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Relato

Ângela Maria dos Santos

A vida brilha para aqueles que estão decididos a vencer

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01/01/2007

Ângela Maria dos Santos
Nasci numa família simples, mas repleta de amor. Meu pai, Paulo José dos Santos, sempre foi um homem trabalhador, porém muito rigoroso. Éramos cinco filhos e fomos educados pela rigidez do meu pai e a meiguice de minha mãe, Rita Geraldo dos Santos. A bebida era o nosso único problema. Papai nunca nos agrediu, mas depositava todas a suas mágoas no vício e depois ficava brigando com os vizinhos.

Os maiores exemplos de boa convivência aprendi com minha mãe. Ela sempre ensinou os filhos a serem amigos. Ela também nos advertia a não ter mágoa ou rancor de papai.

Conheci o Budismo de Nitiren Daishonin por meio de uma vizinha que também não aguentava mais as atitudes de papai. Eu já tinha recorrido a várias religiões para encontrar uma solução para a nossa infelicidade. Minha primeira determinação é que essa seria a última religião que praticaria em busca da felicidade.

Em poucos meses, senti uma mudança no meu comportamento. Estava mais tranqüila e cheia de esperanças. No dia 26 de setembro de 1981, eu e minha irmã, Ana Maria dos Santos Melo, recebemos o Gohonzon e o consagramos em nossa casa com a permissão dos meus pais.

Participava regularmente das atividades e me dedicava à leitura dos escritos de Nitiren Daishonin e dos discursos do presidente da SGI, Daisaku Ikeda. Fazia visitas e notava o sofrimento das outras pessoas, de outras famílias. Isso me fez ter uma nova visão da vida.

O clima em casa melhorava dia após dia. Pouco tempo depois, minha mãe também passou a recitar o Nam-myoho-rengue-kyo. Ensinei a prática da fé à minha irmã mais velha, que também abraçou o ensino. Nessa época eu era funcionária de um órgão público federal, mas havia prestado concurso para um órgão estadual ligado à Secretaria da Educação. Recitei muito Daimoku para ter sabedoria e ser aprovada. Pouco tempo depois, fui convocada.

Em 1984, iniciei meu trabalho como escriturária e fui agradecer pessoalmente ao presidente Ikeda no Japão. Ao retornar da viagem, fui promovida a secretária e me dedicava ainda mais aos estudos. Em 1993, comecei a atuar na Coordenadoria Educacional da BSGI e comecei a cursar Pedagogia e Educação Especial.

Em 1998, novamente fui ao encontro do presidente Ikeda no Japão. Ao retornar, refiz meu juramento de atuar pela educação humanística. Foi nessa época que as doenças se evidenciaram e tive de superar grandes perdas.

Em janeiro de 2003, fiz uma pequena cirurgia para retirada do útero e ovário. Ao voltar do hospital, meu pai me acolheu muito fraternamente. Em fevereiro, ele decidiu fazer uma tratamento para o alcoolismo. Um mês após essa decisão, ele faleceu em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC). A tristeza tomou conta de nossa casa, principalmente de minha mãe.

Quando estávamos nos recuperando da morte do papai, minha irmã mais velha também teve um AVC e faleceu. Ficamos chocados com as duas perdas seguidas. Em 2005, minha mãe também ficou doente e faleceu. Eu me vi sozinha dentro de uma casa, somente com as lembranças. Chorava de tristeza e saudade. Fui amparada pela família Soka e pelo escrito de Nitiren Daishonin “A Felicidade Neste Mundo”. Parecia que eu tinha perdido o rumo de minha vida.

Como praticantes desse budismo, nunca devemos perder as esperanças, mas a dor ainda era forte. Logo no início do ano de 2006, fui nomeada responsável da DF da RM Litoral Sul. Decidi me empenhar ao máximo nas atividades para suportar a dor.

Participei do Curso Latino-Americano de Budismo da SGI, em fevereiro. Ao retornar, recebi um convite da assessora da Secretaria da Educação para trabalhar na elaboração de um projeto de inclusão social do governo de Praia Grande.

A base desse projeto envolve o desenvolvimento de uma cultura de paz para crianças carentes, os mesmos ideais da SGI e do meu mestre.

Todas as experiências adquiridas na Coordenadoria Educacional e por meio dos discursos do presidente Ikeda formaram a base do meu trabalho. Além de me ocupar com uma causa justa, fui premiada para fazer um curso de pós-graduação ao lado de supervisores de ensino e educadores.

A cada visita que eu faço, me envolvo com os sentimentos de cada membro da organização, fazendo do Kossen-rufu o melhor remédio para o meu sofrimento.

Aprendo a cada dia que a vida vai muito além dos limites da nossa compreensão. Hoje meu desafio é transmitir os ideais da SGI no meu trabalho para que cada criança tenha a chance de ser feliz e eu seja uma genuína discípula do meu mestre, em gratidão a vida e a todos os ensinamentos que essa organização me proporcionou. Farei de 2007 o ano do meu avanço e da minha vitória.

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