Especial
TC
A história dos pioneiros que desbravaram o caminho dourado do kosen-rufu — Parte 1
Em 2015, a BSGI completou seu 55o aniversário de fundação, ocorrida em 19 de outubro de 1960, com a visita do presidente Ikeda em sua primeira viagem internacional para difundir os ideais humanísticos do Budismo de Nichiren Daishonin pelo mundo. Este ano (2016), a BSGI celebra os 50 anos da segunda visita do presidente Ikeda ao Brasil em 10 de março de 1966, ocasião em que ele desembarcou na cidade do Rio de Janeiro. A fim de comemorar essas datas significativas, TC publica momentos marcantes de alguns dos pioneiros que deram os passos iniciais para desbravar o kosen-rufu numa terra desconhecida, tendo de ultrapassar diversas adversidades, sem jamais se esquecer do juramento seigan de realizar o shakubuku – compartilhar a prática budista com os demais. A base da matéria são o livro Minshu koso Oja [Verdadeiro Monarca É o Povo] e as edições de maio a julho de 2014 da revista Ushio.
20/02/2016

Árdua luta
Antes da era Meiji, era comum no Japão grafar o nome dos países estrangeiros com ideogramas (kanji), levando-se em consideração apenas a semelhança fonética desses ideogramas, não tendo nenhuma relação com o seu significado. Nessa época, em meio ao incentivo da emigração dos japoneses para outros países, a combinação dos ideogramas para distinguir o Brasil exaltava a ideia de um “país onde se estabelece como se estivesse dançando alegremente”, causando boa impressão e elevando a estima de esperança pela busca de grandes sonhos, bem diferente da rigorosa realidade que eles encontrariam ao desembarcarem e começarem o trabalho braçal em terras tupiniquins.
“Jamais se esqueçam desta história de árdua luta!”, disse certa vez o presidente Ikeda.
Em 1960, por ocasião de sua primeira viagem internacional depois de tomar posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, ele incentivou os companheiros pioneiros que viviam no exterior, suportando um ambiente totalmente diferente, como o da língua, de costumes e de tradições, e sobreviviam tendo como base a sincera prática da fé no Nam-myoho-renge-kyo.
— O Brasil é imenso, onde até os vagalumes parecem ser maiores que os do Japão — declarou sorrindo a imigrante japonesa Kitako Nakao.
Ela continuou:
— Percorri longas estradas de terra com uma motocicleta de 55 cilindradas. Em dias de ventania, ficava coberta de terra e nos dias de chuva, enlameada. Certa vez, quando voltava de uma localidade, onde estávamos nos empenhando na propagação do budismo (shakubuku) e levava meu pequeno primogênito, o farol da moto quebrou e tivemos de ir à pé empurrando-a com cuidado até a nossa casa, pois era uma estrada totalmente sem iluminação. Jamais me esquecerei do brilho dos vagalumes que iluminavam a floresta naquela noite.
Distantes mas próximos do coração do Mestre
As estradas percorridas por Kitako Nakao fazem parte de uma região próxima ao rio Amazonas.
— Meu marido, Hisaji, foi o primeiro responsável de distrito no Amazonas. Apesar de ser denominado distrito, tinha a metade da área de todo o Brasil. Para o entrevistador que não tinha ideia da dimensão dessa grandeza, esclareceu ela, é cerca de onze vezes o tamanho do Japão.
Sempre que viajava ao Japão, Nakao recebia incentivos do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, os quais se tornaram os sustentáculos da sua prática da fé.
— Viemos da Amazônia, do longínquo Tomé-Açú. Por favor, visite o Brasil!
Todas as vezes que o presidente Ikeda ouvia essas palavras de alguém vindo do Brasil, prontamente respondia:
— Aguardem-me! [Quando eu for ao Brasil,] criaremos boas recordações! Sigam em frente, tendo sempre como base a prática da fé no Gohonzon.
Correspondendo a essa expectativa, ele visitou o Brasil por quatro vezes. Podemos dizer que o presidente Ikeda trouxe o Budismo de Nichiren Daishonin até o outro lado do planeta, literalmente.
