Estudo
TC
“Prática da fé para manter a boa saúde e obter longevidade” — O brilho indestrutível do tesouro do coração
[12] Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai Parte 4 [de 5]
09/02/2019
Explanação
O presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, incluía-se entre os jovens, empregando muitas vezes a expressão “nós, jovens”. Seu primeiro contato com o Budismo de Nichiren Daishonin se deu aos 57 anos, e aos 59 ele fundou a Soka Kyoiku Gakkai [Sociedade Educacional de Criação de Valor], precursora da Soka Gakkai [Sociedade de Criação de Valor]. Ele sempre assumiu a liderança nos esforços para compartilhar o budismo com outras pessoas, devotando-se à felicidade do povo. Martirizou-se na prisão por suas convicções aos 73 anos, opondo-se às exigências das autoridades militaristas do Japão da época da guerra. A maneira como viveu serve de inspiração para todos nós, seus discípulos, renovarmos a determinação de manter o espírito de luta por toda a vida.
Meu mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, dizia: “A vida é longa, e não sabemos que destino nos aguarda. Não há como se ter certeza do que acontecerá. Necessitamos realmente de uma crença, uma filosofia, que nos habilite a viver com força e confiança”.
Todos enfrentam a realidade de nascimento, envelhecimento, doença e morte. Ninguém pode escapar dela. Entretanto, se persistirmos em nossa prática budista, podemos consolidar um estado de vida permeado pelas “quatro virtudes” — eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza.1 Fundamentando-nos em nosso grande juramento de concretizar o kosen-rufu e nos empenhando dia após dia nas atividades da SGI, a despeito das dificuldades ou adversidades que possamos enfrentar, transformaremos nosso destino em missão.
Fazer do respeito à dignidade da vida a filosofia norteadora da humanidade
Vida é luta, é esforço para cumprirmos nossa missão. O propósito do Budismo Nichiren é nos habilitar a sobrepujar os sofrimentos fundamentais da vida pelo corajoso engajamento nessa luta e pelo bravo cumprimento de nossa missão.
O século 21 é o século da vida.
Só será possível alcançar um verdadeiro século da felicidade, século da paz e século da saúde quando as pessoas do mundo inteiro evidenciarem o brilho da dignidade da vida e todas puderem desfrutar juntas uma vida longa e boa saúde. Essa é a razão de existir o nosso movimento budista.
Makiguchi sensei afirmou: “O principal requisito para a felicidade é saúde. E o segredo da saúde é se manter ativo”. Essa era sua firme convicção. A SGI é um oásis espiritual. Empreender ações visando o kosen-rufu ao lado dos nossos companheiros da organização nutre nossa vida, infundindo em nosso ser a energia que eleva nossa saúde e longevidade, e constitui um manancial de felicidade.
Neste ensejo, estudemos a diretriz “Prática da fé para manter a boa saúde e obter longevidade”, uma das duas novas diretrizes para a nova era [acrescidas pelo presidente Ikeda às três diretrizes eternas originais da Soka Gakkai em 2005].
Trecho do escrito 1
Prolongar a Vida
A vida é o tesouro mais valioso de todos. Mesmo um dia a mais de vida tem valor superior a dez milhões de ryo2 em ouro. (...)
Um dia de vida é mais valioso que todos os tesouros de um grande sistema de mundos, então, antes de tudo, deve munir-se de sincera fé. Este é o significado da passagem contida no sétimo volume do Sutra do Lótus, na qual lemos que o ato de queimar um dedo como oferecimento ao Buda e ao Sutra do Lótus é melhor que doar todos os tesouros de um grande sistema de mundos.3 Uma única vida vale mais que esse grande sistema de mundos. A senhora ainda tem muitos anos para viver e, além disso, teve a oportunidade de encontrar o Sutra do Lótus. Se viver um dia a mais, poderá acumular muitos benefícios mais. (CEND, v. II, p. 221)
Incentivos à esposa de Toki Jonin que lutava contra a doença
Em muitas de suas cartas, Nichiren Daishonin incentiva seus seguidores que, em meio à vida de esforços dedicados ao kosen-rufu, lutavam contra doenças. Uma delas era a monja leiga Toki, esposa de Toki Jonin, que não apenas cuidava de sua sogra enferma, como também travava uma batalha contra a própria doença. Daishonin a encorajou reiteradamente.
