Ensaio
TC
47 anos de conquistas e vitórias
01/10/2007

Essa jornada do presidente Ikeda e comitiva teve início em 2 de outubro. Nessa época, ele apresentava muitos problemas de saúde e foi orientado a não viajar. Porém, estava decidido a cumprir com os objetivos lançados por Jossei Toda, seu mestre da vida, sendo um deles a ampla propagação do Budismo de Nitiren Daishonin pelo mundo.
Esse exemplo de superação dos próprios limites espelha a sincera e profunda relação entre Jossei Toda e Daisaku Ikeda — a unicidade de mestre e discípulo. Desafiando o cansaço do seu corpo, com coragem e determinação, o presidente Ikeda desbravou o caminho do Kossen-rufu no Brasil.
Consistência do início ao fim
A história da BSGI pode ser dividia em fases importantes. De 1960 a 1970, eram promovidas atividades que visavam a explicar o Budismo de Nitiren Daishonin, possibilitando às pessoas praticá-lo.
O movimento de propagação realizado em 1969, resultou na conversão de aproximadamente 5 mil pessoas ao Budismo de Nitiren Daishonin por mês. Foi nesse período que muitos brasileiros começaram a praticá-lo.
As reuniões de estudo do budismo eram realizadas por distrito visando ao pleno entendimento da filosofia.
O keshu, ou seja, os esforços realizados, principalmente de visitas para garantir a vitória, também era empreendido de forma efetiva.
Nos anos que se seguiram na década de 1960, houve um crescimento significativo da organização. Em 1966, por exemplo, ano da segunda visita do presidente Ikeda ao Brasil, havia cerca de 8 mil famílias praticantes. No final de 1970, o número de famílias chegava a 20 mil e o de membros, 40 mil.
“A dificuldade no momento presente será a glória em seu futuro!”
No início de nossa organização havia diversas dificuldades a serem superadas. Porém, esses desafios foram a força propulsora que fizeram da BSGI o palco de criação de valores humanos que é hoje.
Como a maioria dos responsáveis havia chegado recentemente do Japão, grandes eram as dificuldades, principalmente com o idioma. E quando os brasileiros começaram a participar das atividades, foi preciso que a segunda geração de japoneses (nissei, em japonês) realizasse a tradução das orientações para o português.
O jornal Brasil Seikyo foi lançado nessa época, e trazia, como hoje, os discursos do presidente Ikeda em português, proporcionando um grande impulso na organização.
Outra dificuldade enfrentada pelos membros era a localização das casas onde as reuniões eram realizadas. Naquela época não havia a divisão por bloco ou comunidade, como hoje, e as pessoas tinham de pegar várias conduções para chegarem ao seu destino ou caminhavam grandes distâncias a pé, por não terem dinheiros para pagar as passagens.
A primeira sede da BSGI em São Paulo, localizava-se onde hoje se encontra a atual Sede da Divisão Feminina. Mas, nos bairros não havia muitos locais para as reuniões, o que dificultava a locomoção dos participantes.
Por fim, como muitas pessoas eram recém-convertidas encontravam-se na fase inicial da transformação do carma negativo. Por isso, a maioria não tinha carro nem telefone, o que dificultava muito a comunicação entre todos. Os membros de outros estados e dos municípios de São Paulo se dirigiam à Sede Central de ônibus em viagens que levavam de 10 a 20 horas.
Apesar de todas as dificuldades, os membros não deixavam de praticar e se esforçavam ao máximo para participar de todas as atividades. Assim, mesmo com todos os obstáculos enfrentados eles não desistiram da missão de realizar o Kossen-rufu do Brasil.
A sincera recitação do Daimoku e o espírito de procura em relação ao mestre foram fundamentais para garantir a vitória de todos. Da mesma forma, a organização também se desenvolveu magnificamente.
O grande objetivo de receber novamente o presidente Ikeda no Brasil foi tomando conta do coração de todos. Para tanto, tínhamos certeza de que essa meta só seria alcançada se todos estivessem em perfeita sintonia com o mestre.
De 1966 a 1983, o presidente Ikeda não pôde visitar o Brasil. O país vivia na época sob rígida ditadura militar. Nesse período, foram realizados diversos festivais culturais com o intuito de apresentar os propósitos da BSGI e do presidente Ikeda à sociedade.
Em fevereiro de 1984, o mestre finalmente concretizou sua terceira visita ao Brasil, denominando nossa organização de “BSGI — Modelo do Kossen-rufu Mundial”. Essa denominação foi o resultado do empenho de todos os membros para a grande ampliação da rede de paz e humanismo da Soka Gakkai Internacional no Brasil.
“Brasil, Seja Monarca do Mundo!”
Em 2001, no alvorecer do novo século, o presidente Ikeda presenteou os membros da BSGI com o poema “Brasil, Seja Monarca do Mundo!”. Ao longo de 41 anos de atividades em prol da felicidade das pessoas, a BSGI conquistou diversas homenagens para o presidente Ikeda, entre elas títulos acadêmicos e de cidadania honorária.
Gostaria de citar alguns trechos do poema, em que o presidente Ikeda retrata a história de glórias e vitórias da BSGI:
Oh! Brasil!
Venceste!
Venceste em tudo!
Impávido triunfo conquistaste!
(...)
Quem decidiu a vitória colossal
do Kossen-rufu mundial no século XX
foram meus companheiros do Brasil.
Esses dois trechos ilustram que ser “monarca do mundo” é ser vitorioso em tudo. Com essa denominação, nosso mestre manifesta seu mais profundo desejo de que os membros do Brasil sejam os protagonistas do Kossen-rufu mundial.
Perspectivas
E o descortinar do triunfo no século XXI
foi abrilhantado também com galhardia
por meus gloriosos companheiros do Brasil.
Neste trecho, pode-se perceber a grandiosa responsabilidade e confiança que o presidente Ikeda deposita na BSGI.
Sobre as perspectivas para este século, gostaria de salientar dois pontos.
Primeiro, a importância de ser “monarca individualmente”. É indispensável que cada um reflita que, para ser um verdadeiro “monarca do mundo” é preciso desenvolver a capacidade de superar os obstáculos com base na sincera recitação do Daimoku.
Para alcançar esse nível, a leitura diária do poema é imprescindível, pois só assim será possível cada qual se aprofundar no real significado das palavras nele contidas.
Segundo, a importância de ser um “monarca na organização”. Todos os membros devem se conscientizar que, para ser um “monarca do mundo”, é preciso construir um forte alicerce. Para tanto, a BSGI tem almejado a construção do “Bloco Monarca”. Essa diretriz foi dada, porque são nos blocos que se criam os valores humanos. Se os blocos se desenvolvem, toda a BSGI também se desenvolve.
Na mensagem de felicitações por ocasião da inauguração do novo Centro Cultural, em 28 de abril deste ano, o presidente Ikeda dedicou palavras de profundo significado aos membros do Brasil, delineando novas diretrizes para nossa organização. Ele se referiu ao nosso Centro Cultural como:
• “Castelo da vitória da relação de mestre e discípulo”;
• “Castelo da união harmoniosa de itai doshin”;
• “Castelo de valores humanos e herdeiros Soka”;
• “Castelo da confiança de que o ‘budismo é a própria sociedade’”;
• “Castelo da filosofia do ‘estabelecimento do ensino correto para a paz da nação’”.
Todas essas diretrizes são importantes para concretizarmos o Kossen-rufu. A forma como cada um entende e aplica as diretrizes do presidente Ikeda demonstra a profundidade da relação de mestre e discípulo em sua vida.
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