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Conheça o Budismo

Toque sua vida!

Veja de outra forma. Dê um novo ritmo.

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13/04/2019

Toque sua vida!

Cultive sonhos e lance objetivos

Ponto de grande importância no budismo, o princípio de “desejos mundanos são iluminação” revela que a sabedoria necessária para alcançar o estado de buda se encontra inerente à vida de todas as pessoas. A tendência de sofrer iludido, por exemplo, pensando que felicidade se resume à conquista de bens materiais, turva a visão para o ponto mais importante do budismo, de que a prática sincera possibilita desenvolver um eu verdadeiramente inabalável. A pessoa se torna feliz por perceber seu imenso potencial e não somente pela materialização do objetivo lançado. O estado de buda é como uma dinâmica melodia cadenciada pelo exercício diário.

 

1. Qual a origem de “desejos mundanos são iluminação”?

Esse conceito de felicidade absoluta, que indica o poder de irmos muito além do que podemos imaginar, consta em diversos escritos do buda Nichiren Daishonin — a base do ensinamento budista praticado pelos integrantes da Soka Gakkai Internacional (SGI). Entre os mais conhecidos está a carta Desejos Mundanos São Iluminação, escrita em 1272 e endereçada ao seu discípulo Shijo Kingo, em que Daishonin explica que “desejos mundanos” e “iluminação” não são iguais, mas aspectos inseparáveis que se complementam como expressões da vida humana.

 

Visão provisória

Nos ensinamentos do budismo provisório, desejar algo apenas leva ao sofrimento. Isso porque, caso tal objetivo não fosse concretizado, a pessoa sofreria. Outro motivo era que desejos sem um propósito maior, após serem satisfeitos, proporcionam apenas alegria momentânea, logo sendo substituídos por outro desejo. Assim, naquela época as escolas budistas ensinavam às pessoas a abrir mão dos seus sonhos para que evitassem o sofrimento.

 

“O Sutra Mérito Universal declara: sem ter de eliminar os desejos mundanos nem se livrar dos cinco desejos, as pessoas podem purificar todos os seus sentidos e erradicar todas as suas faltas”

(CEND, v. I, p. 335)

 

2. Toque um novo som

Quando a caminhada começa,

A estrada pode até ser de dor

Tome a partitura da vida,

Faça como um compositor

 

Tente novamente, siga em frente

O canto do “rugido do leão”

A música que se faz presente

Emana do seu coração

 

O resultado dessa melodia

Conduz para um grande sucesso,

Move o sentimento de quem canta

Ecoa pelo universo

 

Manifeste paz,

Manifeste amor,

Toque a alma de alguém,

Faça um novo som

 

da Redação

 

 

3. Verdadeiro benefício

É crucial estar ciente do porquê sonhar e se lançar a um desafio. Nas atividades da SGI, aprendemos que mais importante que a materialização de um objetivo lançado, é a plenitude proporcionada pela conquista. É ter a certeza de que se pode ir além do esperado, inspirando as pessoas com o próprio exemplo, para que elas também manifestem seu estado de buda. Assim, o verdadeiro benefício é aquele que reflete de forma positiva na vida das outras pessoas e colabora positivamente para a felicidade da humanidade. Mas isso requer exercício diário.

 

De nota à nota

Essa plenitude caracterizada pela convicção no próprio estado de buda não pode ser conquistada de outra forma, a não ser a partir do exercício constante. Como um músico, que treina repetidas vezes em busca da perfeição. O antológico compositor alemão Ludwing van Beethoven é um exemplo de alguém que se aprimorava exercitando-se incessantemente e, dessa forma, conquistou a plenitude. Ele percebeu seu potencial, mas não se acomodou. Mesmo quando ficou surdo não parou de compor, atingiu um nível altíssimo de perfeição, eternizou sua obra e até hoje inspira gerações com suas composições. No caso dos praticantes do Budismo Nichiren, há o exercício constante na recitação diária do gongyo e do daimoku e na prática do shakubuku. Aprende-se que associar seus sonhos à missão de se dedicar ao kosen-rufu é um caminho eficaz para transformar os sonhos em realidade. Os membros da SGI, a partir dessa plenitude conquistada, inspiram os outros a vencer também.

 

“A Lei Mística é o meio fundamental para fazer surgir esse poder ilimitado que existe inerente a cada um. Essa força nos permite converter em sabedoria todos os desejos mundanos ou impulsos derivados da ilusão, assim como o fogo consome a lenha para fazer luz”

Dr. Daisaku Ikeda

(Terceira Civilização, ed. 480, maio 2008)

 

4. Amor próprio

Ao estudar os princípios do Budismo Nichiren, compreende-se que a felicidade absoluta se manifesta na vida diária, do jeito que a pessoa é e no ambiente em que vive. Dessa forma, acreditar no próprio potencial inerente significa evolução. E cultivar isso, aprendendo a lidar consigo mesmo, é sinal de amor próprio. A prática budista garante a todos, sem exceção, atingir essa condição. Ao basear a vida na lei de causa e efeito e agir para transformar dificuldade em felicidade, a pessoa já é vitoriosa — na causalidade budista, quando se faz uma causa o efeito ocorre imediatamente.

 

Conclusão

Nesta matéria, aprendemos que na prática da Soka Gakkai, desejar algo, seja material ou abstrato, não é  considerado algo negativo, desde que se saiba qual o objetivo dessa conquista. Porém, o mais importante é a plenitude da vitória ao conquistar algo e a certeza de que a capacidade para alcançar qualquer objetivo é inerente a cada ser humano. Manifestar essa condição é uma questão de exercitar-se na prática budista, tendo benevolência consigo e com os outros — como um artista que ensaia incessantemente uma canção e fica feliz não somente por tocá-la magistralmente, mas se sente completo quando a apresenta ao seu público.

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