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Gratidão nos torna humanos

Uma coisa jamais muda no budismo: o nobre esforço de saldar as dívidas de gratidão

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26/08/2017

Gratidão nos torna humanos

Gratidão aos pais: o ponto de partida do budismo

Gratidão é algo tão sério e crucial para a felicidade que o budismo a trata como dívida.

O maior tesouro que temos é a vida que recebemos dos nossos pais. Ela é infinita riqueza porque nos foi concedida e nela há ilimitada experiência acumulada que, se bem aproveitada, gera uma existência de total satisfação e valor a si e ao mundo.

Se você ganhasse de um amigo um tesouro em dinheiro e joias ficaria imensamente grato. Quantos e quantos problemas seriam resolvidos com esse “presentão”!

Milhões e milhões de vezes mais valioso que dinheiro é a preciosa vida que nos foi dada pelos pais. A “dívida” que temos com eles é ilimitada e quanto mais nos dedicarmos a “quitar” essa dívida, mais agiremos com generosidade, respeito, compaixão e carinho.

Por mais que nossos pais tenham problemas ou que talvez não sejam exatamente do jeito que desejamos, nada é maior que o presente que nos deram: a vida!

Portanto, prezar, respeitar e agir concretamente para zerar essa dívida é um nobre ato humano. Ser budista é ter uma vida de gratidão.

“Josei Toda havia ensinado que era natural um budista querer bem às pessoas e amar seus pais. Dizia ele: ‘Como podem os jovens amar os outros se nem ao menos amam seus próprios pais?’ Por outro lado, Nichiren Daishonin ensinou que saldar as dívidas de gratidão aos pais e às pessoas era o caminho de vida dos seres humanos.

O conceito de retribuir a quem temos gratidão é um pensamento típico do budismo. Em sua raiz, existe o princípio da existência dependente, isto é, a ideia de que nada existe só, de que todas as coisas estão intrinsecamente relacionadas e influem umas nas outras. Segundo essa perspectiva, cada indivíduo existe graças ao apoio direto e indireto de inúmeras pessoas. Por essa razão, todos devem se relacionar com o sentimento de gratidão e de retribuição uns com os outros, não se limitando apenas aos pais”

Dr. Daisaku Ikeda — (Nova Revolução Humana, capítulo “Abrindo Caminho”, v. 5, p. 54)

A forma eficaz de saldaras dívidas de gratidão

Quitar as dívidas de gratidão que temos com nossos pais, com a natureza e com todos os seres vivos é um enorme desafio.

Se, por exemplo, recebemos um presente de alguém, retribuímos agradecendo, dando outro presente. Mas, e aos nossos pais, dos quais recebemos a vida? E aos outros seres, que nos deram suporte até hoje para mantermos esta vida? E à natureza que nos proveu alimentos, calor, que nos permitiu expandir e manter nosso corpo e mente? Como retribuir?

Somente um bom mestre nos ensina a maneira correta de liquidar tal enorme dívida de gratidão. Por isso, Ikeda sensei é nosso mestre — ele nos mostra a conduta mais nobre capaz de gerar a energia vital que liquida a dívida de gratidão.

Ele nos orienta sobre a Lei Mística, a lei da origem da vida. E nos educa a manifestar essa Lei e conduzir todas as pessoas ao estado de buda — a condição mental na qual a vida flui em sua forma total, livre de impedimentos, com máxima criatividade e boa sorte: propagar o Gohonzon e o mestre a alguém é quitar a dívida de gratidão que temos com essa pessoa, é o ato humano mais importante.

Uma existência de compaixão dedicada a encorajar indivíduo por indivíduo e manifestar em cada um a felicidade plena é uma vida na qual se paga as dívidas de gratidão.

Fazer shakubuku em alguém é um sublime ato no qual lhe “devolvemos” a vida. Saldamos o que recebemos devolvendo a vida (o estado de buda) a cada ser humano.

Kosen-rufu significa também propagar amplamente (pessoa por pessoa, até chegar a todas) a Lei Mística que recebemos e aprendemos com nosso mestre. Dedicar-se ao kosen-rufu é quitar totalmente a dívida com todos os seres.