Em cada canto do mundo existem histórias de precursores que, como dignos discípulos e verdadeiros bodisatvas da terra, superaram os diversos muros, como os de fronteira, idioma e tradições. Dessa forma, fazendo do ponto de partida a árdua luta dos imigrantes japoneses, vamos acompanhar as viagens de incentivo, realizadas pelo presidente Ikeda ao Brasil.
Decisão que mudou o destino da família
Hisaji Nakao nasceu em 1931, na atual cidade de Hikari, na província de Yamaguchi. Seu pai era presidente de uma construtora e também atuou como deputado da Assembleia Provincial. Seu filho, Hisaji, estudou engenharia civil na Universidade do Japão e, depois de entrar na empresa do pai, tornou-se vereador aos 28 anos.
Duas gerações, a do pai e a do filho, seguiam carreira na construção e no meio político. Hisaji, por ter se tornado ainda jovem uma celebridade local, começou a ter uma vida desregrada e de extravagâncias. Quando seu “círculo de amizades” se ampliou, consequentemente aumentou a volta a casa só ao amanhecer. E somente quando não sabia mais o que fazer, por estar atolado em dívidas até o pescoço, é que ouviu a respeito da Soka Gakkai por um amigo, em 1961.
A esposa, Kitako, relata:
— Foi após ingressar na Soka Gakkai que o meu marido, até então farrista e boêmio, começou a mudar.
No verão, dois anos depois, Hisaji leu o editorial que o presidente Ikeda escreveu para a revista Daibyakurenge, intitulado “Jovens! Tornem-se Líderes do Mundo!”. Esse curto texto mudou a vida de Hisaji:
“Com base no Budismo de Nichiren Daishonin, a Soka Gakkai irá estabelecer o bem-estar do povo, que ninguém antes conseguiu concretizar. Além disso, irá criar uma nova civilização que abrange todas as filosofias e pensamentos. Pois até hoje, mesmo a política, a economia e a educação, embora desejassem e buscassem isto independentemente, não conseguiram conquistar tal objetivo. Os protagonistas não serão outros senão vocês” — assim conclamava o presidente Ikeda.
Tendo ingressado na Soka Gakkai e obtido muitas comprovações por meio da prática budista, ao ler este texto emergiu de dentro dele um grandioso sentimento que jamais havia experimentado.
Hisaji continuou a ler o editorial:
“Não se esqueçam, mesmo que por um único instante, que é a união dos jovens o eterno elo para a felicidade do povo. A atuação da Divisão dos Jovens não se limita a este país. Não há fronteiras para a religião, o pensamento e a filosofia. Jambudvipa é outra denominação de o mundo inteiro”.
Foi também nesta época que Hisaji participou de uma atividade realizada em Hiroshima e teve contato direto com as orientações do presidente Ikeda. Ele foi tocado pela visão de futuro apresentada por Ikeda sensei, que novamente acendeu a chama dos sonhos [de Hisaji] que estavam adormecidos. Sua esposa comentou:
“Desde a infância, meu marido tinha o desejo de emigrar para o Brasil ou para a Argentina, se possível para a Amazônia, a fim de realizar nessas terras um desbravamento nunca antes realizado por alguém. [Depois de reacender a chama dos seus sonhos] ele orou muito, e ficava reflexivo”.
Por outro lado, Hisaji era tomado pelos pensamentos:
“Se minha esposa for contra a minha proposta, desistirei da ideia. Não quero mais criar aborrecimentos a ela”.
Ao ver a vida melhorar gradativamente com a mudança de postura do marido depois que ele iniciou a prática budista, a esposa também começou a prática do Nam-myoho-renge-kyo. Certa madrugada, quando os filhos já dormiam, Kitako ouviu dele:
— Vamos propagar a Lei Mística na Amazônia?
Para a surpresa do marido, Kitako respondeu:
— Se esta é a sua decisão, já é o suficiente para mim.
Exatos três anos após Hisaji ter lido o editorial de autoria do presidente Ikeda, a família Nakao embarcava no navio Sakura-maru, partindo do porto de Yokohama, rumo ao Brasil.
