir uma terra próspera e pacífica.

O Castelo de Shuri ardeu em chamas durante a horrenda Batalha de Okinawa, na Segunda Guerra Mundial. As obras de reconstrução iniciaram em 1989, e o salão principal e outros recintos foram restaurados em 1992.

O capítulo “Terra da Felicidade” foi publicado em episódios diários no jornal Seikyo Shimbun a partir de outubro de 2002, e imagino que, ao redigi-lo, o presidente Ikeda recordou-se vividamente de sua visita ao castelo no decorrer da viagem de orientações a Okinawa em fevereiro de 1994.

O Castelo de Shuri não é apenas uma relíquia da história e cultura locais, mas representa um símbolo de paz em Okinawa. Recentemente, o salão principal foi destruído num incêndio. Quão doloroso isso deve ter sido para as pessoas de lá! Oro sinceramente para que o Castelo de Shuri recupere sua majestade e seja restaurado uma vez mais.

Planejamento é o segredo

O capítulo “Estrela Guia” destaca a importante tradição da reunião de palestra dentro do nosso movimento: “Desde a época do presidente Tsunesaburo Makiguchi, o coração da Soka Gakkai era encontrado nesse fórum. A própria reunião de palestra havia sido o ponto de partida para o movimento popular da organização” (p. 122).

Descreve a ação de Shin’ichi de tomar a iniciativa para revolucionar a cultura das reuniões de palestra. Quando lhe perguntam qual o segredo para se realizar uma reunião de palestra frutífera, ele declara que o propósito dessa atividade é servir como um fórum para o diálogo e a propagação do budismo, e também para transmitir coragem e convicção aos membros por meio da orientação sincera na fé. Ele salienta ainda que o sucesso de uma reunião de palestra depende inteiramente da determinação e capacidade dos líderes responsáveis.

Shin’ichi aponta vários elementos fundamentais para o sucesso dessas reuniões:

1. É fundamental que aqueles que tragam convidados recebam a mais alta consideração. Pode haver momentos em que os convidados não queiram praticar, mas seus amigos, desejando sinceramente a felicidade deles, fazem de tudo para trazê-los a uma reunião. Deixar de dar a esses membros a devida atenção seria destruir sua sinceridade e dedicação. E nas ocasiões em que não há convidados, quero que as figuras centrais convoquem toda a sua sabedoria e tornem o encontro verdadeiramente significativo, falando sinceramente aos membros presentes e esclarecendo suas dúvidas e aliviando suas preocupações.
2. Ao se prepararem para uma reunião, os líderes devem dividir a responsabilidade de informar e encorajar os membros a participarem da atividade, fazendo o possível para garantir cem por cento de participação. O sucesso de uma reunião de palestra não depende somente do que acontece durante o evento em si, mas dos preparativos que o antecedem, inclusive os esforços para incentivar a participação das pessoas.
3. É essencial que os responsáveis pela reunião de palestra orem sinceramente ao Gohonzon para o pleno sucesso e participem da reunião com inabalável decisão e confiança. Por mais interessantes que sejam suas palavras ou apresentações, se o líder não tiver uma fé convicta não conseguirá tocar o coração dos participantes. Ou seja, aquele que não tem convicção não está capacitado a ser líder.
4. Outro pré-requisito do líder é ter consideração pelos outros. Mesmo em um debate aberto pode haver pessoas com dificuldade de se expressar em público. O líder deve ter a sensibilidade de perceber o que cada pessoa está sentindo. Deve também ter sabedoria e benevolência para reagir adequadamente a qualquer situação durante a reunião. Pode haver ocasiões de algum participante estar alcoolizado e incomodar os presentes, cabendo ao líder, nesses casos, ser firme e pedir que se retire. Não podemos permitir que ninguém nem nada perturbem o domínio puro da fé. Os líderes devem ser resolutos e, ao mesmo tempo, agir com bom senso e pensar na coletividade. Sobretudo, devem escolher cuidadosamente as palavras.
5. É importante que os líderes tenham consideração e manifestem gratidão sincera aos membros que oferecem suas casas para reuniões, para que se sintam sempre felizes por esse oferecimento. Também é importante que os líderes agradeçam aos demais membros da família que vivem lá, inclusive as crianças. Além disso, devem se certificar que nenhum inconveniente seja causado aos vizinhos, por exemplo, com estacionamento irregular, barulhos ou aglomeração de bicicletas. Também é bom conversar com os vizinhos antes da reunião e gentilmente avisá-los de que a mesma será realizada. As reuniões de palestra devem ser eventos que todos considerem revigorantes e agradáveis. (p. 125 e 126)

