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Assumindo a liderança do Kossen-rufu mundial a partir de Kanagawa (2)

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24/06/2006

Assumindo a liderança do Kossen-rufu mundial a partir de Kanagawa (2)

Elogiando o sincero espírito de procura

Nitiren Daishonin elogiava sinceramente seus discípulos leigos que mantinham uma fé corajosa e um firme espírito de procura, concedendo-lhes títulos de grande respeito, tais como “sábio”, “honorável” e “digno”. A uma de suas discípulas, que tinha uma ligação muito próxima com a Região de Tokaido [pois morava em Kamakura], ele deu o título de Sábia Nitimyo. Ele louvou seu forte espírito de procura pela Lei Mística, o que a levou a embarcar numa viagem até a Ilha de Sado para vê-lo. Em uma carta endereçada a ela, ele escreveu:

“Deixando de lado os adeptos da Nembutsu e outras escolas, enquanto estava em Kamakura, eu não tinha como determinar se a fé dos praticantes do Sutra de Lótus era profunda ou superficial. Soube disso somente depois de ter atraído a ira das autoridades e de ter sido exilado na ilha de Sado. Embora ninguém mais tenha vindo me visitar, a senhora não apenas me enviou vários oferecimentos como também empreendeu a viagem para ver-me. Foi extraordinário demais para ser verdade”. (The Writings of Nichiren Daishonin [WND], pág. 614.)

A viagem para Sado era longa e perigosa. Essa era uma prova do poder da fé dessa discípula. A fé genuína revela-se no momento crucial.

Daishonin também lhe assegura:

“Uma vez que reverencia o Sutra de Lótus, a senhora é uma mulher que com certeza irá se tornar Buda. (...) Eu, Nitiren, fui exilado aqui por uma razão. O fato de a senhora, uma mulher, ter viajado até aqui me faz pensar que meu exílio tenha ocorrido para que a senhora possa revelar seu profundo espírito de procura na prática da fé. Quando penso nisso, sinto uma profunda gratidão”. (GZ, pág. 1.222.)

É dessa forma que Daishonin elogia abertamente o sincero espírito de procura de seus discípulos.

Estendam a mão e incentivem os outros

Espero que todos vocês, como líderes, elogiem e incentivem seus companheiros. As palavras podem dar força e inspiração; elas transmitem nosso sentimento e também preocupação. Os líderes precisam conversar e estender a mão aos outros. Não fiquem em silêncio. Expressem sua gratidão aos membros que se esforçam arduamente. E é claro que, quanto mais conhecerem os outros, mais fácil será conversar com eles. É por isso que devem empenhar um sério esforço para conhecer as pessoas. Quando tiverem feito isso, simplesmente conversem com toda a sinceridade e da forma que seja mais natural para vocês.

Eu dialoguei com todos os tipos de pessoas: com o príncipe Charles e a princesa Anne da Inglaterra; com o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger; com o presidente de Cuba, Fidel Castro; com o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachov; com o ex-premiê chinês Chu Enlai e muitos, muitos outros.

Todos nós somos seres humanos, sejam quais forem nossas opiniões. Se abrirmos o coração e falarmos com sinceridade, conseguiremos nos comunicar e tocar os outros no nível mais profundo. Esse tem sido o ponto de partida de todos os sinceros esforços que estou empreendendo para construir pontes de amizade e estabelecer as bases para a paz. A paz mundial começa com a confiança entre um indivíduo e outro. Essa é minha crença imutável.

Com o passar dos anos, intérpretes de diversos idiomas têm sido de inestimável ajuda para mim. Hoje, está participando conosco uma de nossas intérpretes oficiais da SGI. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para expressar minha mais profunda gratidão a todos os intérpretes que têm lutado com toda seriedade ao meu lado em prol do Kossen-rufu.