Jamais me esquecerei do meu juramento
A viagem levou um mês. A família Nakao chegou à cidade de Belém, Pará, região norte do Brasil, e todos ficaram boquiabertos ao verem pela primeira vez o rio Amazonas, onde as águas corriam serenamente e davam a impressão de um mar de cor amarronzada.
Os novos imigrantes rumaram para o sul de barca pelo rio Acará, afluente do Amazonas. Após percorrerem 250 km, o que levou cerca de doze horas, chegaram enfim à cidade de Tomé-Açú, local de assentamento dos colonos japoneses.
Um dos filhos, que atravessou o oceano aos 3 anos com os pais, ri dizendo:
— Era uma casa feita de finas tábuas de madeira, que parecia desmoronar apenas com um abalo sísmico de 1 grau na escala Richter.
O casal Nakao dedicou-se ao cultivo de pimenta-do-reino. Por ser uma espécie de trepadeira, para se cultivá-la era necessário fincar uma estaca maior que uma pessoa próximo da muda, que é por onde a planta se desenvolve.
Após o término da Segunda Guerra Mundial, países como a Indonésia que sofreram imensos danos com os bombardeios ocasionados pelo Japão tiveram de substituir o cultivo de pimenta pelo cultivo de arroz, para a subsistência de seu povo. Consequentemente, a pimenta-do-reino teve seu preço vertiginosamente elevado, sendo chamada de “diamante negro”.
— Plantamos 2 mil mudas no primeiro ano. Nos três anos iniciais do cultivo até que começássemos a colheita foi muito sofrido — relembra Kitako. Afinal, eles se depararam com acontecimentos que atingiram somente as pimentas cultivadas pela família Nakao, como os das folhas que ficaram subitamente amareladas por conta de uma doença contagiosa. Os demais colonos ao redor se aproveitaram da ocasião para falar mal da religião que a família Nakao praticava: “E ainda dizem que realizam a verdadeira prática da fé”. Para surpresa de todos, felizmente as pimentas-do-reino se recuperaram em três meses.
Ao mesmo tempo em que Hisaji cultivava com afinco a plantação de pimenta-do-reino, ele se dedicava à propagação do budismo para as outras pessoas. Nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, o número de famílias praticantes havia aumentado significativamente. Porém, na Amazônia, distante cerca de 3 mil km de São Paulo, por não existir uma relação de pessoa a pessoa, pouco se sabia da existência de outros praticantes.
Certo dia, Hisaji perguntou a um vendedor de tofu (queijo de soja), que percorria os assentamentos dos colonos japoneses:
— O senhor conhece alguém que recita Nam-myoho-renge-kyo?
Prontamente, a resposta foi: “Conheço sim”. E comentou sobre duas casas de praticantes budistas.
— Ele disse que as casas ficavam distantes 50 km de onde eu me encontrava. Fui visitá-los de motocicleta, carregando uma marmita amarrada pela cintura por um lenço — afirma Hisaji.
Conforme consta em suas anotações, uma dessas casas era de um senhor idoso que havia ingressado na Soka Gakkai na época do segundo presidente, Josei Toda. E, por sua iniciativa, dialogava com os vizinhos dizendo: “Esta prática da fé é maravilhosa!”.
“Pernoitei na residência do senhor idoso e, no dia seguinte, fui visitar outra família. Assim que entrei pela porta, avistei a foto do presidente Ikeda”.
Hisaji sentiu forte emoção ao se encontrar com os companheiros que compartilhavam o mesmo ideal pelo kosen-rufu, e que já se dedicavam isoladamente à propagação em suas localidades. Lembrou-se imediatamente das palavras do presidente Ikeda: “Não importa em que terras sejam, onde houver pessoas, irei sem falta fincar a bandeira da propagação”.
— Assim, após um ano, realizamos a primeira reunião de palestra na Amazônia, reunindo seis membros da Soka Gakkai que residiam em Tomé-Açú, conta Kitako Nakao.
