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Conheça o Budismo

O mais belo e rico laço entre seres humanos

Por melhor que seja uma pessoa, se ela possuir um bom mestre crescerá muito mais e será infinitamente mais feliz e realizada. Por meio do exemplo dos filósofos Sócrates e Platão, vamos conhecer detalhes sobre a mais forte relação humana e por que “desde o início, a Soka Gakkai tem sua origem na unicidade de mestre e discípulo” (Daisaku Ikeda)

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17/09/2016

O mais belo e rico laço entre seres humanos

Sócrates e Platão, um eterno exemplo de união pela justiça

A principal corrente de pensamento da civilização ocidental se originou com dois homens: Sócrates e Platão.

A força de ambos estava no apoio mútuo com base na relação de mestre e discípulo.

Num discurso aos jovens, o presidente da SGI disse: “Hoje, gostaria de discutir o relacionamento do filósofo com o povo e do mestre com o discípulo com base no exemplo de Sócrates e Platão” (Guia de Orientações Líder, v. 26, p. 44, jul.ago. 1989).

Sócrates nasceu 469 anos antes de Cristo em Atenas, na Grécia, uma região que floresceu como centro da civilização clássica grega considerada a capital da razão e da democracia. A sabedoria desse pensador era amplamente difundida e, “mesmo hoje, Sócrates é elogiado como um professor da humanidade”(Ibidem).

Mas, ao longo da sua vida, ele foi motivo de chacotas e alvo de muitas perseguições. Esse bom e sábio homem foi condenado e executado pelo Estado aos 70 anos de idade. “Um verdadeiro patriota, Sócrates amou e se devotou a sua Atenas natal. Ele era a pessoa de sabedoria e senso de justiça mais distinta que existia” (Ibidem). Por ocasião de sua morte, seu fiel discípulo Platão estava com 28 anos e a perda de seu mestre mudou por completo a vida do jovem e os rumos do pensamento filosófico do mundo.

Por que os justos são perseguidos?

“Por que então Sócrates foi injustamente caluniado e difamado?” — pergunta o presidente Ikeda.

O sábio que tanto amava e se esforçava para lapidar a vida dos moços e das moças de Atenas foi sentenciado exatamente do contrário: “Ele era acusado de corromper a juventude da cidade e rejeitar os deuses de Atenas” (Ibidem). Seu principal acusador era um homem chamado Meleteus, ligado à políticos proeminentes. A boataria e as mentiras sobre Sócrates infelizmente foram se espalhando e adotadas com verdade, embora todos que tomassem contato com o grande sábio reconheciam nele o oposto das acusações. “Um dos meios que os demagogos da época de Sócrates gostavam de utilizar era a fabricação de escândalos” (Ibidem, p. 49).

Ele ainda tinha a opção de apelar e admitir a culpa para escapar da execução, mas se negou porque jamais trairia suas convicções.

Sócrates morreu. O mais justo daqueles homens foi injustamente sentenciado a tomar o veneno mortal cicuta. “Em essência, Sócrates declarou que uma pessoa deveria pôr sua alma acima de qualquer outra coisa, considerando-a o mais importante tesouro. Sócrates tinha algo em comum com Nichiren Daishonin, que declara: ‘A fé sozinha é o que realmente importa’” (Ibidem, p. 56).

A conduta e as convicções dele foram totalmente assimiladas pelo seu discípulo Platão, que tremeu em fúria diante da injusta morte do seu mestre. A relação de mestre e discípulo é a força motriz da justiça, o ponto de partida de qualquer mudança profunda pessoal ou social. Por isso é um tema fundamental no budismo.

A base da vitória está na unicidade de mestre e discípulo

O ideal de Sócrates continuou vivo em seu amado discípulo. “Sócrates confiava que Platão incorporaria seu espírito e prosseguiria em seus passos. Um mestre que possui um discípulo a quem pode depositar total confiança é muito afortunado” (Ibidem, p. 67).