A gratidão ao mestre que nos ensina essa forma genial de retribuir aos nossos pais e aos seres é, portanto, infinita. A maior alegria é nos levantarmos com essa convicção e unirmos os demais companheiros em torno da meta de eternizar o “Buda Soka Gakkai”.

Jovens de infinita gratidão

Viver para realizar os sonhos do mestre é a maneira mais eficaz de ser feliz e mudar o destino de si, da família e do planeta. O próprio Ikeda sensei relata sua mais íntima decisão em relação ao seu mestre:

Um integrante da Divisão dos Estudantes certo dia me perguntou:

— Qual o seu sonho?

— É tornar realidade o sonho do meu mestre, Josei Toda, — respondi.

Porque esse é o caminho direto para a concretização da paz mundial e da transformação do destino da humanidade.

Na mesma ocasião, eu também disse aos nossos jovens membros:

— Espero que no futuro vocês sejam excelentes estudiosos e líderes da sociedade. Esse é um dos meus maiores sonhos.

Nesta nova era do kosen-rufu mundial, jovens de todo o mundo estão se esforçando para tornar esse sonho realidade. Toda vez que fico sabendo de suas vitórias, imagino Toda sensei sorrindo feliz. Só conseguimos saldar de fato nossas dívidas de gratidão pelo apoio e pela bondade que os outros nos concederam ao estendermos esse mesmo gesto à geração seguinte. (BS, ed. 2.384, 19 ago. 2017, p. B3)

Hoje, retribuir ao mestre significa manifestar no coração de cada jovem o mesmo estado de vida de Ikeda sensei.

Para que a Lei Mística se perpetue e a vida do mestre se expanda por mil anos ou até mais, é preciso que ela não cesse, que continue. Isso acontece quando os discípulos herdam o mesmo propósito dele e agem com firme determinação de levantar-se por si sós tendo os sonhos do mestre como metas pessoais e unam as pessoas nessa dramática e vitoriosa maneira de viver.

Todo obstáculo é superado por quem se mantém fiel ao mestre

Uma passagem da Nova Revolução Humana retrata bem o sentimento imutável de Ikeda sensei em relação ao seu mestre, Josei Toda. Sua fidelidade, gratidão, amor e juramento de retribuir ao mestre não eram negociáveis.

Quando Josei Toda passava por terríveis problemas nos negócios, mesmo os leais discípulos o abandonaram. Nessa fase, Ikeda sensei, aos 23 anos, foi chamado por três líderes. Cada um lhe fez uma proposta:

Nunca me esquecerei do que aqueles três líderes disseram.

O primeiro deles tentara persuadir Shin’ichi:

— Pare de trabalhar com Josei Toda. Para que arruinar sua saúde?

As palavras dele eram destituídas de gratidão ou integridade. Com ardente indignação, Shin’ichi respondeu com firmeza:

— O presidente Toda é meu mestre. Não se espera que um discípulo sirva o seu mestre haja o que houver?

O segundo dissera cochichando:

— Esqueça essa coisa de trabalhar para o Sr. Toda; entre no mundo dos negócios comigo. Vamos ficar ricos!

A sugestão dele refletia sua vilania. Shin’ichi fitou em silêncio aquele oportunista interessado somente em si.

O terceiro líder, contudo, afirmara:

— Agora é o momento em que deve se erguer na fé. Jamais duvide do poder do Gohonzon. Deve proteger com todo vigor o Toda sensei.

Ao longo de todo aquele período de dificuldades, Shin’ichi trabalhou incansavelmente ao lado do presidente Toda.

Os dois primeiros líderes acabaram deixando a Soka Gakkai. Ambos, posteriormente, sofreram perdas: um sucumbindo à doença e o outro atingindo um impasse nos negócios. O terceiro, no entanto, que aconselhara Shin’ichi a proteger Josei Toda, continuou se empenhando vigorosamente como líder da Soka Gakkai, não apenas desfrutando uma condição de vida tranquila e serena, mas também obtendo o respeito daqueles que o conheciam. (Nova Revolução Humana, v. 2, p. 31)

Viver a cada momento o juramento de retribuir ao mestre produz a maior força humana. A vida flui de forma completa e, por mais terrível que sejam os obstáculos, tudo se transforma a exemplo da vida épica e vitoriosa de Ikeda sensei.

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