Em anos recentes, o Seikyo Shimbun publicou artigos sobre as diferentes maneiras de se realizar reuniões de palestra nas várias organizações da SGI ao redor do mundo. Zadankai, termo japonês que designa “reunião de palestra”, também está se tornando familiar entre os membros de todas as partes do globo. Shin’ichi afirma: “A Soka Gakkai não existe em um lugar distante, ela se encontra justamente nas reuniões de palestra. É por isso que o segredo para o desenvolvimento da organização é o sucesso dessas reuniões” (p. 127).

Empenhando-nos para aprimorar a qualidade das reuniões de palestra de nossa localidade, sigamos em frente com orgulho e dinamismo, como membros da Soka Gakkai, uma organização que avança a passos largos como religião mundial.

Principais trechos

As verdadeiras relações diplomáticas começam com vínculos entre os seres humanos, com o intercâmbio humano. O segredo é criar laços de confiança e amizade que unam as pessoas. Afinal, são as pessoas que formam uma nação. (Ponte Dourada)
O benefício de contribuir para o kosen-rufu oferecendo o lar para a realização das atividades é ilimitado e imensurável e se traduz em grande boa sorte que passa de uma geração a outra” (p. 90). (Estrela Guia)
As mulheres têm sido sempre as maiores vítimas da guerra. Enquanto a felicidade das mulheres for sacrificada, a paz da humanidade nunca será alcançada. Quando as mulheres brilham, elas lançam luz sobre suas casas, suas comunidades e suas sociedades. É por isso que precisamos fazer do século 21 o século das mulheres, um tempo em que as mulheres assumirão o papel central” (p. 121). (Estrela Guia)
O fato de nossos membros trabalharem juntos em amizade é prova de que eles estão conseguindo fazer sua revolução humana e transformar a vida num nível fundamental. Isso porque pessoas egoístas, egocêntricas, arrogantes, pretensiosas ou invejosas não conseguem se unir a outras pessoas (p. 205). (Canto da Fortaleza)
Uma pessoa capaz deve ser forte. Talvez tenham um coração puro e gentil, mas se forem fracos, não conseguirão trabalhar para a paz ou felicidade dos outros. Portanto, espero que encontrem algo em que realmente se superem. O importante é procurar com todo o seu ser (p. 259). (Terra da Felicidade)

Resumo do conteúdo

Ponte Dourada
No dia 8 de setembro de 1968, Shin’ichi emite um apelo em defesa da normalização das relações diplomáticas entre o Japão e a China durante a 11ª Convenção da Divisão dos Universitários.
Estrela Guia
Em setembro de 1968, Shin’ichi viaja de avião para Asahikawa, em Hokkaido, e, então, para Wakkanai, uma das cidades no extremo norte do Japão.
Canto da Fortaleza
Em novembro, Shin’ichi faz sua segunda visita a Amami Oshima. Festivais culturais são realizados em várias regiões do Japão.
Terra da Felicidade
Em 1969, Shin’ichi compõe um poema de ano-novo intitulado Ode à Construção, dedicado a todos os membros. Em 15 de fevereiro, ele viaja de avião para Okinawa.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de 23 de outubro de 2019.

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