Platão viveu ao lado do seu mestre por nove anos e a morte dele o abalou tão profundamente que caiu doente de tão entristecido. Mas ele logo se levantou com um espírito vigoroso e iniciou a batalha do discípulo: “Platão jurou jamais perdoar o mal que levara seu mestre à morte e jurou estabelecer a justiça e a verdade de seu mestre aos olhos de todas as pessoas” (Ibidem, p. 68).

Dali em diante, por mais de cinquenta anos, até a sua morte aos 80, Platão lutou sinceramente para alcançar esses objetivos. O propósito da sua existência estava em provar a verdade da vida de seu mestre. Ele jurou mudar a política por meio do treinamento de jovens que fizessem contraponto ao poder corrompido da época. “Nos seus últimos dias, sempre que falava sobre a morte de seu mestre, Platão se enchia de indignação e seu corpo tremia. Por cinquenta anos, ele continuou ardendo de ódio contra o mal. Este rancor exarcerbado o capacitou a conduzir sua vida de forma esplêndida, como um artista que trabalha por anos a fio e produz uma obra prima monumental” (Ibidem, p. 69-70).

A força que transforma a realidade nasce quando o propósito do mestre está vivo no coração e nas atitudes do discípulo.

“Fui para o presidente Toda o que Platão foi para Sócrates”

Platão iniciou sua batalha e atacou a raiz do problema de Atenas: investiu todas as suas forças para “construir uma república na qual a filosofia, ou, literalmente, o amor pela sabedoria, guiaria as autoridades políticas” (Ibidem, p. 71).

Ele se esforçou em três áreas: letras, educação e política. Sua força era descomunal e nada o parava. O presidente Ikeda afirma: “Em retrospecto, eu também tenho me esforçado nessas três áreas” (Ibidem). A vida do presidente da SGI está firmemente enraizada no solo da unicidade com seu mestre Josei Toda. Ele vem trabalhando desde a juventude para cumprir o juramento do Sr. Toda de eliminar a miséria da face da Terra.

Daisaku Ikeda herdou a fé, os planos e os desejos de Josei Toda. Sua fúria contra a injustiça e contra o mal o impulsionou a construir a maior organização pacifista do mundo, a SGI: “Tenho empreendido todos esses esforços movido pelo desejo de concretizar a visão de Toda sensei sobre o futuro, baseado em suas ideias e concepções” (Ibidem, p. 72).

Um discípulo que vive pelos ideais de um bom mestre manifesta a força de milhares de pessoas, rompe a concha do ego e vive a mais digna existência.

Vida dedicada à

nobres ideais

“Depois da morte de Sócrates, um novo Sócrates nasceu na pessoa de Platão. Fui para o presidente Toda o que Platão foi para Sócrates, portanto, posso entender muito bem a relação entre esses dois filósofos gregos” (Ibidem, p. 73), afirma o líder da SGI.

Num mundo em constante mudança, a unicidade de mestre e discípulo é a base mais sólida para uma vida correta e dedicada à nobres ideais. Somente nesse caminho “a luz das ideias expostas por uma grande alma é transmitida sem interrupção e fica eternizada. Esse modo de vida é parte da herança cultural da humanidade” (Ibidem, p. 74).

Uma vida rica, saudável e plenamente feliz

Nós, membros da SGI, somos herdeiros legítimos dos ideais, dos sonhos e da vida do presidente Ikeda. É por isso que todo associado da SGI é forte e vitorioso.

Ao se empenhar para tornar realidade o sonho da paz mundial do líder da SGI, o discípulo multiplica sua força e vive a mais significativa existência. Cada tarefa se torna uma batalha para vencer a si e, ainda, encorajar as pessoas ao redor.

Dedicar-se ao mestre é ter o mesmo propósito que ele, assim como aprendemos com os dois filósofos gregos. Sócrates venceu porque sua vida foi eternizada pelo esforço do discípulo; Platão venceu e mudou a história da humanidade para sempre porque sua vida estava inteiramente inspirada no mestre.

A unicidade de mestre e discípulo é o caminho mais saudável de vida. Não é um relacionamento unilateral de mestre no alto e discípulo embaixo nem um tipo feudalista e opressivo de relacionamento.

É uma relação enriquecedora e eterna. Quem se dedica a essa forma de vida tem força para superar qualquer dificuldade.

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