URSA MAIOR- 21

Enquanto falava, Shin-iti procurava visualizar o rosto de cada um dos participantes.

— Estou ciente de todo o esforço que os senhores têm devotado às atividades. Tenho recebido constantemente relatórios e resultados de cada localidade onde atuam. Por isso, aproveitando esta oportunidade, quero declarar que os senhores alcançaram uma grande vitória em todas as atividades!

A maioria dos participantes considerava Shin-iti Yamamoto como um “mestre da vida” e aguardava sua visita com muita expectativa, empenhando seus esforços na propagação do budismo mesmo nos dias de nevasca. E era esse mestre que se encontrava diante deles, louvando seus esforços. A incontida emoção do encontro encheu de lágrimas os olhos dos participantes.

Os membros das ilhas Rishiri e Rebun estavam especialmente emocionados. O Distrito Ri-re havia sido fundado duas semanas antes, e abrangia os membros dessas duas ilhas.

Entre os companheiros vindos da Ilha Rishiri, encontrava-se um homem com pouco mais de sessenta anos, chamado Choji Horiyama, acompanhado de sua esposa Chie. Eles estavam com os olhos cheio de lágrimas. “Os senhores são vitoriosos!” — essas palavras de Shin-iti tocaram profundamente o coração dos dois.

Choji era pescador tal como os outros habitantes de Rishiri. Essa era uma ilha que teve como base de sua prosperidade a pesca do arenque. Entretanto, a partir de 1955, os cardumes de arenque pareciam ter desaparecido dos mares da região. Diante dessa crise, Choji se entregou a jogos de azar e as dívidas cresceram rapidamente.

Chie, por sua vez, tinha um temperamento forte e não gostava de perder. Jamais pediu ao marido que parasse de jogar, pois não gostava lhe agradava ter de suplicar aos outros. Quando Choji voltava para casa após perder todo o dinheiro, Chie trocava algumas roupas por dinheiro na casa de penhores e dava a seu marido.

— Pegue este dinheiro e vá recuperar o que perdeu!