Crônica
TC
Conduzir uma vida plena de realizações
02/05/2024
Certa vez, ao participar do Curso de Aprimoramento da SGI, ouvi uma história que me marcou profundamente. Era 12 de novembro, considerado o Dia da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) no Japão, por isso seria realizada uma atividade comemorativa à noite. Nessa data, uma das participantes estava se sentindo triste e muito preocupada por razões pessoais,
mas se desafiou a ir ao encontro das outras jovens. No caminho, ela levantou os olhos e se deparou com uma frondosa lua cheia e, quase instantaneamente, pensou: “Puxa, Ikeda sensei está me protegendo”.
No dia seguinte, essa jovem e todas as participantes daquela atividade receberam um comunicado do presidente Ikeda que dizia: “Como hoje é o dia comemorativo da DFJ, tivemos a oportunidade de apreciar a lua. Por isso, tomei a liberdade de registrar esse momento e estou oferecendo esta foto a todas vocês”.
Essa jovem não conseguiu acreditar no que estava ouvindo! Em lágrimas, ao receber a foto da magnífica lua, viu a coragem invadir seu coração. Ela compartilhou que essa consideração a fez experimentar uma genuína felicidade e, a partir de então, toda vez que avista a lua, sente-se protegida pelo Mestre. “Estamos sob a mesma lua que Ikeda sensei, neste mesmo universo, nesta mesma órbita”, afirmou.
Depois desse episódio memorável, confesso que a minha vida nunca mais foi a mesma. A cada oportunidade que tenho de apreciar a lua cheia, meu sentimento é o de ser abraçada pelo Mestre e de estar conectada ao seu coração. É em meio ao caos do cotidiano, diante dos desafios e dilemas da juventude, que acontece esse encontro ideal.
Nichiren Daishonin disse a uma discípula: “Sempre que sentir saudades de mim, olhe na direção do Sol que se levanta pela manhã e para a Lua que se ergue à noite. A qualquer hora, estarei refletido no Sol e na Lua. E em nossa próxima existência, vamos nos reencontrar na terra pura do Pico da Águia.”1
O ensinamento de Nichiren Daishonin nos assegura que vida e morte são funções da Lei Mística, portanto, se recitarmos daimoku, somos capazes de transcender qualquer barreira que existe no universo. Nesse sentido, a relação de mestre e discípulo não é definida pela distância nem se limita à brevidade de uma existência.
Compreendemos que a juventude é marcada por incertezas, angústias e frustrações que nos fazem sentir vulneráveis perante o mundo. Contudo, ao buscarmos o coração de Ikeda sensei, mesmo sem jamais tê-lo encontrado fisicamente, descobrimos nosso próprio coração, ou seja, deparamo-nos com a coragem, a esperança e, absolutamente, tudo o que precisamos para trilhar o caminho da felicidade.
É uma experiência que vai além disso. Sintonizar a vida à inabalável convicção do Mestre não é apenas superar o que nos aflige, mas assumir nossa verdadeira identidade de buda e nos tornar protagonistas da transformação da humanidade. É sair da condição de ser salvo e assumir a missão de salvar as pessoas. Assim como Ikeda sensei disse: “Sejam todos, sem exceção, igual à lua cheia a iluminar as terras de seu país. E conduzam uma vida plena de realizações e de alegrias sem arrependimentos”.2
Vamos viver dia a dia com esse brado do Mestre pulsando em nosso coração. E sempre que sentir saudades, experimente contemplar a impressionante lua cheia brilhando no céu.
Monique Tiezzi
Colaboração
No topo: Desenho da Lua cheia
Notas:
1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 623, 2020.
2. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.105, 29 out. 2011, p. A3.
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