Uma pessoa de coragem manifesta as “quatro virtudes”

1 - De que forma consigo evidenciar as “quatro virtudes” no dia a dia?

Respondendo de forma bem direta, é elevando o estado de vida. Todos os seres humanos são dotados dos “dez mundos” [leia mais no BS da edição 2.431, 11 de agosto de 2018, caderno C], que são representações do nosso estado de vida, ou seja, de como percebemos os fatos. Mediante os acontecimentos diários, é comum oscilar entre os “dez mundos” — comum, mas não o ideal. Se você busca manifestar em vida o estado de buda, infalivelmente irradiará constantemente essa condição e as características que dela fazem parte. Entre essas qualidades estão as “quatro virtudes”, tema deste caderno.

Para que consiga elevar a condição de vida e manifestar o estado máximo de felicidade, são necessárias ações básicas como, a oração [recitação do Nam-myoho-renge-kyo (dai­moku) e do gongyo] e a ação de elevar o pensamento, falar e agir de forma positiva. A beleza e a grandiosidade desses atos simples, mas que precisam ser frequentemente exercitados, residem na firme decisão de se tornar uma pessoa cada vez melhor, um ser humano valoroso e benevolente. A benevolência budista contém, em si, o ato de compartilhar o budismo com outras pessoas (shakubuku), atitude primordial dos praticantes do budismo da SGI.

2 - Qual o “ingrediente” fundamental para me tornar uma pessoa que manifesta as “quatro virtudes”?

Não existe uma receita pronta a ser seguida para manifestar as “quatro virtudes”, mas o presidente Ikeda destaca uma característica essencial presente nas pessoas felizes e realizadas e que ativam em sua vida “eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza”: a coragem! O verdadeiro budista manifesta coragem e encara tudo como oportunidade para a vitória. Ele abandona a visão comum de sofrimento e sente pulsar em seu peito uma vida de júbilo e de valor. Com o coração de um verdadeiro leão, ele se enche de energia vital e avança com coragem. Esse fator é muito importante, assim como destacou o presidente Ikeda num diálogo com o filósofo Lou Marinoff:

“Com pouca energia vital e iludida sobre a essência da vida, a pessoa constrói a felicidade como um castelo de areia: o mundo mental fica frágil diante das mudanças de ambiente. Já quem impulsiona o dia a dia com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, manifesta um caráter resistente e radiante, a pessoa ‘constrói um eu’ que permanece sempre firme e inabalável como uma ‘torre de tesouro’”.

Estabelecer uma condição de vida de força e de felicidade nos possibilita também desenvolver o espírito de empatia e de enxergar essa mesma condição no outro. Desse diálogo entre vidas surgem as mais belas flores da paz e do desenvolvimento que se espalham por todo o planeta.