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Atuar pela felicidade das pessoas
Fundada em 1960 pelo Dr. Daisaku Ikeda, a Associação Brasil SGI (BSGI) promove a paz, a cultura e a educação com base nos princípios filosóficos do Budismo de Nichiren Daishonin.
Redação
10/11/2022
Cinco meses após tomar posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda embarcou do Japão rumo à sua primeira viagem ao exterior, em 2 de outubro de 1960, a fim de promover a propagação mundial do Budismo de Nichiren Daishonin. A viagem de 24 dias incluía três países: Estados Unidos, Canadá e Brasil, sendo este último o maior objetivo, que se concretizou no dia 19 de outubro, quando o presidente Ikeda chegou a São Paulo. Essa data se tornou memorável, como ponto primordial e posteriormente denominada Dia da BSGI. Ikeda sensei relembra aqueles momentos:
Minha saúde estava em péssima condição. Devido ao cansaço acumulado pela intensa programação da viagem, a febre de quase quarenta graus incomodou-me muito. Os líderes que me acompanhavam foram contra o prosseguimento da viagem para o Brasil. Entretanto, se eu não fosse naquela ocasião, não saberia quando poderia retomar essa longa jornada. “Eu irei. Irei sem falta, custe o que custar! Se tiver de tombar, então tombarei em combate!” Com essa decisão e empurrando meu corpo febril, assinalei o primeiro passo do kosen-rufu em terras brasileiras. E percorrendo essa terra com os pioneiros daquela época, plantamos juntos as sementes do kosen-rufu.1
Em meio à intensa programação, no dia 20 de outubro, foi realizada a reunião de fundação do Distrito Brasil, o primeiro fora do Japão, no salão do Restaurante Chá Flora, em São Paulo.
Ondas bravias
Em sua segunda visita ao Brasil, o presidente Ikeda desembarcou no Rio de Janeiro em 10 de março de 1966, acompanhado de sua esposa, Kaneko. A BSGI já havia alcançado um notável crescimento no número de famílias.
Desde 1964, o Brasil vivia sob regime militar. Os cinco dias em que Ikeda sensei esteve no país transcorreram sob constante vigilância policial em consequência de informações distorcidas sobre a Soka Gakkai.
Dois acontecimentos foram o ponto alto da sua segunda visita ao Brasil: o Festival Cultural da América do Sul, realizado no dia 13 de março, no Theatro Municipal de São Paulo, com a participação de 1.700 figurantes de várias localidades do país; e o encontro com 5 mil membros no Ginásio de Esportes do Pacaembu, também na capital paulista. Esses eventos ocorreram sob a vigilância de centenas de policiais.
O empenho dos membros nessa época resultou na inauguração da sede própria da BSGI em São Paulo (atual Sede Social da Divisão Feminina da BSGI) cujo imóvel foi adquirido pessoalmente pelo presidente Ikeda naquela visita. A organização, que era formada apenas por um distrito, passou a ser composta por três distritos gerais (atual regional ou área) e sete distritos.
O reencontro após dezoito anos
Em 1974, seria realizada uma viagem do presidente Ikeda aos Estados Unidos e ao Brasil. A BSGI programou a realização de um festival cultural para recebê-lo. Porém, a emissão do visto de entrada ao país foi negada: o governo brasileiro estava temeroso em função de uma denúncia anônima de que havia um indivíduo perigoso na comitiva.
A tristeza e a indignação se tornariam a força propulsora para mudar a história. Os membros redobraram os esforços para que a BSGI fosse reconhecida como uma organização digna de respeito.
Foram dezoito anos de espera, mas, em 19 de fevereiro de 1984, Ikeda sensei desembarcou no Aeroporto de Congonhas em São Paulo, em sua terceira visita ao Brasil.
Nos onze dias de permanência em solo brasileiro, ele se encontrou com diversas personalidades em Brasília, DF, e, nos intervalos desses compromissos, incentivou os membros calorosamente.
No dia 25 de fevereiro, o presidente Ikeda apareceu inesperadamente no ensaio geral do 1º Festival Cultural-Esportivo da SGI, realizado no Ginásio de Esportes do Ibirapuera, em São Paulo. Os milhares de figurantes e integrantes da organização que se encontravam no local ficaram surpresos e muito felizes. Quando ele surgiu e começou a dar a volta na pista olhando para os membros que lotavam as arquibancadas, uma manifestação forte de alegria e um turbilhão de vozes estremeceram o local. Todos aguardavam por esse grande momento.
