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Caderno Nova Revolução Humana

Nobreza do ser humano

Capítulo “Brado da Vitória”, volume 30

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Ho Goku

11/07/2024

Nobreza do ser humano

PARTE 45

Os membros chegavam um após o outro lotando o recinto principal das ruínas do Castelo de Oka. Um sênior subia galantemente as escadarias de pedra vestido de terno. Um jovem caminhava com toda a disposição carregando uma pessoa idosa nas costas. Uma senhora caminhava a passos rápidos com suor brotando na testa. Os sorrisos trocados uns com os outros também eram radiantes.

Shin’ichi Yamamoto desceu do carro no meio do caminho, e ao começar a subir para a cidadela externa da ruína do castelo, cerca de uma dezena de membros da Divisão Masculina de Jovens o aguardava. Eram os bravos jovens que lutaram até o fim para proteger os companheiros durante as investidas dos clérigos maldosos. Shin’ichi apertou firmemente as mãos de cada um e lhes transmitiu incentivos.

Ao chegar ao recito principal da ruína, aproximadamente trezentas pessoas estavam reunidas. Quando viram Shin’ichi, irrompeu uma grande salva de palmas e ovações.

— Vim aqui para me encontrar com os senhores. E vim para dar a partida rumo ao século 21 junto com os nobres e preciosos companheiros. Então, vamos tirar juntos uma foto comemorativa. Será a foto comemorativa da grande vitória dos membros de Takeda que ficará registrada na história do kosen-rufu.

Dentre as pessoas reunidas, havia também algumas crianças. Na primeira fila, um menino de cerca de 2 anos estava no colo da avó. Shin’ichi pensou: “Não há dúvida de que essa cena é como a obra-prima da alma da canção do triunfo do povo, que ficará gravada para sempre nesse pequeno coração”.


ilustração NRH

O fotógrafo do Seikyo Shimbun olhou pelo visor da câmera. Havia pessoas demais e não cabiam na foto. Sem alternativa, ele tirou a foto subindo nos ombros de outro fotógrafo.

O semblante de todos os companheiros, que ultrapassaram as nuvens escuras das árduas e sofridas batalhas, estava radiante e iluminado. O céu azul se estendia tanto sobre a cabeça como no coração deles.

O fotógrafo apertou o botão.

Shin’ichi falou:

— Já que viemos até aqui nas ruínas do Castelo de Oka, que tal cantarmos todos juntos a música Kojo no Tsuki [A Lua sobre o Castelo em Ruínas]!

Com a regência do secretário da província Takeo Yamaoka, o grande coro começou a cantar.

Shin’ichi também cantou com toda a sua força.

Na primavera, festival das flores, no interior do castelo

E no copo de saquê que circula entre as pessoas está refletido o brilho da lua...

Ondas de emoção envolviam o coração dos companheiros. Desde que se mantenha a fé, sem falta despontará o sol da vitória.

PARTE 46

Takeo Yamaoka, que regia a música Kojo no Tsuki [A Lua sobre o Castelo em Ruínas], tinha ido diversas vezes às terras de Takeda para protestar resolutamente contra a desumanidade dos sacerdotes e para percorrer a região a fim de incentivar os membros. Ele se recordou dos tempos difíceis em que teve de se manter firme e inabalável e também dos incentivos dedicados de corpo e alma por Shin’ichi Yamamoto, e não conseguia conter a ardente emoção que emanava de dentro de si.

Budismo é vitória ou derrota. E o princípio místico de causa e efeito também é claro e rigoroso.

Os nobres filhos do Buda que vieram avançando rumo ao kosen-rufu suportando e resistindo às tempestades de obstáculos e de maldades estufaram o peito de orgulho e cantaram entusiasticamente com o rosto corado.

Cantando junto com todos, Shin’ichi conclamou em seu coração: “Vocês venceram! Como bravos generais do kosen-rufu, protegeram muito bem o castelo da justiça. Agora, é hora da nova partida! Vamos iniciar, juntos, a nova jornada. Rumo àquele cume do século 21!”.

A canção se encerrou.

— Muito obrigado!

Ao dizer isso e elevar os braços formando um “v” como se louvasse a vitória dos companheiros de Takeda, ouviu-se em resposta o brado de Banzai! [“Viva!”].

Banzai! Banzai! Banzai!

Todos bradaram levantando as mãos com vigor. As vozes, em uníssono, propagaram-se pelo grande céu. Foi verdadeiramente o brado de vitória que anunciava o amanhecer da era do povo.

— Jamais me esquecerei do dia de hoje, por toda a minha vida. Por favor, cuidem da saúde!

Quando Shin’ichi começou a caminhar, a multidão de membros o seguiu conversando alegremente.

O sol do inverno parecia sorrir no alto do céu.

Após caminhar um pouco, ele reteve os passos e disse:

— Hoje, eu também tirarei fotos dos senhores, que são os bravos generais de Takeda. E vou gravar o rosto de cada um dos senhores em minha vida, para sempre. Por favor, alinhem-se na escadaria.

Shin’ichi direcionou a câmera que portava, pensando em fotografar a paisagem, e pressionou o disparador. O semblante de todos continha sorriso de plena satisfação.

As ruínas do castelo sob o luar vieram observando continuamente a efemeridade do mundo que repete o ciclo da prosperidade e do declínio. E agora, essas ruínas, resplandecendo sob os raios do sol e com o sopro dos ventos da felicidade e da eternidade, tornou-se o castelo da alegria e da esperança onde retumba a canção da vitória.

