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Entrevista

Proteger as pessoas

Conheça Leonardo Pego Moutinho, sargento dos bombeiros

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Redação

03/12/2021

Proteger as pessoas

Perfil:

- Leonardo Pego Moutinho

- 35 anos

- Mora em Contagem (MG)

- Coordenador da DE da Sub. Minas Gerais

- Formação: educação física (Centro Universitário de Minas Gerais), especialização em condução de veículos de emergência e embarcações e técnico em emergência médica.

Pode contar um pouco sobre você?

Conheci o budismo pela minha tia. Comecei a praticar em 2005, num momento de muitas dificuldades. Apesar dos meus pais não serem praticantes, eles me respeitam e me apoiam bastante. Gosto de estar com meus familiares e amigos, praticar atividade física, assistir a séries e aos jogos do meu clube do coração, o Atlético Mineiro. Pertenci ao grupo Sokahan por onze anos e agora atuo no Brasil Ikeda Myo-on Kai como responsável pela CGRE e vice da BSGI.

Sou casado com a Letícia e tenho um filho de 2 anos que recebeu o nome Massao, que foi indicado pelo Ikeda sensei por significar “herói da justiça”, “menino justo”.

Entrevista, RDez, jan. 2022, ed. 241, 1.

Leonardo com a esposa, Letícia, e o filho, Massao. Foto de arquivo pessoal

Como iniciou a carreira?

Ingressei no Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais em 2008, após uma longa jornada de árduos estudos. Prestei por duas vezes o concurso, que consiste em três etapas: prova escrita, exames médicos e psicotécnico e testes físicos. Na primeira tentativa, fui eliminado na segunda etapa.

Renovei o objetivo de ser aprovado. Dediquei-me ainda mais na prática budista e continuei estudando bastante. Tive que me privar de algumas coisas que um jovem de 20 anos normalmente faz, como ir às festas e se encontrar com os amigos, mas valeu a pena. Eu venci!

Nunca tive o sonho de ser bombeiro. Buscava apenas um emprego que me proporcionasse estabilidade financeira, mas hoje vejo que não poderia ter escolhido profissão melhor, pois sou apaixonado pelo que faço.

Quais foram os desafios para chegar ao cargo de sargento?

Trabalhei seis anos no serviço operacional, em plantões de 24 horas, ao mesmo tempo que fazia faculdade. Nessa época, como não tinha carro, passava seis horas dentro do ônibus (era tenso). Concluí a faculdade e ganhei experiência e muitas histórias para contar sobre gato preso no telhado, partos, mergulho para buscas etc.

Em 2014, passei num concurso interno para assumir a função de cabo, experiência completamente nova e muito desafiadora. É bom lembrar que em todos esses momentos me mantive firme na prática da fé, próximo da Soka Gakkai, das orientações do Ikeda sensei e dos companheiros. Essa foi a minha base para suportar os desafios. Em 2017, após mais uma maratona de estudos, fui aprovado num concurso interno para assumir a função de sargento.

Como é seu dia a dia no trabalho?

Eu vistorio e analiso projetos para prevenir e combater incêndios. Em alguns casos, tenho a responsabilidade de liberar a realização de shows com público de dez mil pessoas ou mais, fato que me faz recitar muito daimoku para que eu não cometa erros e não aconteça nenhum acidente nem incidente com ninguém.

Tenho muito amor pela minha profissão de bombeiro, motivo de muito orgulho para toda a família. Atuo sempre com muita responsabilidade e seriedade e busco ser o mais correto possível, como um genuíno discípulo de Ikeda sensei.

Entrevista, RDez, jan. 2022, ed. 241, 2.

Leonardo e companheiros combatem um incêndio florestal. Foto de arquivo pessoal

Qual a parte mais legal da profissão? E a mais desafiadora?

A mais legal é fazer todo tipo de treinamento, como mergulho, rapel de helicóptero, escalada, dentre outros, e poder contribuir efetivamente para a proteção das pessoas e da sociedade em geral. Essa sensação é muito boa porque é também o objetivo da Soka Gakkai. A parte mais desafiadora é perceber que, em alguns casos, por mais que você faça o máximo para salvar uma vida, nem sempre isso é possível.

Ficamos sabendo que atuou no desastre em Brumadinho. Como foi?

Aquilo me proporcionou um crescimento profissional muito grande devido à proporção do desastre. Participei diretamente das buscas na megaoperação que foi montada (e permanece até hoje) com bombeiros de diversos estados e até de outros países. Ela já é considerada a mais longa operação de resgate da história.

Entrevista, RDez, jan. 2022, ed. 241, 3.

Leonardo participa da 8ª Academia dos Sucessores Ikeda 2030. Foto de arquivo pessoal

Qual dica você daria para os Estudantes que sonham em ser bombeiro?

Cuide da saúde e pratique atividade física para ter um bom condicionamento físico e se sair bem nas provas. Dedique-se bastante nos estudos, afinal, o concurso é muito concorrido. Alimente esse sonho dentro de si e recite bastante daimoku para reunir boa sorte para conquistar seu objetivo. E caso não passe no concurso na primeira vez, persista e não desista: vai conseguir ser aprovado sem falta!

Tem alguma frase do Mestre que carrega sempre com você?

Nichiren Daishonin declara: “Nunca permita que estes [problemas] o perturbem. Ninguém pode evitar problemas, nem mesmo veneráveis ou reverenciáveis. (...) Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue recitando Nam-myoho-renge-kyo, independentemente do que aconteça" (CEND, v. I, p. 713). