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Nas Asas dos Seus Sonhos
Profissionais da área jurídica — os campeões que lutam para proteger as pessoas
Entrevista
RD
Empatia, honestidade e esforço
Marwan Ramos da Silva - Advogado
01/04/2020
Coordenador da Divisão dos Estudantes da CLP, Marwan fala sobre a sua profissão de advogado, e como contribui para uma sociedade melhor por meio do seu ofício
O que você faz? Em que área atua?
Como advogado, atuo nas áreas cível, trabalhista e empresarial.
Por que escolheu essa carreira? Em algum momento sonhou com essa profissão?
Sempre gostei de resolver situações adversas. No quinto, sexto ano, meus amigos diziam que eu era o advogado da turma, pois cada vez que conversava com os professores e diretores representando a todos, saíamos ilesos das broncas.
Eu tinha o sonho de ser jogador de futebol, e, em seguida, como a carreira de jogador é curta, me tornaria advogado, visto que essa profissão não impõe limite de idade.
Conte para a gente um pouco da sua trajetória (vida e carreira).
Meu pai é advogado, atualmente funcionário concursado da prefeitura de Jundiaí, SP. Sempre atuou em defesa do direito do consumidor e na área trabalhista na cidade de Campinas, SP. Ele me permitia que, nos intervalos dos treinos de futebol, eu ficasse no escritório ajudando-o com os processos.
Eu me formei na faculdade em 2010, entretanto tinha o olhar voltado para o futebol, pois já era jogador profissional. Retornei para o direito só em 2013, quando decidi parar de jogar, pois além de ficar cerca de um ano na fisioterapia, tinha muitas dores no joelho e fazia um tempo que não recebia salário.
Na época, foi uma decisão complicada, precisei de muito daimoku, estudo e diálogo com os companheiros da organização (Taiyo Ongakutai). Iniciei um estágio em que realizava diligências, tirava cópia dos processos em todo o interior de São Paulo, conheci várias cidades e Fóruns. O trabalho era bem desgastante, porém era o que precisava para ocupar a cabeça. Ficava tão cansado que não tinha tempo para lamentação (risos).
No final desse mesmo ano, lancei-me num novo desafio: abri meu próprio escritório em conjunto com uma sócia, e com um bom networking, conseguimos um bom cliente mensal, atendíamos a cooperativa da Polícia Militar de São Paulo, que cobria todo o interior do estado, e já no início da carreira era muito bem remunerado. Posteriormente, com a troca do comando da cooperativa e a mudança da política interna, encerramos a parceria.
Assim, tive a oportunidade de montar um novo escritório, desta vez sozinho, recebendo ajuda e apoio de familiares e amigos do direito. Atualmente, mesmo sendo advogado autônomo, tenho parceria com profissionais do direito de diferentes áreas, abrangendo assim o direito como um todo.
Qual a melhor parte do seu trabalho? E a mais desafiadora?
A melhor parte é conseguir ajudar as pessoas. Ver a alegria e a satisfação quando uma situação que as aflige é resolvida. Já a parte mais desafiadora é saber que sua atuação é fundamental na vida do outro.
Na sua opinião, quais as principais competências e habilidades que um advogado precisa ter?
Empatia, honestidade, dedicação, pensamento estratégico, responsabilidade.
Ficamos sabendo que você participa de um programa de rádio! Pode contar para a gente sobre isso?
Sim. Ano passado, em todas as quartas-feiras das 12h às 14h, participava do programa Potência Máxima, da Rádio Ouro Verde de Campinas, 105,9.
Curioso, pois o quadro tinha um nome engraçado, que combinava com a Divisão dos Estudantes, “Liga da Justiça” — um espaço para tirar dúvidas jurídicas com Dr. Marwan Ramos. Assim, recebia a pauta com os assuntos a serem abordados no dia anterior para que pudesse me preparar ao máximo, porém inúmeras vezes recebia perguntas inesperadas e fora de contexto, momentos muito desafiadores uma vez que o programa é em tempo real, com perguntas e respostas simultâneas.
Em sua carreira, qual foi o momento mais marcante?
Foram dois momentos cruciais. O primeiro foi na época do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na ocasião, apesar de muito esforço, não passei no exame por apenas uma questão. Tomei a decisão de diminuir as atividades da Gakkai e diversão com os amigos com intuito de ser vitorioso no próximo exame, mas o resultado é que não passei novamente por pouco.
Sempre tive dificuldades em assimilar a derrota, pois penso que por ser ex-atleta, o espírito de querer a vitória permaneceu. Com o resultado da prova, tinha vergonha no início de encontrar meus colegas de faculdade, ficava triste e bem desanimado.
Com apoio dos companheiros do grupo Taiyo Ongakutai, meus pais, minha irmã e a família da Gakkai, renovei minha decisão, e, diferentemente da última vez, comecei a participar de todas as atividades, e me dedicava aos estudos em casa. Realizei a prova na cidade de Jundiaí, cerca de 40 quilômetros de Campinas, cidade em que moro, pois não queria encontrar nenhum conhecido. Na prova caiu justamente o conteúdo que eu mais sabia, e o resultado foi vitória e churrasco pra comemorar (risos).
Outro momento marcante foi minha primeira audiência trabalhista. Estava nervoso, com frio na barriga, e o juiz e o advogado da parte adversa perceberam. No final, após autoavaliação, fiquei apreensivo por não ter me saído tão bem. Meus pais me abraçaram e me incentivaram: “Fique tranquilo, coragem! Recite daimoku e evidencie o seu melhor na próxima”. Foi bem simples, mas importantíssimo para minha vida e carreira.
Qual dica você daria aos Estudantes que aspiram trabalhar na área jurídica?
Ter empatia pelo problema do outro, esforço e aprimoramento contínuo.
O que seu aprendizado na BSGI contribuiu para sua profissão?
A importância do senso de responsabilidade em desafiar a si próprio para desempenhar as atribuições da melhor forma possível, ter metas e objetivos claros. Sinto gratidão pela felicidade das pessoas com suas questões resolvidas, principalmente quando valorizam o diálogo na mediação de conflitos.
Tem algo que não perguntamos que gostaria de compartilhar?
Compartilho um pensamento para que todos possam ter ao menos uma noção do direito, pois, com o conhecimento das leis, asseguramos os direitos sociais, individuais e de igualdade, sem preconceitos, conquistando a solução pacífica das controvérsias.
E seguimos assim, da melhor maneira, as diretrizes da Soka Gakkai, as orientações de Ikeda sensei e os direcionamentos da BSGI.
Direito civil ou Direito cível?
De acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, ambas as palavras, “civil” e “cível”, existem oficialmente em nosso idioma.
“Civil” se refere àquilo que é relativo ao cidadão, que não tem caráter militar ou religioso, à civilidade ou ainda como termo jurídico ligado ao direito civil.
Enquanto “cível” possui significação apenas no meio jurídico, designando aquilo que tem relação com direitos civil, trabalhista e comercial, jurisdição de tribunais, em que se julgam causas civis.
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