A união de mestre e discípulo é decisiva

Em uma carta enviada para Shijo Kingo, ilustre predecessor de nossos membros da Região de Tokaido [pois ele viveu em Kamakura], Daishonin escreveu:

“Eu me recordo sempre do momento, ainda agora inesquecível, em que eu estava para ser decapitado e você me acompanhou, segurando as rédeas de meu cavalo e derramando lágrimas de profundo sofrimento. E nem poderia me esquecer disso nas próximas existências. Se você caísse no inferno por alguma grave ofensa, não importando o quanto o Buda Sakyamuni pedisse para que me tornasse Buda, eu recusaria; pois iria para o inferno com você. Pois se eu e você cairmos juntos no inferno, encontraríamos lá o Buda Sakyamuni e o Sutra de Lótus. Seria como se a lua iluminasse a escuridão, como se caísse água fria sobre água quente, como se o fogo derretesse o gelo ou como se o sol dissipasse a escuridão”. (WND, pág. 850.)

A Soka Gakkai é uma harmoniosa organização de praticantes unidos no espírito de “muitas pessoas com um único pensamento”, construída graças à ligação direta de nossos membros com o coração de Nitiren Daishonin. A união de mestre e discípulo dedicada ao Kossen-rufu manifestada pelos três primeiros presidentes é a razão de a Soka Gakkai ter conseguido superar e triunfar sobre todos os ataques dos Três Poderosos Inimigos e dos Três Obstáculos e Quatro Maldades. Foi por isso também que conseguimos nos estender por 190 países e territórios, exatamente de acordo com o Sutra de Lótus e os ensinos de Daishonin.

Logo chegará outro dia 14 de janeiro — o inesquecível aniversário da data em que eu e os membros de Kanagawa recebemos nossos amigos de Shikoku. Quero providenciar para que os nomes de nossos nobres membros que se reuniram naquela ocasião sejam transmitidos para toda a eternidade. Gostaria de propor também que seja gravada uma placa em comemoração daquele acontecimento para que seja instalada aqui no Centro Cultural de Kanagawa.

Tal como a lua cheia

Foi um dia belo e ensolarado (12 de junho), e agora uma bela lua está brilhando no céu noturno. O dia 14 de janeiro será de lua cheia. Daishonin escreveu:

“O Sutra de Lótus é como a lua. Para aqueles que acreditam no Sutra de Lótus, mas cuja fé não é profunda, é como se uma meia-lua iluminasse a escuridão. Porém, para aqueles que possuem uma profunda fé, é como se a lua cheia iluminasse a noite”. (END, vol. II, págs. 31–32.)

Estou orando sinceramente para que todos os nossos dedicados membros façam com que sua fé brilhe como uma bela lua cheia e que vivam uma radiante existência de plena realização.

Sempre fiéis ao caminho que escolhemos

Encontrar pessoas capazes e treiná-las, colocando o holofote nas pessoas novas — é a isso que estou atualmente dedicando minhas energias. Criar indivíduos capazes é a chave para a construção de um brilhante futuro.

O famoso escritor japonês Atsushi Nakajima (1909–1942) atuou ativamente no campo educacional aqui em Yokohama, Kanagawa. [Ele ensinou japonês e inglês numa escola particular para meninas na cidade durante um período de oito anos.] Dentre suas obras, encontra-se o famoso romance Deshi (Discípulo), que conta a história de Tzu-lu (também Zilu; 542–480 a.C.), um dos dez principais discípulos do grande filósofo chinês Confúcio. Tzu-lu era famoso por seu extraordinário heroísmo, força e integridade, e acredita-se que ele tenha sido o discípulo cujo coração estava mais próximo de seu mestre. Outros sugeriram que, nesse sentido, ele se assemelha a Shijo Kingo, discípulo de Nitiren Daishonin.

