Conheça o Budismo
BS
Encorajar os outros gera benefícios e felicidade
O presidente Ikeda apresenta as “sete formas de fazer oferecimentos às pessoas sem envolver dinheiro ou bens materiais”
31/12/2016
A Alemanha sempre me faz lembrar seu grande poeta Johann Wolfgang von Goethe (1749–1832), que escreveu: “O mais feliz dos homens é aquele que consegue ligar o final de sua vida ao início”.
Aqueles que no final da vida podem dizer “Fiz o melhor”, “Realizei minha missão”, “Sustentei a minha fé” são realmente felizes. Com este intento, devemos viver “de acordo com nossa própria vontade” (zuijii, em japonês), isto é, sem sermos influenciados ou dominados por qualquer coisa. A convicção é a coluna dorsal de uma pessoa. Portanto, precisamos tornar nossa convicção determinada.
No entanto, sabemos que a vida é uma sucessão de mudanças. A sociedade também muda incessantemente. O que é preciso para conduzir uma vida ainda mais valiosa e rica em meio a este fluxo contínuo? A resposta é a sabedoria. A sabedoria renovadora e ilimitada é o próprio poder. A sabedoria é a força que nos capacita a impelir nossa vida em direção aos valores do belo, do bem e do benefício. É o leme que nos guia e também aos outros em direção à felicidade. À medida que a sociedade fica cada vez mais complexa, essa sabedoria se torna ainda mais necessária.
Um especialista em viver nunca fica confuso
Uma escritura budista explica que existem sete maneiras de fazer oferecimentos às pessoas sem envolver dinheiro ou bens materiais.
A primeira são os “oferecimentos do olhar” — sempre se encontrar com as pessoas com um olhar benevolente. Os líderes não devem fitar as pessoas de modo penetrante como se dissessem “Bem, e sobre aquela questão que eu lhe havia mencionado?”.
A segunda são os “oferecimentos do semblante” — encontrar-se com os outros com uma expressão radiante no rosto, e não com uma carranca! Creio que no caso das mulheres devem ser às vezes cautelosas — especialmente ao lidar com os homens — e não adotar um ar de tolas nem ficarem apenas rindo!
A terceira são os “oferecimentos da palavra” — dirigir-se aos outros com palavras gentis e não com uma linguagem grosseira e abrasiva. Vamos sempre tentar nos comunicar por meio de palavras que façam as pessoas se sentirem tranquilas com o coração iluminado.
A quarta são os “oferecimentos da atitude” — demonstrar respeito aos outros. Os líderes, em particular, devem ter atitudes decentes e demonstrar máxima cortesia aos membros com suas ações. Por outro lado, devemos lutar com uma atitude firme e decidida em relação à maldade e aos inimigos da justiça.
Daishonin disse: “A ira pode ser encontrada tanto no bem como no mal” (GZ, p. 584.) Quando for necessária a ira, devemos ficar irados. No entanto, os líderes que falham em lutar contra a maldade devido à sua covardia e em vez disso repreendem os membros, a quem deveriam abraçar calorosamente, são simplesmente desprezíveis.
É responsabilidade dos líderes proteger seus preciosos membros falando e lutando decididamente a fim de capacitar cada um a viver com orgulho e alegria.
A quinta são os “oferecimentos do coração” — tratar os outros de forma calorosa e se empenhar para realizar o bem. Palavras sinceras e uma atitude benevolente não são suficientes. Sustentando tudo isso deve haver um “coração” que seja da mesma maneira amável e benevolente.
A sexta são os “oferecimentos do lugar” — proporcionar cadeiras para os outros se sentarem. Isso pode ser visto, por exemplo, no respeito e na deferência que demonstramos àqueles que percorreram longas distâncias para participar de uma reunião, indicando-lhes os primeiros lugares da sala e tentando fazê-los sentirem-se confortáveis.
A sétima são os “oferecimentos da moradia” — convidar aqueles que vieram nos ver para irem à nossa casa. Podemos agradecer a cada um, por exemplo, com “Muito obrigado por ter vindo. Por favor, não gostaria de entrar?”. As pessoas que oferecem a casa para a realização de reuniões estão agindo da forma mais digna de respeito.
Shakyamuni também incentivava seus discípulos a cultivar “ações virtuosas”, “palavras virtuosas” e “pensamentos virtuosos”.
Os associados da SGI estão agindo com benevolência por meio de ações, palavras e pensamentos — as três categorias da ação. Portanto, os líderes não devem ficar absolutamente irados ou gritar com os membros. Tratar os filhos do Buda de maneira desumana é denegrir o budismo. Isso é o mesmo que caluniar a Lei. Quando precisarmos dizer algo de forma rigorosa a alguém, primeiro devemos recitar bastante daimoku direcionado para essa questão e depois conversar com a pessoa com base em um espírito benevolente de sincera preocupação com sua felicidade.
Shakyamuni disse: “A compulsão aumenta naquele que se previne contra as falhas dos outros, sempre pronto a culpá-los; tal pessoa está longe de acabar com a compulsão (desonras que surgem dos desejos mundanos)”.
A boa sorte e o benefício de levar esperança aos amigos
Em última análise, aqueles que apenas tentam salientar e criticar as falhas dos demais desmoralizarão a si próprios e serão destruídos pela sua própria feiura. No final, essas pessoas sofrerão. Em contraste, os esforços daqueles que encorajam e apoiam os outros de todo o coração serão transformados na própria boa sorte e benefício. Onde estiverem, inclusive os iniciantes na prática da fé, as pessoas atuarão como divindades budistas trabalhando para protegê-los. É assim que funciona o princípio de “simultaneidade de causa e efeito”.
“Quero dar paz de espírito aos meus amigos; Quero lhes dar esperança” — este é o espírito de um verdadeiro líder. Espero que os senhores sejam líderes dos quais as pessoas digam com admiração: “Quando aquela pessoa está por perto, todos ao redor ficam radiantes e alegres. Todos se sentem mais leves e revigorados tanto de corpo como de espírito”.
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