Em Prolongar a Vida,4 citando como havia prolongado a vida de sua mãe, com suas profundas orações por quatro anos, Daishonin escreve: “Agora a senhora também adoeceu e, por ser mulher, é mais do que oportuno fortalecer a fé no Sutra do Lótus e comprovar o que este pode fazer pela senhora” (CEND, v. II, p. 221). Em seguida, aconselha concretamente a monja leiga Toki para que busque tratamento com um companheiro de prática, Shijo Kingo, um médico habilidoso.
Nichiren Daishonin então enuncia o princípio do respeito à dignidade da vida, que permanece eterno e imutável, independentemente da época ou das circunstâncias sociais.
Nada é mais valioso do que a vida. Salientando esse ponto, Daishonin escreve: “A vida é o tesouro mais valioso de todos. (...) Um dia de vida é mais valioso que todos os tesouros de um grande sistema de mundos” (CEND, v. II, p. 221). Depois, encoraja a monja leiga Toki, afirmando: “Além disso, teve a oportunidade de encontrar o Sutra do Lótus. Se viver um dia a mais, poderá acumular muitos benefícios mais” (Ibidem).
Nessa carta, Daishonin destaca a importância e o valor da vida para estimular a monja leiga Toki a lutar contra a doença e despertar sua vontade de viver — um apelo para que ela viva plenamente, mesmo que seja um único dia a mais.
“Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?”
Sem dúvida, alguns dos nossos membros também estão se submetendo a tratamentos médicos e enfrentando doenças.
Daishonin nos assegura: “O meio maravilhoso verdadeiramente capaz de impedir os obstáculos físicos e espirituais dos seres humanos não é outro senão o Nam-myoho-renge-kyo” (CEND, v. II, p. 103) e “O sutra conhecido como Sutra do Lótus é o remédio benéfico para os vários tipos de males do corpo e da mente” (WND, v. II, p. 747). Ele nos instiga a ativar nossa energia vital por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo com a determinação de vencer a doença.
Nascimento, envelhecimento, doença e morte fazem parte do verdadeiro aspecto da vida; portanto, são inevitáveis. Se tentarmos fugir deles, não conseguiremos alcançar a felicidade verdadeira.
Nichiren Daishonin declara: “O Nam-myoho-renge-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?” (CEND, v. I, p. 431).
A forte fé nos capacita a lutar contra a doença, sem temer nem subestimar o que temos diante de nós, ativando poderosamente a condição de vida do estado de buda em nosso interior. O espírito da fé no Budismo de Nichiren Daishonin consiste em enfrentar o desafio da doença por meio de nossa firme resposta a ela.
Ficar doente não é nenhum infortúnio. Infortúnio é nos deixar vencer pela doença.
O Buda também é acometido de doenças e tem preocupações, como consta no Sutra do Lótus: “poucas enfermidades e poucas preocupações” (LSOC, cap. 15, p. 254). Entretanto, nas profundezas de sua vida, sempre é saudável e robusto, pois edificou uma condição de força espiritual perenemente sólida, que lhe permite abraçar, encorajar e inspirar outras pessoas.
Disposição de “apanhar um tigre”
Numa carta que Nichiren Daishonin redigiu quando estava com 60 anos, ele descreve sua própria condição de saúde:
“Meu corpo está exaurido e meu espírito padece em virtude dos debates diários, das perseguições mensais e de dois exílios. É o que fez com que, nos últimos sete ou oito anos, doenças decorrentes da idade me assolassem periodicamente, apesar de nenhuma delas ter causado um problema grave”. (WND, v. II, p. 949)
Por causa de suas batalhas constantes, Daishonin sofreu enfermidades no fim da vida. No entanto, seu espírito de prosseguir lutando pelo kosen-rufu continuou ardendo intensamente, sem diminuir o mínimo sequer, impulsionado pelo desejo de ajudar os outros a atingir a iluminação.