Confúcio caiu no desagrado de seu Estado natal de Lu e foi forçado a viver no exílio por mais de dez anos. Durante esse período, ele sofreu várias dificuldades e perseguições. Ninguém o acompanhou nem o serviu com mais boa vontade durante todo esse tempo que seu discípulo Tzu-lu, que nunca tentou explorar o relacionamento que tinha com seu mestre para obter lucro pessoal, prestígio nem ascensão social. Nakajima descreve Tzu-lu com as seguintes palavras: “O que o manteve ao lado de seu mestre foi a pura e total devoção abnegada que permaneceu imutável até morrer.”4

Algumas pessoas consideravam a honrada conduta de Tzu-lu e sua falta de preocupação em tirar vantagens pessoais como “um tipo de estupidez incompreensível”. Mas Confúcio estava ciente dos “méritos incomparáveis” de seu discípulo e tinha a mais elevada consideração por ele. Ao mesmo tempo, nenhum outro discípulo era mais freqüentemente repreendido por Confúcio do que Tzu-lu — porque Tzu-lu não escondia nada de seu mestre e se mostrava exatamente como ele era.

“Diferentemente dos outros discípulos”, escreveu Nakajima, “Tzu-lu não se preocupava se seria ridicularizado ou repreendido”. As pessoas que ficam ansiosas em passar a frente ou em impressionar os outros estão mais inclinadas a bajular, a enganar e a fingir. Essas pessoas regulam suas atitudes dependendo de com quem estão e são influenciadas pelas opiniões dos outros. Mas esse é um modo triste e vazio de viver.

As pessoas que estão sempre preocupadas apenas com as aparências não conquistarão nada de valor duradouro para o futuro. Essas pessoas com certeza ficarão num beco sem saída.

Para ter uma vida grandiosa e triunfar sobre tudo, devemos ser sempre fiéis ao caminho que escolhemos, seguindo por ele até o fim com um compromisso, perseverança e integridade imutáveis, não importando o que os outros digam nem o quanto mudem.

São as pessoas com essa disposição que devemos nomear para funções de liderança em nossa organização. Após ter observado milhares e milhares de pessoas em minha vida, essa é minha firme conclusão.

Combatendo as difamações

Havia algo que deixava Tzu-lu irado além da conta, que era “a situação em que o mundo se encontra de deixar o mal prosperar e o bem ser oprimido.” Tzu-lu ficava profundamente entristecido e irado por causa das perseguições que seu mestre sofria, e ele se levantou disposto a combatê-las com uma firme determinação. Essa decisão de Tzu-lu, conforme foi articulada por Nakajima, brilha com a luz de um coração verdadeiramente nobre:

“Eu serei o abrigo que o protege [Confúcio] de todas as ofensas neste mundo maligno. Para retribuir sua orientação e apoio espiritual, suportarei todo o peso de suas aflições mundanas e humilhações. Considero isso como meu humilde dever. Posso ser inferior em aprendizado e capacidade àqueles seus discípulos que são mais jovens que eu, mas serei o primeiro a, num momento de crise, dar a vida por meu mestre sem hesitação”.

Tzu-lu contra-atacava com todo vigor as pessoas que caluniavam e depreciavam seu mestre. Quando as pessoas que difamavam Confúcio viam um exasperado Tzu-lu dirigindo-se até elas, “ficavam pálidas, curvavam-se apressadamente e se escondiam no meio da multidão”. Dizem que Confúcio observou isso desde que Tzu-lu havia se tornado seu discípulo, e que havia “parado de ouvir ataques pessoais”.

Quando Confúcio foi nomeado primeiro-ministro do Estado de Lu, Tzu-lu foi seu braço direito na linha de frente para a realização das reformas empreendidas por Confúcio, não importando o quanto a tarefa fosse difícil.

Nakajima concluiu que, embora Confúcio tivesse muitos outros discípulos extremamente talentosos, foi Tzu-lu — com sua humilde dedicação e comprometimento, junto com seu caráter justo e despretensioso — que compreendeu a eterna importância do que Confúcio tentava alcançar.

Dando poderes

às pessoas íntegras

Estou atualmente realizando um diálogo [que está sendo publicado mensalmente na revista Daisanbunmei (A Terceira Civilização), da Soka Gakkai], com o Prof. Tu Weiming, da Universidade de Harvard, importante estudioso do pensamento chinês e proponente da “Renascença Confuciana”. Também dialogamos longamente sobre Os Analectos, de Confúcio.