PARTE 47

Após registrar a imagem dos membros na câmera, Shin’ichi Yamamoto retornou para o estacionamento onde havia o restaurante. Era para mudar de ônibus e seguir para Kumamoto.

O entorno do ônibus foi se enchendo de pessoas que vinham descendo das ruínas do castelo.

Shin’ichi entrou em meio às pessoas e lhes dirigiu palavras:

— Tenham vida longa! Tornem-se felizes sem falta!

Incentivou cada pessoa, trocou apertos de mãos e entrou no ônibus.

Então, o veículo começou a se mover.

— Boa viagem, sensei!

— Muito obrigado por tudo!

— Oita não será derrotada!

Todos bradavam enquanto acenavam para Shin’ichi.

Shin’ichi também acenou vigorosamente de dentro do coletivo que balançava. O ônibus foi se distanciando e chegou a uma curva. Shin’ichi mudou para a janela do lado oposto, e continuou a acenar.

Embora não fosse visível aos olhos, entre ele e os companheiros existia forte ligação. Era um laço de confiança, um laço de juramento do remoto passado e o laço de mestre e discípulo do kosen-rufu.

Shin’ichi seguiu viagem visando a primeira visita ao Auditório Shiragiku, situado em Asomachi (posteriormente, parte da cidade de Aso), província de Kumamoto.

O ônibus atravessou a fronteira da província com Oita, e avançou pelo sopé do Monte Aso.

Passado um tempo, avistou três pipas bailando no céu. Conforme se aproximava, viu que nelas estavam escritas respectivamente: “Alvorecer”, “Leão” e “Jovem Águia”. Shin’ichi disse:

— Com certeza eles estão empinando aquelas pipas do Auditório Shiragiku.

O veículo passou pela entrada principal do auditório às 14 horas. Da janela se podia ver os jovens que empinavam as pipas do terreno vazio localizado em frente ao portão. Um deles vestia uniforme escolar. Deveria ser aluno do ensino médio.

Ao descer do ônibus, Shin’ichi disse aos líderes que o recepcionaram:

— Desculpe-me por todas as preocupações e sofrimentos que causei. Mas agora é hora de iniciar o combate!

Em Kumamoto também, os membros da Soka Gakkai vieram lutando incansavelmente, mesmo sendo expostos às tempestades de calúnias e de difamações lançadas pelos clérigos maldosos e às perseguições totalmente injustas. A velocidade do avanço do kosen-rufu aumenta ainda mais quando se supera e vence as batalhas contra as tropas do mal que tentam destruir o kosen-rufu.

PARTE 48

Sem entrar imediatamente no Auditório Shiragiku, Shin’ichi Yamamoto posou para fotos com os membros locais, agradeceu pelos seus dedicados esforços e conversou brevemente com eles.

Também chamou o estudante do ensino médio que empinava pipa e incentivou-o do fundo do coração. Era aluno do terceiro ano de uma escola de ensino médio mantida pela província, e se chamava Yuto Honma.

— Vi as pipas! Estavam bem visíveis mesmo de longe. Deve ter passado frio. Obrigado! Peço que você também baile serenamente pelo grande céu do futuro.

Assim dizendo, entrou no auditório. A reunião de gongyo com participação livre estava sendo conduzida com a presença do presidente Eisuke Akizuki.

Ao entrar na sala durante a reunião, Shin’ichi avistou um jovem numa cadeira de rodas e, antes de tudo, foi ao seu encontro.

Ele era Hironori Nonaka, estudante do primeiro ano do ensino médio, que estava internado em uma casa de repouso devido à distrofia muscular. Por conta da doença, ele não tinha esperanças e levava dias de angústia e de sofrimento, mas ao ouvir um relato de um membro da Divisão Masculina de Jovens que havia superado a meningite purulenta, ele se levantou decididamente e começara a se empenhar com seriedade na prática budista.

Sua mãe, Fumino, ao ver o filho recitar firmemente daimoku, decidiu: “Eu também vou receber o Yamamoto sensei em Kumamoto com resultado de shakubuku”. Até então, Fumino evitava falar sobre o budismo para pessoas que sabiam que ela tinha um filho com distrofia muscular. Ela pensava que não conseguiria convencer essas pessoas sobre os benefícios do Gohonzon.

Porém, incentivada pelo aspecto do filho, acompanhada da filha, ela falou com coragem sobre o budismo a uma mulher que também tinha o filho com a mesma doença internado em uma clínica.

Então, ela obteve uma resposta inusitada.

A mulher lhe disse: “Fiquei emocionada com o seu jeito de falar com entusiasmo, alegria e convicção a respeito da grandiosidade da fé, apoiando o filho que luta contra a doença sem nunca se deixar abater”. E então ela decidiu se converter.

Não existe vida sem problemas. Pode-se dizer que viver significa travar uma “batalha contra as preocupações ou o carma”. O importante é, independentemente do que aconteça, não se afastar jamais do Gohonzon. É ter coragem, esperança, orar resolutamente e continuar a lutar. As pessoas veem nessa postura a força, o brilho e a nobreza como ser humano, e sentem empatia e são tocadas por esse modo de viver.



O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.

Ilustrações: Kenichiro Uchida


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