Em outra carta, Nichiren Daishonin expressa sua gratidão pela visita e pelos oferecimentos de um discípulo, que haviam sido benéficos à sua saúde, enaltecendo profusamente que agora estava se sentindo como se estivesse apto a apanhar um tigre ou montar sobre o dorso de um leão (cf. WND, v. II, p. 991).5
Embora tivesse envelhecido e sentisse os efeitos da idade, padecendo de doenças, não perdera o mínimo sequer o espírito guerreiro de um rei leão.
Espero que os membros que estejam lutando contra doenças leiam os escritos de Nichiren Daishonin e, exatamente como ele instrui, enfrentem a situação com o rugido do leão: Nam-myoho-renge-kyo. Possuir essa determinação é sinal de que já venceu a maldade da doença.
Tenha a determinação de vencer infalivelmente!
Nichiren Daishonin afirma: “O infortúnio de Kyo’o se transformará em boa sorte. Reúnam sua fé e orem a esse Gohonzon. Então, o que não poderá ser concretizado?” (CEND, v. I, p. 431). Não importando qual seja a situação, assegura-nos ele, recitando Nam-myoho-renge-kyo com fé no Gohonzon, podemos realizar todos os nossos desejos.
Toda sensei também costumava dizer: “Primeiro, decida o que fará e tenha a determinação de vencer sem falta. Vencer ou perder — depende de sua determinação. Essa é a filosofia de vitória ou derrota”.
Na luta contra a maldade da doença, o fator essencial é estar totalmente determinado a vencê-la.
Em outra carta, Daishonin analisa o significado da provação chamada maldade da doença:
“Como o Sutra Vimalakirti e o Sutra do Nirvana ensinam que as pessoas enfermas sem falta atingirão o estado de buda, não seria [esta] doença (...) um desígnio do Buda? A doença faz surgir em nós a determinação de entrar no caminho”. (CEND, v. II, p. 202)
Se possuirmos fé resoluta, a doença poderá representar uma oportunidade para despertarmos o espírito de procura em relação ao caminho e atingirmos o estado de buda. Por essa razão, devemos encarar a doença como um ensejo para manifestarmos o mais elevado estado de buda e nos munirmos da determinação de vencê-la por meio da nossa prática budista. O incentivo que recebemos das pessoas à nossa volta também pode desempenhar papel importante nesse processo, ajudando-nos a reunir a força para desafiar positivamente a enfermidade.
Há casos em que a doença persiste por um longo tempo, ou volta a surgir depois de estar aparentemente curada. Daishonin faz alusão a um discípulo que “se vê imerso [na] doença há um longo tempo e agora busca o caminho dia e noite sem cessar” (CEND, v. II, p. 203). Ao nos vermos nessa situação, devemos continuar nos empenhando com paciência e persistência, imbuídos de um inabalável espírito de procura na fé, a fim de obtermos uma transformação em nosso estado de vida que perdure eternamente.
Makiguchi sensei certa vez incentivou seus discípulos:
“O importante é perseverar na fé com a forte convicção e determinação de consolidar uma mudança positiva em sua doença, transformando veneno em remédio, e conquistar a grande boa sorte e o benefício de recuperar sua saúde. Ao agirem assim, não somente vencerão sua doença, como também, ao se recuperarem por completo, estarão até mais saudáveis do que antes. Esse é o poder da Lei Mística, de transformar veneno em remédio”.
Essa é a essência do budismo. Por isso, Nichiren Daishonin expõe que o que importa é o coração (cf. CEND, v. II, p. 214 e p. 267). O fator essencial reside em manter um espírito de luta que jamais cessa, como a correnteza constante de um rio.
Trecho do escrito 2
Os Três Tipos de Tesouro
Mais valioso que o tesouro do cofre é o do corpo. Porém, nenhum é mais valioso que o tesouro do coração. A partir do instante que ler esta carta, esforce-se para acumular o tesouro do coração! (CEND, v. II, p. 112)
O propósito fundamental da vida
A próxima passagem que examinaremos consta em Os Três Tipos de Tesouro,6 uma carta endereçada a Shijo Kingo.
Tenho a impressão de que este breve trecho ganha um peso maior à medida que se envelhece. Ele aborda a questão da avaliação final da vida, que tipo de tesouros acumulamos em nossa existência.
