Crônica
TC
Sair do comodismo e resolver a dor nas costas
Redação
01/11/2022
Pode não parecer, mas cuidar da nossa postura corporal tem muita semelhança com a prática budista. Percebi isso ao participar de uma sessão de ginástica laboral recentemente, curiosa para saber o que fazer a fim de evitar aquela dorzinha chata nas costas ao fim de cada dia.
Naquela tarde agradável de primavera, a instrutora explicou sobre como hábitos posturais errados levam a efeitos negativos em médio e longo prazos para nossa saúde. Ou seja, o corpo nasce flexível, porém se adapta às posições nas quais mais permanecemos. Quanto mais desalinhadas essas posições forem, mais problemas geram (o que acontece quando usamos o computador, o celular ou nos sentamos com o corpo pendendo para os lados ou para a frente). Ela também explicou que nosso corpo é feito para o movimento, e que, portanto, a falta de ação nos prejudica e causa dor. A dor, por sinal, já é indício de que algo não está bem — quando a sentimos é porque um hábito errado já está causando danos ao corpo de forma estrutural.
Como evitar que isso aconteça ou reverter o processo que já tenha iniciado? Devemos nos esforçar para nos exercitar no sentido oposto ao acomodado — por exemplo, se temos o costume de sentar com a cabeça projetada para a frente, devemos fazer movimentos com ela para trás. Todavia, alertou a instrutora, apenas ter consciência disso é bom, mas não resolve. Precisamos mesmo é nos lembrar de exercitar, tirar um tempo para isso de forma consciente e regrada, todos os dias.
Fiquei pensando quanto esses pontos têm a ver com o que o budismo ensina: no dia a dia, possuímos diversos hábitos, parte deles ruins, que, por vezes, mal percebemos. Porém, com o tempo, eles acabam causando certos efeitos indesejados. Como combatê-los? Conscientemente, exercitando-nos com a prática e o estudo budistas, adotando atitudes muitas vezes contrárias às que estamos acostumados, com base na orientação do Mestre, por exemplo, dedicando-nos aos outros, em vez de focarmos apenas em nosso próprio sofrimento. Só então conseguiremos sair dos caminhos mais acomodados e partir para jornadas de verdadeiro desenvolvimento.
Ikeda sensei orienta:
O brilho da personalidade é o ponto mais importante
como ser humano.
Para isso, a luta espiritual é essencial.
Desafiar a fraqueza de si mesmo,
acumular árduos esforços
e lapidar o próprio espírito.
Uma pessoa de valor deve ter habilidade.
Pode ser apenas uma, mas precisa ser algo que
a torne imbatível!1
Neste significativo novembro em que comemoramos os 92 anos da Soka Gakkai, organização que propaga o budismo, decido continuar me esforçando um pouco mais a cada dia para não cair em posturas acomodadas, tanto corporais como na vida. E seguirei me desafiando no exercício físico e espiritual com a certeza de que, além de resolver a dor nas costas, contribuirei também para a criação de seres humanos imbatíveis, que construirão a Gakkai nas próximas décadas.
Mariana Travieso Bassi
Redação
Foto: Getty Images
Nota:
1. Brasil Seikyo, ed. 2.402, 13 jan. 2018, p. B1.
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