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Conheça o Budismo

O fascinante princípio dos dez mundos

Com essa esperançosa teoria budista, você recita com vigor e entusiasmo o Nam-myoho-renge-kyo (o estado de buda) para resolver cada tarefa diante dos seus olhos (os nove mundos)

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12/09/2015

O fascinante princípio dos dez mundos

Aprender, pôr em prática e transformar

Somos membros da SGI para nos capacitarmos a transformar por completo o destino. Toda a teoria budista tem o propósito de revolucionar seu modo de vida e criar um novo cotidiano. Não é apenas teoria vazia.

O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, analisa: “A prática do Budismo de Nichiren Daishonin transforma não somente a nossa vida, mas também provoca mudança positiva na vida das pessoas ao redor, em nosso ambiente e em toda a humanidade. Não é uma teoria vazia, pelo contrário, é uma filosofia que nos conduz à verdadeira transformação da nossa vida e do mundo (BS, ed. 2.230, 7 jun. 2014, p. B2).

Um desses ensinamentos é a teoria dos dez mundos e sua “possessão mútua”.

Os dez mundos são categorias de seres descritos nos sutras tais como o “mundo dos animais”, o “mundo dos bodisatvas” etc. Esses dez mundos podem ser interpretados também como estados de vida ou condições que todos podem manifestar a cada momento. Listamos esses estados do menos para o mais desejável: inferno, fome, animalidade, ira, tranquilidade, alegria, erudição, autorrealização ou absorção, bodisatva e buda.

A cada instante, tudo pode mudar

O interessante dos dez estados não é decorar como é o mundo do sofrimento do inferno nem as maquinações que uma pessoa faz em busca do poder quando vive no mundo da ira. Analisar os dez estados de forma isolada não transforma o destino, é uma forma parcial de entender a dinâmica da vida.

O que transforma mesmo o destino é compreender que há uma impressionante dinâmica e a cada instante manifestamos um dos dez estados e, no instante seguinte, tudo pode mudar; o que agora é a agonia do inferno pode num clique tornar-se o vasto e livre mundo do Buda.

Não é difícil entender essa teoria. Pela sua experiência, você provavelmente sabe como são os dez mundos: uma condição submersa no sofrimento (inferno), um estado no qual corpo e mente estão engolfados nas chamas impetuosas do desejo (fome), ter medo de quem é forte e aproveitar-se do fraco (animalidade), o desejo ardente de vencer a qualquer custo e dominar os outros (ira), um estado calmo marcado pela capacidade de fazer julgamentos racionais (tranquilidade), um estado repleto de contentamento (alegria), a aspiração à iluminação (erudição), a capacidade de perceber a verdadeira natureza dos fenômenos (autorrealização ou absorção), benevolência na qual se busca salvar todas as pessoas do sofrimento (bodisatva), e finalmente o mundo do estado de buda, condição de completa e perfeita liberdade e felicidade absoluta.

Seria insuportável viver tentando adivinhar em qual estado está ou, ainda, tentar negar que existam estados indesejáveis como a animalidade e a ira. A vida é fascinante porque se mostra dessas dez formas e, por meio do budismo, aprende-se a viver no mundo dos budas e experimentar cada estado com energia e contentamento, criando valor e se aprimorando.

É possível ser feliz a qualquer momento

Qualquer que seja a situação, sempre é possível manifestar aqui e agora o fascinante e revigorante estado de buda. O instante atual sempre pode ser o melhor de todos — tenha convicção nisso sem medo de errar.

Aliás, praticamos o budismo para manifestar a mesma condição esperançosa de um buda. E como um buda lida com a acelerada dinâmica dos dez estados?

Ele sabe que existem os nove mundos e também que existe o mundo do buda. Portanto, ele luta para viver no estado de buda e não mais ficar à deriva oscilando momento a momento numa instabilidade sem fim.

O presidente Ikeda explica: “Mesmo em uma sociedade lamacenta como a nossa, o budismo vê a possibilidade de se manifestar o estado de buda, a maior dignidade da vida de um ser humano (BS, ed. 2.230, 7 jun. 2014, p. B2).

Como é a vida no estado de buda? Essa condição manifesta energia e sabedoria com tamanha força que a pessoa experimenta os outros nove estados como se estivesse surfando com maestria numa onda. Tudo é aproveitado e se cria valor na própria vida.

Então um buda não manifesta mais os outros nove mundos?

Vamos a um exemplo recente. Foi veiculada na mídia a foto do garoto sírio Aylan Kurdi, de 3 anos. A imagem do menino morto numa praia chocou o mundo e ele virou mártir da crise de refugiados que assola a Europa.

Não há quem não se revolte ou fique triste com essa situação. Faltam palavras para descrever tamanha dor infernal. No entanto, a reação geral foi além e extraiu dessa amarga experiência uma nova energia para solucionar com dignidade a questão dos refugiados de tal forma que isso nunca mais aconteça.