Em uma passagem desse texto clássico, Confúcio responde a uma pergunta de um discípulo, dizendo: “Promovam as pessoas justas, coloquem-nas acima das desonestas, e assim tornará justos os desonestos”.5 Os Analectos citam ainda exemplos de sábios governantes da antiguidade que selecionaram pessoas boas dentre muitas outras e promoveram-nas para ocupar posições de liderança, o que fez com que os indivíduos insensíveis partissem.6 Encontramos aqui uma importante percepção e também uma fórmula para assegurar o contínuo desenvolvimento de uma nação ou organização.

Em outras palavras, as pessoas justas devem ser colocadas acima das maldosas e devem ter espaço para expressar todo seu potencial. Às pessoas corretas devem ser dadas oportunidades para contribuir e empregar seu talento e capacidade, elas têm poderes. Essa é a chave para uma organização conquistar um sólido e saudável desenvolvimento, ao mesmo tempo que corrige e erradica o mal.

Com o invencível

sol da Lei Mística

O presidente Makiguti costumava dizer que a verdadeira natureza do mal aparece quando é iluminada pela luz do grande bem. Na presença do bem menor, o mal permanece relativamente sem ser notado; mas, na presença do grande bem, o mal fica todo ofuscante. Da mesma forma, ele afirmou que o brilho incomparável da Lei Mística revela com toda clareza o mal que antes estava oculto e o leva a se retirar.

Nós somos defensores do mais elevado bem possível e abraçamos o invencível sol da Lei Mística no coração. Com certeza, derrotaremos todo mal e falta de sorte. Portanto, é crucial orarmos firmemente para vencer os obstáculos, empenharmo-nos nas atividades da Soka Gakkai e nos desafiarmos com toda coragem com um apaixonado comprometimento com a verdade e a justiça.

As pessoas que se dedicam de todo coração à organização são fortes e nunca são derrotadas. Ao contrário, não importando o quanto a pessoa seja bem-sucedida nem o quanto ela suba socialmente, se desprezar as atividades da Soka Gakkai e se desligar da organização, acabará na tristeza e na miséria. O Sr. Toda afirmava que pessoas assim valorizam essencialmente as aparências mais que qualquer coisa e que essa atitude é o que faz com que se desviem da prática da fé.

Não devemos nos esquecer nunca que a estrada segura para a vitória na vida encontra-se em polir nossa vida e cultivar nossa humanidade na Soka Gakkai.

Membros inesquecíveis

No dia 5 de maio de 1979, logo depois de eu ter deixado a terceira presidência da Soka Gakkai e com todo aquele turbilhão que estava ao meu redor, peguei um pincel de caligrafia aqui no Centro Cultural de Kanagawa e escrevi em caracteres chineses a palavra “Justiça”. E no canto inferior direito, escrevi: “Levo sozinho a bandeira da justiça”.

Aconteça o que acontecer, o que é certo é certo. Era por isso que eu estava determinado a vencer sem falta e a lutar pelo Kossen-rufu mundial junto com meus queridos companheiros do mundo todo.

Tenho fortes e profundas recordações de Kanagawa. Esta é uma eterna fortaleza da justiça. É por essa razão que a missão, a responsabilidade e o orgulho de Kanagawa são ser vitoriosos em todas as batalhas.

Há muitos inesquecíveis membros de Kanagawa já falecidos e que realizaram extraordinárias contribuições para o Kossen-rufu. Não tenho como citar o nome de todos, mas permitam-me ao menos mencionar alguns representantes: Teiji Morita (bairro de Tsurumi, Yokohama); Gunzo Nagase (bairro de Kanazawa, Yokohama); Masako Fushiki (bairro de Minami, Yokohama); Yasushi Koro (bairro de Minami, Yokohama); Shigueo Yakura (bairro de Naka, Yokohama); Fukuju Kishi (bairro de Tama, Kawasaki); Yukiyo Yamada (bairro de Kawasaki, Kawasaki); Tomiji Aoki (Manazuru); Toshiaki Maeda (Atsugui); e Fuki Matsumoto (Zushi). Hoje novamente

recitei sinceras orações em memória de todos os nossos membros falecidos de Kanagawa e Shizuoka.