Citando os três tipos de tesouro — o tesouro do cofre, o tesouro do corpo e o tesouro do coração —, Daishonin nos ensina que o caminho de vida supremo é aquele no qual acumulamos o tesouro do coração.
O tesouro do coração não pode ser destruído pela doença, pelo envelhecimento ou pela morte. Ele serve para nos conduzir ao caminho da felicidade e nos habilitar a alcançar um estado de vida permeado pelas “quatro virtudes” — eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza — pelas “três existências” — passado, presente e futuro. Aqueles que acumulam o indestrutível tesouro do coração conseguem ultrapassar todas as dificuldades, plácida e serenamente.
Alguns talvez tenham pais ou familiares acamados ou acometidos por demência senil, mas não há necessidade de se sentirem apreensivos ou aflitos em relação ao estado espiritual deles por essa razão. Todos os que viveram com base na Lei Mística já são eternos vitoriosos pelas três existências.
Mesmo que na condição em que se encontram atualmente não possam mais participar das atividades em prol do kosen-rufu, os tesouros que eles acumularam ao longo dos anos de prática não se perdem nem se desgastam. O tesouro do coração torna a vida deles, em si, infinitamente valiosa e preciosa.
E por vivenciarem o eterno ciclo de vida e morte do estado de buda,7 à luz da Lei Mística, eles continuam acumulando o tesouro do coração e expandindo seu estado de vida dia após dia, mesmo enquanto se encontram numa condição decorrente de doença ou de envelhecimento, que constituem partes intrínsecas da vida.8 Com convicção nessa verdade, devemos continuar enviando daimoku para eles.
O capítulo “A Extensão da Vida” (16º) do Sutra do Lótus expõe que o Buda, desde o remoto passado, sempre esteve ensinando a Lei e se dedicando a ajudar as pessoas a atingir a iluminação. Desse modo, revela que a vida do Buda é eterna. Da perspectiva da eternidade da vida, a existência daqueles que praticaram o Sutra do Lótus passa pelo ciclo de nascimento e morte do estado de buda e, portanto, têm a garantia de que serão abarcados por imensurável boa sorte e benefício. Algumas vidas podem ser breves, mas aqueles que se devotam à profunda missão do kosen-rufu ao lado dos outros praticantes possuem uma existência de supremo valor.
O reconhecimento da dignidade da vida constitui a essência do budismo. Existência após existência, sua infinitamente nobre vida, unida à Lei Mística, trilhará para sempre o caminho do estado de buda, caracterizado pela eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza.
O sentimento de gratidão do marido
A monja leiga Toki — destinatária da primeira carta que abordamos, Prolongar a Vida — estimava e cuidou de sua sogra de mais de 90 anos até o fim da vida dela. Em outra carta endereçada à monja leiga, O Arco e a Flecha, Daishonin lhe transmite a gratidão do seu marido, Toki Jonin, por sua dedicação e cuidado:
“Toki me contou que, apesar de ter sofrido com a morte da mãe, sentiu gratidão por ter sido de forma serena; e também sentiu gratidão pela senhora, por ter cuidado tão bem dela. Declarou, com alegria, que jamais se esquecerá disso por toda a eternidade”. (CEND, v. I, p. 686)
Como a monja leiga Toki deve ter se sentido feliz e encorajada pela consideração e pela preocupação de Daishonin em lhe transmitir as palavras do marido.
Makiguchi sensei também cuidou de sua mãe adotiva, que perdera a visão. Ele a carregava nas costas e a ajudava a se banhar.
O best-seller japonês The Twilight Years [Anos de Crepúsculo], de Sawako Ariyoshi (1931–1984), com quem mantive vários diálogos, é uma obra presciente sobre a questão da demência senil. Como a Sra. Ariyoshi previu de modo muito perspicaz, cuidar de idosos se tornou hoje um dos problemas mais importantes enfrentados por muitos na sociedade japonesa.
Todos precisam lidar com a realidade do envelhecimento e a questão de como vivenciarão os anos finais de vida. Oferecer carinho e cuidados aos idosos constitui uma tarefa sagrada de apoiar as pessoas nos capítulos finais da vida delas. Portanto, a visão de vida e a humanidade daqueles que se dedicam a tais esforços são fundamentais.