Não importava a distância
Quando ouvia algo como: “Parece que tem um praticante do budismo em certo local”, Nakao saía em disparada em sua motocicleta.
Em suas anotações consta:
“Uma vez que saía de casa, a viagem sempre se prolongava por uma semana. Houve visitas familiares em que eu percorria 40 km dentro da floresta e depois mais 20 km de canoa”.
Hisaji Nakao visitava as casas totalmente isoladas em meio à floresta amazônica, até as que não tinham nenhum tipo de acesso. Carregava em sua mochila arroz, misso (pasta de soja fermentada), enlatados, além da rede de dormir e um cobertor. Mesmo durante o dia, na floresta era escuro. Acontecia também de grandes toras de árvores caídas interromperem o caminho, forçando-o a dormir no sereno.
Hisaji ainda deixou registrado:
“Quando terminava a época das chuvas na Amazônia, um grande panapaná (bando de borboletas) amarelo voava de uma só vez, que chegava à extensão de 3 km, dando a impressão de se estar dentro de uma ‘nevasca de borboletas’”.
Nessa jornada, a motocicleta Hisaji consumia 20 litros de combustível por semana. Um conhecido ficou espantado e perguntou-lhe: “Você está bebendo gasolina?”.
Três anos depois, a quantidade de praticantes se expandia para 50, dando surgimento a uma comunidade em Tomé-Açú. Quando foi realizada a Convenção da América do Sul em São Paulo, participaram pela primeira vez três representantes dessa localidade. Eles viajaram de ônibus, sendo sacudidos por mais de setenta horas. Denominaram esse longo trajeto de 3 mil km de “caminho dourado”.
Após viverem por sete anos em Tomé-Açú, e a plantação de pimenta-do-reino ser de 6 mil pés, os Nakao mudaram-se para a capital, Belém, para que seus filhos frequentassem a escola. Lá, abriram a primeira lavanderia de tapetes da cidade. Quando a situação financeira melhorou, Hisaji começou a viajar em um monomotor para visitar os companheiros distantes.
Para Manaus, que fica a 1.500 km de distância, ele ia de avião comercial, e sua impressão sobre a capital da Amazônia foi:
“Quando fui pela primeira vez a Manaus, avistei postes de cerca de 4 metros fincados à margem do rio, e sobre eles havia casas. No entanto, na viagem seguinte, os postes haviam desaparecidos”.
Nas anotações de Nakao consta ainda que o nível das águas do rio Amazonas apresenta uma diferença de vários metros entre o período de cheia e a vazante. A primeira visita que ele fez foi durante a vazante e a segunda, na época da cheia. Por isso, não conseguiu avistar os altos postes, pois as estacas estavam submersas pelo rio Amazonas, permitindo avistar somente as casas. Seu olhos ficaram arregalados ao ver os ribeirinhos entrarem e saírem diretamente da janela de suas casas, embarcando e desembarcando, o que aumentou ainda mais a sua admiração.
O navio da esperança zarpou
“Sentia uma grande admiração e respeito pelo sincero espírito de procura dos praticantes que residiam nas regiões remotas, levando três dias de viagem para participar das atividades”, escreveu Hisaji Nakao, ao colaborar com reportagens do jornal Seikyo Shimbun, do Japão.
Dentre estes dramas, há o de outra família japonesa que imigrou para Manaus. Yoshitoshi Kimura, sua esposa, Fumie, e os três filhos deixaram a mina de carvão da província de Saga para trás e assentaram em Taiano, no Estado de Roraima. Foi em 1961, ano seguinte à posse presidencial do terceiro presidente da Soka Gakkai, e dentro da bagagem da família havia um exemplar do Gosho Zenshu (Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin).
A princípio, a família Kimura visava o cultivo da pimenta-do-reino, mas as condições do local em que se fixaram fora totalmente diferente do informado, sendo um terreno de solo argiloso e cheio de pedras. Havia ainda outras duas famílias de praticantes na região. Justamente por serem praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin, as três famílias eram discriminadas e sofriam maus-tratos, como o de não poderem utilizar as máquinas de uso coletivo da colônia.