Respeito pela Divisão Feminina

Há também muitos membros dedicados da Divisão Feminina de Kanagawa de quem me lembro muito bem mas que não tive a oportunidade de encontrar desta vez. Sei que elas continuam a se empenhar arduamente na linha de frente do Kossen-rufu com boa saúde e disposição.

Não há nada mais nobre que trabalhar pela Soka Gakkai e pelo Kossen-rufu. Sou sinceramente grato pelos incansáveis esforços empreendidos por todos os nossos membros. E em meu coração tenho sempre o desejo de fazer algo para transmitir minha consideração por eles de alguma forma. Por favor, transmitam minhas melhores recomendações a todos em suas respectivas localidades.

O desenvolvimento da Soka Gakkai é essencialmente conduzido pelas atividades de nossos membros da Divisão Feminina. Os dirigentes do sexo masculino devem demonstrar-lhes sempre o máximo respeito e agradecer-lhes de todo coração, reconhecendo a indispensável contribuição dessas pessoas.

Quando as mulheres recebem a consideração que merecem, elas manifestam uma força muito maior e dão passos mais largos de avanço. As organizações em que as mulheres atuam com todo vigor e expressam livremente suas capacidades e talentos crescerão e prosperarão. Essa é a maré dos tempos. A época em que os homens dominam as mulheres já passou.

A orgulhosa história de Kanagawa e Shizuoka

Em todas as lutas, há um campo de batalha principal. Para Nitiren Daishonin e seu sucessor Nikko Shonin, o campo de batalha principal do Kossen-rufu era a região que hoje forma as atuais Províncias de Kanagawa e Shizuoka.

Daishonin se empenhou com toda coragem em seus esforços de propagação em Kamakura, sede do governo na época. E ele advertiu os governantes da nação, apresentando-lhes seu tratado intitulado “Tese sobre o Estabelecimento do Ensino Correto para a Paz da Nação” à personalidade mais poderosa no governo militar de Kamakura. O resultado direto disso foi que as autoridades infligiram-lhe duras perseguições e punições.

No ano de 1261, Daishonin foi exilado em Ito, na Província de Izu, atual Shizuoka. Nikko Shonin o acompanhou e serviu-lhe durante todo o exílio. Sob a liderança de Daishonin, ele propagou a Lei Mística naquela localidade. Quando Daishonin fixou residência no Monte Minobu em 1274, Nikko Shonin empenhou-se com todo vigor nos esforços de propagação na região que ficava ao redor do Monte Fuji, em Shizuoka, convertendo muitos novos seguidores. A Perseguição de Atsuhara, ocorrida posteriormente, aconteceu na área de Fuji.

Tanto o presidente Makiguti como o presidente Toda tem uma profunda ligação com essa região que possui fortes laços com Daishonin.

Foi em Shimoda, no extremo da Península de Izu, que o Sr. Makiguti foi preso em julho de 1943 acusado de ter violado a Lei de Preservação da Paz e de ter cometido crime de lesa-majestade. Enquanto o governo militarista do Japão na época da guerra suprimia a liberdade de pensamento e de discurso, o Sr. Makiguti persistiu corajosamente em transmitir o Budismo de Daishonin para as pessoas. Esse foi o propósito de ele ter ido para Shimoda.

O presidente Toda, por sua vez, apresentou sua importante Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, um pedido para a futura proteção de nosso planeta, aqui em Yokohama, no Estádio Esportivo de Mitsuzawa, em setembro de 1957.