Vários membros da Soka Gakkai possuem longos anos de experiência no cuidado aos idosos. Daishonin, sem dúvida, lhes estenderia o mesmo louvor e agradecimentos que concedeu à monja leiga Toki. Esses membros altruístas e experientes estão compartilhando sua sabedoria com muitas pessoas das gerações mais jovens da comunidade por todo o Japão. Os esforços sinceros e constantes deles servem como um exemplo precursor para nossa sociedade que está envelhecendo em ritmo veloz.
Situações nas quais entes queridos idosos necessitem de cuidados intensivos podem acarretar frustração, ansiedade e uma busca dolorosa por soluções. Porém, mesmo quando as circunstâncias não estiverem sucedendo de maneira satisfatória, é fundamental que os cuidadores não se culpem nem tentem fazer mais do que podem. O essencial é reunirmos sabedoria e criatividade para encontrarmos as melhores soluções para nossa situação em particular, lembrando-nos que nenhum esforço jamais será desperdiçado.
Muitos companheiros da organização que tiveram a experiência de cuidar de entes queridos idosos são unânimes em afirmar que foi uma oportunidade de crescimento pessoal pela qual se sentem gratos. Outros disseram que um simples “obrigado” vindo daqueles que estão ajudando os enche de ânimo e faz todos os esforços deles valerem a pena. A relação entre o cuidador e a pessoa que recebe os cuidados, construída com base na gratidão mútua, oferece um exemplo inspirador do princípio de que “todos somos budas”, ampliando a sabedoria e compaixão de ambas as partes.
O período em que os idosos necessitam de cuidado está se estendendo, e a idade dos próprios cuidadores está aumentando. É uma dura realidade. Então, é importante não tentar carregar esse fardo sozinho, mas buscar o apoio dos serviços públicos e de voluntários da comunidade local, e valer-se deles da melhor forma possível. Utilizar casas de assistência a idosos por curto ou longo prazo também pode ser uma sábia medida. Espero que os familiares que prestam cuidados a entes queridos idosos zelem pela própria saúde. Peço-lhes que empreguem sua sabedoria, mantenham o otimismo e criem valor seguindo em frente de modo positivo diante desses desafios.
Trecho do escrito 3
A União de Marido e Mulher
O infortúnio de seus trinta e três anos [uma idade considerada malfadada para as mulheres] se tornará a felicidade de seus trinta e três anos. Este é o significado da seguinte frase: “Os sete desastres desaparecerão num instante e os sete benefícios se manifestarão de imediato”.9 A senhora se tornará mais jovem e sua boa sorte se acumulará. (CEND, v. I, p. 485)
Cada vez mais jovem e vigoroso
O Budismo Nichiren nos ensina a avançar com energia todos os dias, seguindo em frente de hoje para o futuro. Aqueles que mantêm o espírito de desafio com o desejo ardente de empreender esforços pela sua própria felicidade, bem como a do próximo, independentemente de qual seja sua idade, se tornarão cada vez mais jovens a cada ano que se passar, conforme forem dando continuidade à prática budista.
Em A União de Marido e Mulher10 [endereçada a Nichigen-nyo, esposa de Shijo Kingo], Daishonin aponta: “A senhora se tornará mais jovem e sua boa sorte se acumulará” (CEND, v. I, p. 485). Ele nos ensina que, a cada ano que passar, nossa energia vital se intensificará e nossa vida será vibrante e gratificante.
Numa alusão à sua própria situação, Nichiren Daishonin escreve: “Já faz vinte anos ou mais desde que (...) iniciei a grande batalha. Nem uma única vez pensei em recuar” (WND, v. II, p. 465). Em outra ocasião, afirma que desde que estabelecera seu ensinamento, por enfrentar uma série contínua de adversidades “não conheci um único momento de tranquilidade” (CEND, v. II, p. 231).
Entretanto, despertando para sua missão e renovando sua determinação “dia após dia e mês após mês” (Ibidem, p. 263), ele continuou assumindo novos desafios. Esse é o espírito de autoaprimoramento e crescimento e a fonte de vitalidade na vida. Uma pessoa assim é grande vencedora.
