A eternidade em cada instante

Kuon ganjo: pessoas comuns que encorajam umas às outras

Na aparência e no modo de viver somos pessoas comuns, simples e sinceras. Mas nossa mente é impulsionada pela energia mais pura e original do universo — isto é kuon ganjo.

Somos “bodisatvas-buda” — pessoas que sem enfeites nem vaidade agem com a máxima benevolência com as demais .

A imensa energia que extraímos da recitação e da propagação do Nam-myoho-renge-kyo não é utilizada para nos vangloriar mas, de forma despretensiosa, a utilizamos para encorajar as pessoas. O presidente da SGI afirma:

“Um verdadeiro buda não se veste com enfeites ou adornos. Mostrar ares de superioridade é a atitude de um falso religioso. O buda revelado nas profundezas do Sutra do Lótus é um mortal comum. Enquanto a sua verdadeira identidade é a de buda, em aparência e atitude ele é um bodisatva. Ele é um ‘bodisatva-buda’. O buda não é arrogante. Ele vive no meio das pessoas comuns, e permanece ao lado delas no sofrimento e na alegria” (BS, ed. 1.441, 13 dez. 1997, p. 3).

Kuon ganjo é a força máxima que está sempre disponível em qualquer ponto do cosmos: em qualquer momento ela é total, nunca foi alterada nem será. É a própria vida em sua totalidade.

A descoberta mais fascinante do budismo é que qualquer pessoa consegue manifestar a energia total do universo mantendo sua forma humana.

Kuon ganjo é, portanto, a revolução humana: pessoas comuns vivendo de forma extraordinária — simples na aparência, plenamente felizes e dedicadas à felicidade das demais.

Quando dedicamos nossa vida a encorajar pessoas, estamos sincronizados com a vida eterna: “O buda do tempo sem início, ou kuon ganjo, o buda que existe eternamente sem início ou fim, é a própria vida do universo. É o constante e incessante trabalho de conduzir todas as pessoas à iluminação, sem um instante de pausa. De fato, esse buda eterno e nós próprios somos um só” (Ibidem).

Revolução humana: a batalha contra o próprio ego

“Revolução humana é uma grande luta contra o próprio ego. É a luta para alcançar o estado de ‘não nos importar com nosso próprio corpo ou vida’. Ao enfrentarmos as dificuldades e lutar para vencê-las, eliminamos a ilusão fundamental que existe em nossa vida” (Ibidem).

Obviamente que um budista preza a vida, é sábio e precavido. A expressão “não nos importar com nosso próprio corpo ou vida” quer dizer que em meio à realidade diária extraímos a força máxima eterna do universo e a utilizamos para encorajar as pessoas.

A vida, na sua origem e forma pura, é totalmente benevolente. O sol brilha porque queima a si mesmo para iluminar uma vasta área. Todo o ciclo de vida e morte do universo são atos de compaixão nos quais uns servem aos outros doando a si mesmos seja para proteger, seja para alimentar.

O impulso original da vida que nunca se altera (kuon ganjo) é a benevolência máxima da vida acompanhada da coragem de doar a si mesmo aos outros. Isso não é, de forma alguma, um ato hipócrita de abondonar a vida pessoal ou ser descuidado. Ao contrário, assim como o sol, nós brilhamos ao máximo quando usamos todos os nossos recursos para apoiar e encorajar as pessoas.

O ego deixa de exercer um papel negativo quando usamos nossas habilidades e nosso “jeito de ser” para incentivar as pessoas. O eterno (kuon, a Lei Mística, a compaixão máxima do universo que não tem começo nem fim) brilha em nossa vida diária aqui e agora (ganjo).

A eternidade no cotidiano

“O pro­pósito de nossa existência atual é romper as correntes do sofrimento que temos suportado desde o passado sem início e estabelecer o estado de buda eterno. Nosso desafio sincero para não termos nenhum arrependimento nesta existência é o que nos possibilita desenvolver um estado de vida vitorioso e livre de remorsos por toda a eternidade” (Sobre Atingir o Estado de Buda nesta Existência, p. 98).

Kuon ganjo é ter força para vencer problemas e viver sem arrepandimentos enquando encoraja pessoas com toda sinceridade.

Quem reza só para si cai no egoísmo. Quem só quer ajudar os outros sem brilhar internamente tende à hipocrisia. O budismo ensina a unicidade do bem-estar interior com as ações concretas para a mudança da vida das pessoas.

Kuon ganjo é desfrutar a vida “eterna” a cada instante, ou seja, se dedicar ao kosen-rufu junto com o presidente Ikeda porque todas as ações da SGI se originam da própria vida universal do buda.

Manifeste imediatamente o sol da Lei eterna da vida

“Vamos triunfar com todo vigor na luta para manifestar o estado de buda nesta existência, que concentra a eternidade no momento atual, e prossigamos alegremente a jornada do kosen-rufu por toda a eternidade” (Ibidem, p. 99).

Kuon ganjo é esperança máxima, é a certeza de que podemos concentrar e manifestar a eternidade no momento atual.

A forma concreta de viver assim é depositando fé no Gohonzon em cada assunto da vida diária. O eterno (o Nam-myoho-renge-kyo) deve ser aplicado com força total nas coisas temporais (problemas e desafios diários). A cada vitória vamos nos fortalecendo, aumentando a confiança e criando uma espiral de alegria que nos revitaliza e ao nosso ambiente.

A prática do shakubuku inspirada na conduta do presidente Ikeda encerra nela, também, a eternidade em cada momento. A coragem de incentivar um amigo faz cada instante ser repleto de alegria.

Concluímos com esta orientação esperançosa do presidente Ikeda: “Por meio da nossa fé na Lei Mística de kuon ganjo imediatamente evidenciamos o mundo do estado de buda, não importando o mundo ou estado de vida em que sentimos no momento”.

Quero renascer como uma atriz linda e famosa

Kuon ganjo é viver cada momento ao máximo dando o melhor de si desejando ser feliz e conduzindo as pessoas à felicidade. Quem vive assim, brilha. Cada momento passa a ser tão gostoso de viver que preenche seu “eu” por toda a eternidade com satisfação e júbilo. Ikeda sensei ensina:

“Por favor, continuem se empenhando com renovada disposição e espírito de desafio. Ao lermos os escritos de Nichiren Daishonin, não temos dúvida de que as pessoas que forjam seu espírito de luta nesta existência atingem um elevado estado de vida que lhes possibilita avançar livre e alegremente por toda a eterna jornada da vida. Toda sensei costumava comentar, num certo tom de brincadeira, ao descrever esse estado livre e irrestrito que abarca o universo inteiro e atravessa a eternidade: ‘Nós morremos e depois renascemos. Eu, particularmente, quero renascer como uma mulher de beleza estonteante!’. Ele ainda dizia que seria uma beldade famosa no mundo inteiro e que as pessoas ao seu redor se acotovelariam para tirar fotos e perdir-lhe autógrafos. ‘Obviamente’, ele complementava, ‘jamais darei meu autógrafo para pessoas maldosas ou repulsivas’.” (Sobre Atingir o Estado de Buda nesta Existência, p. 96).