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Conheça o Budismo

Vida diária com paixão e foco

Ao lutar por algo, dê o seu melhor, se jogue de corpo e alma, resolva tarefa por tarefa, seja otimista e vença. Isso é criar valor! O presidente Ikeda afirma sobre a melhor postura diante dos desafios: “O Sutra do Lótus ensina que podemos fazer todo o nosso ser se inflamar com o forte desejo de atingir um grande objetivo”. Conheça nesta edição o termo criar valor que significa manifestar a dignidade inata da vida ao resolver os desafios diários. Esse conceito é tão importante que nossa organização se chama Soka Gakkai (Sociedade de Criação de Valor).

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04/02/2017

Vida diária com paixão e foco

Criar valor: ser você mesmo e agir com paixão

Devemos ter muitos desejos; e ao lutar por eles, sentir plena satisfação e ainda inspirar os outros — essa é uma vida que cria valor.

A chave está na energia vital: uma pessoa com abundante força espiritual usa todas as suas habilidades para vencer. O Mestre afirma:

“O Sutra do Lótus ensina que podemos fazer com que todo nosso ser se inflame com o forte desejo de atingir um grande objetivo. Não ensina que devemos suprimir a ira, mas sim que essa ira tem seu papel no estímulo aos nossos esforços para combater a perversidade” (BS, ed. 1.525, 25 set. 1999, p. 4).

A meta do budismo na SGI não é criar pessoas pasteurizadas, áridas. Ao contrário, por meio do daimoku e do shakubuku, manifestamos nossa força máxima, sem suprimir nada e, com autenticidade, agimos com ardor contra o mal e com generosidade com as pessoas que sofrem. A ira usada para vencer o autoritarismo e a corrupção produz valor; a mesma ira usada para ofender a própria dignidade e se apequenar gera medo e ansiedade (antivalor). O Mestre continua:

“As pessoas que suprimem seus próprios sentimentos, que se contentam em ser dóceis, que não têm força e que simplesmente se deixam arrastar pelas influências externas são candidatas perfeitas a serem passadas para trás e a serem usadas pelas ferozes forças negativas nos Últimos Dias da Lei. Porém, Daishonin insiste para que desafiemos a maldade com grande indignação e paixão” (Ibidem).

Criar valor: fazer a revolução humana

Para quem tem fé no Gohonzon, tudo é benefício.

Mesmo que não se perceba isso no momento, com o passar do tempo a vida vai entrando na órbita da Lei Mística e todos os desejos são realizados. Aí, podemos dizer com honestidade “Tudo pelo que passei foi realmente para melhor”.

O presidente Ikeda nos ofecere um exemplo de como criar valor na vida diária.

Imagine um pintor com um desejo interior pujante. Com sincero esforço ele concretiza seu objetivo e produz uma obra de arte primorosa. Essa fusão entre o sujeito e o objeto produz imensa satisfação ao artista. Quando essa pintura é vendida por um ótimo preço, o lucro se soma ao valor subjetivo do artista. Criar valor é viver intensamente em prol de cada assunto pessoal de modo que o benefício dos seus atos seja positivo para você, para as pessoas e para o mundo:

“Criar valor na vida diária é a essência do Sutra do Lótus. Uma religião mundial deve capacitar as pessoas a receberem benefícios no momento presente” (BS, ed. 1.560, 17 jun. 2000, p. 3).

A unicidade de mestre e discípulo produz benefícios aqui e agora

O espanto do jazzista

“O presidente Makiguchi afirmou que uma religião que não se preocupa em criar valor na vida humana é inútil. Ignorar a realidade da vida é o mesmo que ignorar o ser humano” (BS, ed. 1.560, 17 jun. 2000, p. 3).

Para exemplificar a frase acima do presidente Ikeda, vamos apresentar o exemplo do famoso músico norte-americano Herbie Hancock.