Toda sensei costumava dizer: “O que distingue a verdadeira grandeza na vida? Um seria levar a cabo os sonhos e convicções da juventude. Outro é conservar a paixão juvenil por toda a vida”.
Ele também afirmava: “Há três tipos de idade: física, espiritual e cronológica. Mesmo que você seja idoso fisicamente, deve manter a juventude e possuir forte energia vital”.
Além disso, ele nos instruiu: “A fé não se refere a formalidades. Consiste em viver cada momento ao máximo. (...) Em última análise, a consecução de nosso estado de buda é decidida pela soma total de nossos pensamentos e ações a cada instante”.
Praticamos o budismo para permanecermos jovens a vida toda. Os membros do Grupo Muitos Tesouros, ao apoiarem e zelarem pela geração mais nova da família Soka, estão fazendo brilhar intensamente as “lembranças de sua existência neste mundo humano” (cf. CEND, v. I, p. 66). Eles seguramente atingirão um estado de vida eterno e indestrutível e se converterão numa fonte de esperança onde os incontáveis bodisatvas da terra que surgirão depois deles poderão buscar inspiração.
Quatro lemas para a boa saúde
Nesse contexto, gostaria de reiterar lemas para a boa saúde:
1. Fazer um gongyo revigorante.
2. Manter um estilo de vida equilibrado e produtivo.
3. Contribuir para o bem-estar dos outros.
4. Comer com sabedoria.
É importante seguir os princípios básicos. Se insistirmos em cometer exageros na comida e na bebida, em não dormir o suficiente, ou em trabalhar à exaustão, pagaremos um preço por isso, adoecendo ou sofrendo algum acidente. Precisamos agir de maneira sábia e viver de forma produtiva.
Budismo é razão, e a prática da fé é, em si, a vida diária.
Tente ir para cama cedo, dormir com boa qualidade do sono e descansar bem. Tenha uma vida bem organizada e faça o gongyo de forma revigorante. Com a transbordante energia vital obtida por meio disso, poderá contribuir positivamente ao seu ambiente de trabalho e à comunidade.
O lema do eminente historiador britânico Arnold J. Toynbee (1889–1975) era “Laboremus!” (expressão em latim que significa “Trabalhemos!”). Mesmo com uma idade avançada, ele se levantava num horário definido pela manhã e, estivesse ou não com vontade, sentava-se à sua mesa de trabalho.
Num dos meus diálogos publicados em forma de livro, Ser Humano — Essência da Ética, da Medicina e da Espiritualidade, o canadense Guy Bourgeault, respeitado especialista em bioética, observou que a qualidade de vida, em última análise, é mais importante do que a duração da vida.11
Como budistas, nenhum modo de vida supera aquele dedicado à felicidade — de si e dos outros —, devotado a ajudar o próximo. Empenhando-se nessa missão, pode-se abrir amplamente as portas para uma vida de vitória.
Condição de vida das “quatro virtudes”
Não existe idade de aposentadoria na fé. Um texto budista afirma que o ser humano pode viver até os 120 anos. Dedicar-se entusiasticamente às atividades da SGI é o caminho para uma vida de suprema saúde e longevidade. Avançar todos os dias pelo kosen-rufu, fazer tudo o que estiver ao seu alcance neste exato momento, este é o segredo da verdadeira saúde física e mental e da longevidade.
O Sutra do Lótus menciona sobre “empregar nossa longa vida para salvar seres vivos” (cf. LSOC, cap. 17, p. 280). Quanto mais vivermos, mais coragem e esperança podemos proporcionar aos outros. Podemos nos tornar os atores de uma emocionante história de “onde os seres vivos vivem felizes e tranquilos” (cf. LSOC, cap. 16, p. 272) e, juntos, acumular tesouros que perdurarão eternamente, “pelas três existências” — passado, presente e futuro.
Peço-lhes que se juntem a mim e devotem a vida ao grande juramento pelo kosen-rufu, ao lado dos companheiros da organização, e tenham uma existência de total realização, livre de qualquer arrependimento.
(Daibyakurenge, edição de abril de 2016)
Com a colaboração/revisão do Departamento de Estudo do Budismo (DEB) da BSGI
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