Proposta de Paz de 2022 — Todos querem mudar o mundo, mas quem ajuda a lavar a louça?

O título do artigo pode parecer um dito popular ou uma daquelas afirmações que passam de geração a geração. Além disso, traz à tona a percepção de que esteja deslocado de um assunto tão profundo quanto o abordado na Proposta de Paz deste ano.

Para remover essas impressões, vamos compartilhar dois pontos desse documento inestimável que o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, enviou à Organização das Nações Unidas (ONU) em 26 de janeiro de 2022:

1. A grande mudança pode surgir das pequenas ações

Com relação ao que se qualificaria como um ato de “grande bem“ possível de ser realizado pelos membros de uma sociedade, Makiguchi ressaltou que, embora de forma tradicional, se pensava que um ato de “grande bem“ fosse algo com significativo impacto em escala nacional. Mas não é o tamanho ou a escala das ações o que realmente importa. Se você pode salvar a vida de alguém ao lhe oferecer um copo de água, não seria esse gesto impossível de se pagar com qualquer soma de dinheiro?¹

Nosso coração pulsa comovido ao ver pessoas sofrerem com os diversos desafios enfrentados pela humanidade. Ansiamos por uma era de paz e torcemos por ações em grande escala que promovam uma profunda transformação na comunidade global.

No entanto, esse trecho da Proposta de Paz de 2022 assegura que, assim como cada vida tem valor único, cada ação pode promover a mudança necessária para a construção da paz. Atitudes simples, como auxiliar alguém a subir uma escada, dizer palavras positivas, oferecer um sorriso de acolhimento (numa videochamada também vale) e dar um forte abraço, repercutem positivamente na vida de quem toma a atitude e, certamente, geram um impacto ainda maior na vida de quem recebe o gesto.

2. Lavar a louça significa ajudar o pai ou a esposa ou fazer a minha parte?

O ponto central não é quem deve lavar a louça, mas, sim, o que eu posso fazer com a louça suja?

“A desigualdade de gênero é um tema de importância crítica há tempos. A pandemia exacerbou essa desigualdade e intensificou os clamores por uma reforma fundamental.”²

“A crise também forçou muitas mulheres a suspender suas carreiras ou a tirar licenças prolongadas do emprego para cuidar de membros da família e de outras pessoas próximas que ficaram doentes. Além disso, a grande proporção daqueles que perderam seus trabalhos era de mulheres, com maior impacto sentido pelas mães com crianças pequenas.”³

Diante dessas reflexões do presidente Ikeda, em nosso cotidiano, podemos ter atitudes para valorizar e empoderar as mulheres e fortalecer a igualdade de gênero nos diversos papéis exercidos por elas, seja no lar, no ambiente corporativo ou na área acadêmica.

Como ele afirma na Proposta de Paz de 2022: “O valor não é encontrado nas coisas, mas nas relações.”⁴ Ou seja, a mudança não apenas começa agora, e não apenas começa comigo: eu sou a mudança! Então, vamos colocar em prática o que aprendemos e “lavar a louça”?

Notas:

1. Terceira Civilização, ed. 645, maio 2022, p. 22.

2. Ibidem, p. 34.

3. Ibidem.

4. Ibidem, p. 23.