Ele ingressou na SGI em 1972, aos 32 anos. Já era uma estrela musical do jazz, mas sentiu que havia chegado a um impasse em seu desenvolvimento musical. Sua música incorporava elementos dos estilos africano e rock, atraindo vários fãs. No entanto, ele estava insatisfeito — buscava ansiosamente a música ideal: “Para criar uma nova música, será que eu não preciso de um novo alicerce para o meu espírito?”, ponderava diariamente.

Certo dia ouviu um solo improvisado do baixista de sua banda que o comoveu. Emocionado, perguntou ao amigo:

— Este foi um solo fantástico! Houve alguma grande mudança em você?

— É exatamente isso. Tenho passado por uma transformação interior. Na verdade, estava pensando em como falar isso para você. E vim orando para que também pudesse praticar comigo, confidenciou-lhe o amigo.

— O quê? Orando? — perguntou Herbie, espantado.

Nova música

Herbie Hancock se sentou em frente ao Gohonzon pela primeira vez.

Ele recitou Nam-myoho-renge-kyo com os membros da SGI-Estados Unidos e sentiu uma ardente energia preenchendo todo o seu corpo. Sentiu algo diferente ressoar profundamente no mais íntimo do seu ser. Agora, impulsionado pela energia vital da recitação e da propagação do daimoku, ele encarava o desafio criando valor:

“Quero compor um tipo de música que agrade não somente a um restrito grupo de fãs de jazz, mas para as donas de casas que vão às reuniões da Soka Gakkai, os guardas que limpam o teatro, para todo mundo. Quero criar uma nova música que seja simples e ao mesmo tempo de alto mérito artístico” (BS, ed. 2.189, 20 jul. 2013, p. C2).

Vou experimentar

O amigo explicou que sua esposa estava sofrendo com sequelas de um acidente de carro quando alguém lhe falou sobre o Budismo Nichiren. Ela ingressou na Soka Gakkai e por meio da oração superou sua dor. Vendo isso, decidiu praticar. Ele disse a Herbie que o budismo ensina os princípios fundamentais do universo.

— Por meio da oração — continuou o amigo — transformamos nossa vida e alcançamos a revolução humana. Recitar Nam-myoho-renge-kyo nos permite levar a vida em harmonia com a lei fundamental do universo e experimentar a suprema alegria. Ao orar sinceramente, tudo se torna possível.

Herbie ficou comovido pelas considerações de seu amigo, mas achou difícil de acreditar:

— Entendo o que está dizendo, mas não consigo acreditar que o fato de recitar essa palavra fará algo acontecer.

O amigo respondeu:

— Você não precisa acreditar em alguma coisa agora. Basta experimentar e verá os resultados. Isso o convencerá.

E assim decidiu experimentar. Dois dias depois participou de uma reunião da Soka Gakkai. Ele queria ver se essa filosofia era o que procurava. Quando chegou ao apartamento onde a atividade seria realizada, a reunião já havia terminado. Alguns membros permaneceram no local e compartilharam suas experiências de fé, dialogando e incentivando-o. Ele ficou profundamente tocado pela preocupação que tiveram com ele como ser humano.

Nova fase

O pianista de jazz criava e abandonava cada estilo, um atrás do outro, repetindo o processo incontáveis vezes.

Por fim, chegou a um som que incorporava funk, um ritmo e um estilo baseados em blues enraizados na cultura afro-americana contemporânea. Era uma nova condição de vida alcançada por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo.

No ano seguinte, em 1973, ele formou uma banda baseada em suas ideias. A gravação feita Herbie Hancock e sua nova banda vendeu um milhão e meio de cópias, uma prova clara de sua vitória pessoal. Sua música tinha um grande apelo popular. Sua angústia inicial estava preenchida agora com o som retumbante, compassivo e harmonioso do Nam-myoho-renge-kyo.

Sua vida não era mais dedicada apenas a si mesmo. Todo o seu talento e paixão criavam alto valor para ele e para os que o ouviam.

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