Em outro exemplo, o presidente Ikeda passou pela dor de ter um irmão morto na Segunda Guerra Mundial. Daí, extraiu com ira a energia mais profunda da sua vida tornando-a um juramento pela paz e vem agindo há décadas para garantir que não haja guerra e seja criada uma cultura de paz.

Um buda não se afasta da realidade nem nega os nove mundos. Ele faz nascer um sol de esperança em seu coração e age energicamente se utilizando de tudo o que a vida oferece (nove mundos) para criar valor e incentivar as pessoas (estado de buda).

O presidente Ikeda analisa: “Por mais aflições que haja na vida diária ou que os sofrimentos continuem, se o sol dentro do coração brilha intensamente, ele ilumina a circunstância para que seja superada com tranquilidade, e esse sol pode ser compreendido como o estado de buda de nossa vida” (BS, ed. 2.230, 7 jun. 2014, p. B2).

Uma pessoa no estado de buda se utiliza, por exemplo, da força da ira para combater a corrupção. Sem o estado de buda, a ira é apenas inteligência de manipulação para resolver questões pessoais e “subir” na vida.

Nobre caráter e uma vida

plena de realizações

O caminho para uma vida plena é desenvolver um nobre caráter que não nega a diversidade da vida e cria valor, satisfação e incentivo em tudo o que faz.

Essa nobre condição é possível porque ela está expressa no Nam-myoho-renge-kyo. Aplicar o budismo no comportamento e no cotidiano é, em si, viver no estado de buda, a condição mais sensacional de todas.

Inspirado no caráter do Mestre, o presidente Ikeda, recitamos Nam-myoho-renge-kyo diante do Gohonzon com senso de responsabilidade de viver plenamente cada situação, aplicando a energia do daimoku (estado de buda) em cada tarefa (nove outros mundos).

É uma maneira incrível de viver: “A pessoa que tem o estado de buda como base busca novos obstáculos e desafios que precisam ser superados em benefício do mundo e também do próprio aprimoramento e crescimento” (Vida, um Enigma, uma Joia Preciosa, p. 171).

SAIBA MAIS SOBRE OS DEZ MUNDOS

Nichiren Daishonin

“Quando observamos o rosto de alguém em momentos diferentes, vemos que, algumas vezes, essa pessoa está alegre, em outras, irada, e, em outras, tranquila. Em certas circunstâncias, percebemos que o rosto de uma pessoa reflete ganância, em outras, estupidez, e, em outras, perversidade. O ódio indica o mundo de inferno; a ganância, o mundo dos espíritos famintos; a estupidez, o mundo da animalidade; a perversidade, o mundo dos asura; e o mundo da alegria, o mundo do seres celestiais; e a tranquilidade, o mundo dos seres humanos” (CEND, v. I, p. 375).

Daisaku Ikeda

“Se observarmos a vida que segue momento a momento para o futuro, vemos que ela apresenta dez categorias que o budismo denomina ‘dez mundos’. [...] Cada um dos dez estados de vida se evidencia aleatoriamente a cada momento, não sendo possível fixá-los porque, no momento seguinte, outro estado já se evidencia. A sabedoria intuitiva do budismo, do princípio da lei da ‘possessão mútua dos dez mundos’, capturou esse dinamismo da vida de maneira extraordinária” (BS, ed. 2.230, 7 jun. 2014, p. B2).

Desfrute as quatro estações da vida

Outra forma simples de entender os dez mundos é compará-lo com as estações do ano: inverno, primavera, verão e outono. Não há estação melhor do que a outra nem é possível frear a alternância entre elas. Cada uma tem seu brilho, sua razão e, no todo, são benéficas para a continuidade saudável da vida. Uma árvore enfrenta o frio do rigoroso inverno e fica sem suas folhas. Mas essa dificuldade faz a planta acumular energia numa espécie de hibernação que, com a chegada da primavera, explode em flores e cores.

A pessoa que faz do estado de buda a base da vida tem energia para experimentar os nove outros mundos com serenidade, transformando tudo em estímulo para o aprimoramento. Mesmo a agonia do inferno faz ampliar e fortalecer sua sensibilidade com o sofrimento alheio.

Josei Toda afirma sobre a força do estado de buda: “Em algumas ocasiões ainda poderemos ficar irados ou nos surpreendermos; pois o fato de desfrutarmos uma paz espiritual não significa que eliminamos a ira, por exemplo. Uma preocupação ainda continua sendo uma preocupação. Contudo, em nosso interior, sentimos uma profunda paz espiritual”. O presidente Ikeda complementa: “O estado de buda é expresso na disposição de enfrentar até os sofrimentos do inferno. Esse é o estado de inferno contido no de buda: é sofrer pelo bem das outras pessoas, um sofrimento experimentado com senso de responsabilidade e compaixão”.

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