Em coro, os figurantes e os espectadores cantaram com altivo orgulho Saudação a Sensei. Essa música encorajou os companheiros do Brasil nos momentos mais difíceis, incentivando-os a desafiar os próprios limites. Foi a canção que criou a forte solidariedade e o companheirismo entre os valorosos membros da BSGI.
Consolidação da BSGI Monarca
Em sua quarta visita ao Brasil, Ikeda sensei desembarcou no dia 9 de fevereiro de 1993, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, ocasião em que foi recebido por inúmeras personalidades, entre elas o então presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) Austregésilo de Athayde.
Além dos inesquecíveis encontros com os membros, o presidente Ikeda foi acolhido como sócio correspondente da ABL e homenageado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outras distinções acadêmicas e governamentais.
No Centro Cultural Campestre (CCCamp) da BSGI, ele participou da Convenção Sul-Americana da SGI, da 16ª Convenção da SGI e de vários outros eventos. Durante os dias em que esteve em terras brasileiras, vivenciou o grande avanço da BSGI desde a sua primeira visita em 1960.
Mais tarde, em 22 de julho de 2001, por ocasião da cerimônia de outorga do título de cidadão honorário do município de Itapevi, SP, realizada no Auditório Makiguchi em Tóquio, o presidente Ikeda enalteceu o grande desenvolvimento da BSGI, com amplo reconhecimento da sociedade brasileira, no poema Brasil, Seja Monarca do Mundo!.
Em resposta à dedicação e à expectativa depositada por Ikeda sensei na BSGI, os membros se empenharam em diversas áreas a fim de contribuir para o desenvolvimento da sociedade brasileira.
Avanço constante
Em mais de seis décadas, a Associação Brasil SGI (BSGI) tem promovido milhares de reuniões de diálogo em pequenos grupos para encorajamento mútuo, além de festivais culturais, exposições, convênios com universidades e museus e outras atividades em áreas como cultura e educação.
Na área educacional, a organização tem contribuído com doações de livros para universidades brasileiras e com a promoção de encontros de reitores e acadêmicos, bem como de pesquisas ecológicas para a preservação do meio ambiente.
No campo das artes, foi a principal responsável pela realização, em 1990, da mostra Eternos Tesouros do Japão, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), que atraiu mais de 50 mil pessoas. Também inaugurou a exposição Diálogos com a Natureza — Fotografias de Daisaku Ikeda. Em 1992, foi organizada a exibição Meio Ambiente e Desenvolvimento, apresentada como parte do calendário oficial da Rio’92. Cerca de 360 mil pessoas visitaram a mostra. Por sua vez, a exposição Desenho das Crianças do Brasil e do Mundo percorreu várias cidades brasileiras desde 1994.
Dedicação em prol do ser humano
A BSGI também promove atividades nos núcleos ou blocos nos quais os membros trocam conhecimentos e incentivos, fazendo inclusive visitas familiares.
Todo esse trabalho é feito por voluntários que se afiliaram à BSGI ou que, mesmo não sendo membros, são simpatizantes que compartilham dos seus ideais humanísticos.
A BSGI possui grupos horizontais que visam ao aprimoramento de seus integrantes e que desenvolvem eventos em diferentes áreas de acordo com as habilidades individuais, como bandas musicais, orquestra, corais, grupos de dança, de apoio às atividades e de conservação das sedes. Além dos grupos horizontais, a organização possui a Coordenadoria Educacional e a Coordenadoria Cultural.
Ao longo de sua história, a BSGI estabeleceu um forte vínculo de mestre e discípulo com o presidente Ikeda que se tornou a fonte primordial de seu crescimento desde a fundação, com o orgulho de “modelo do kosen-rufu mundial” e de “monarca do mundo” conforme denominações atribuídas pelo nosso mestre.
Fontes: BSGI – Por uma Cultura de Paz. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. p. 11-12. /
Cf. Os Fundamentos do Budismo Nichiren para a Nova Era do Kosen-rufu Mundial. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2016. 78 p.
Nota: 1. Brasil Seikyo, ed. 2.054, 9 out. 2010, p. A2.
Fotos: BS / Seikyo Press
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