O desejo de ter um mundo sem guerra

Meu diálogo com o Dr. Joseph Rotblat (1908–2005), ex-presidente das Conferências Pugwash, está para ser lançado pela editora britânica I.B. Tauris. Esse diálogo foi a última mensagem do Dr. Rotblat. [A edição em japonês está marcada para ser lançada também nesta primavera.] O livro incluirá o texto da histórica Declaração pela Abolição das Armas Nucleares do Sr. Toda, junto com o famoso Manifesto Russell-Einstein [do qual o Dr. Rotblat era o último signatário ainda vivo, até seu falecimento no ano passado].

Em nosso diálogo, o Dr. Rotblat aclama o Sr. Toda como “um heróico defensor da paz e mártir da paz”, dizendo: “Nós temos o mesmo pensamento, e sinto por não ter conseguido encontrar o Sr. Toda antes de ele falecer. Creio que a Soka Gakkai Internacional, começando com o Sr. Toda e continuando com o senhor, Dr. Ikeda, e todos os dedicados membros da SGI, têm compartilhado com as Conferências Pugwash o mesmo objetivo de criar um mundo sem guerra nem armas nucleares”.

A Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, que foi apresentada aqui em Kanagawa, está conquistando cada vez mais apoio e compreensão por parte de pensadores do mundo todo. Tenho certeza de que meu mestre ficaria muito feliz com isso.

A luta em prol do Kossen-rufu nunca chegará a um impasse enquanto estiver imbuída do espírito de mestre e discípulo. Se esse espírito estiver vivo e bem, o Kossen-rufu continuará a se desenvolver eternamente. O mesmo é verdadeiro para nossas várias atividades em prol da paz.

Treinando a próxima geração de líderes

Nossa organização na Província de Kanagawa aumentou para oito áreas: Higashi-Yokohama, Minami-Yokohama, Nishi-Yokohama, Kawasaki, Yokosuka, Shonan, Sagami e Kanagawa Gaisen. Nossa organização na Província de Shizuoka, por sua vez, expandiu-se para cinco áreas: Shizuoka, Hamamatsu, Fuji, Izu e Sun’em. Visitei todas essas localidades, deixando em cada uma delas um brilhante registro do Kossen-rufu. Junto com os membros dessas áreas, venci cada obstáculo e redigi uma história de magnífica vitória. Proclamo bem alto que nossos membros de Kanagawa e Shizuoka triunfaram radiantemente!

A união apresentada pelos membros das Divisões Feminina e Feminina de Jovens tanto em Shizuoka como em Kanagawa é especialmente digna de nota. Seus esforços para treinar pessoas capacitadas são realmente exemplares.

A famosa ativista ambiental africana, a Dra. Wangari Maathai, com quem eu e minha esposa nos encontramos (em fevereiro de 2005), escreveu: “Depois que você trabalha com a sociedade civil fica sabendo [o quanto é importante unir-se aos outros]. Estou muito ciente do fato de que você não pode fazê-lo sozinho. É um trabalho de equipe. Ao fazê-lo sozinho, você corre o risco de que, quando não estiver mais presente, ninguém mais o faça”.7

Peço aos membros da Divisão Feminina que dêem total apoio aos membros da Divisão Feminina de Jovens, que assumirão o futuro da Soka Gakkai. O crescimento da próxima geração é a chave para o eterno desenvolvimento da organização.

Espero que Kanagawa e Shizuoka, com sua gloriosa história de luta conjunta de mestre e discípulo, continuem a criar uma ininterrupta correnteza de pessoas capazes.

Para encerrar, gostaria de dedicar-lhes alguns versos escritos pelo grande poeta indiano Bhartrhari (c. 570–651):

O coração dos grandes

É suave como a flor de lótus

Nas épocas de prosperidade,

E forte como uma montanha rochosa

Em tempos de adversidade.8

Por favor, cuidem-se bem! Façam da saúde sua prioridade máxima e, por favor, continuem a avançar com um espírito positivo e vibrante. Por favor, transmitam minhas melhores recomendações a todos. Obrigado por hoje. Vamos nos encontrar novamente!

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