As perseguições e as maldades que recaíam sobre eles não ficavam restritas a isso. Certa ocasião, Kimura fora levado à margem de um rio por colonos de temperamento agressivo, onde eles o ameaçaram apontando-lhe um rifle de caça: “Pare com esta prática da fé!”. Só lhe restou ajoelhar e afirmar diante dos perseguidores: “Estou realizando a prática da fé correta. Jamais a abandonarei”.
Então, os colonos desistiram da intimidação. Quatro anos depois a família se mudou para Manaus, e Yoshitoshi não foi contratado pela fábrica de borracha que havia prometido empregá-lo, e ele teve de vender legumes e verduras para sobreviver. A primeira lata de peixe que conseguiu comprar foi consumida pelos cinco integrantes da família durante três dias. Foi quando ele sofreu um acidente de trânsito e fraturou o pé direito. Mesmo assim, não deixou apagar a chama da propagação do budismo para outras pessoas.
“Não viemos à Amazônia ganhar dinheiro, e sim com o propósito de conduzir as pessoas à felicidade por meio da prática do Nam-myoho-renge-kyo. Não é mesmo?” — assim dizia à família, e todos se apoiavam mutuamente.
Dez anos se passaram desde a sua mudança para Manaus, e enfim foi estabelecido um bloco da BSGI nessa cidade. No ano seguinte foi realizada uma reunião de palestra pela Divisão Masculina de Jovens (DMJ), e o número de participantes foi de 36 pessoas. Yoshitoshi ainda sofria com as sequelas do acidente e se encontrava acamado, seriamente enfermo. Após essa reunião de palestra, ele deixou estas palavras ao filho, Hatsuo, e aos demais integrantes da DMJ: “O navio da esperança zarpou. Segurem firme o leme. Não deixem que um único tripulante caia do navio. Avanço e mais avanço!”.
No dia seguinte, ao tomarem conhecimento do estado crítico do Sr. Kimura, mais de cinquenta membros se reuniram em sua residência. Juntando forças, com a voz fraca, disse: “Confio-lhes o kosen-rufu da Amazônia. Mesmo que eu tombe, não se permitam retroceder um único passo sequer”.
“O Sr. Yoshitoshi, com os olhos que já não mais enxergavam, dirigiu a voz a cada um dos membros presentes, e indicou as diretrizes da prática da fé para uma vida valorosa. Sua voz foi diminuindo, até que ele faleceu serenamente, como se estivesse dormindo” (revista Seikyo Graphic, edição de Ano-Novo, 1976).
Um ano após o seu falecimento, a viúva e os filhos realizaram a tão sonhada viagem ao Japão, onde puderam se encontrar com o presidente Ikeda.
Nos mais variados locais, as orações de inúmeras pessoas anônimas foram se unindo e assim veio sendo construída a Soka Gakkai em várias regiões do mundo. O número de praticantes na Amazônia superou as 2 mil famílias em menos de 25 anos, sendo 80% delas não de origem japonesa, mas sim de brasileiros natos. Em 1989, promoveu-se na cidade de Belém um festival cultural realizado por 1.700 figurantes e assistido por um público de 7 mil pessoas. Cinco anos antes, em 1984, em sua terceira visita ao Brasil, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, registrou uma foto comemorativa junto com representantes das Regiões Norte e Nordeste, nos jardins do Centro Cultural da BSGI, em São Paulo, que mais tarde se tornou o Dia do Ponto Primordial do Kosen-rufu da Amazônia.
Nessa fotografia o casal Nakao, do qual falamos no início desta trajetória dos pioneiros, está sorridente.
“Meu marido gravou em sua vida que ‘as orientações do presidente Ikeda são a base de tudo’, até o seu falecimento em 2005”, disse a esposa, Kitako Nakao.
Hisaji Nakao ainda deixou as seguintes palavras:
“Sinto que na Amazônia cada um dos integrantes atuou cumprindo a sua respectiva responsabilidade. A organização de agora não existiria se deixássemos uma única pessoa para trás, quem quer que fosse”.
Continua na próxima edição.
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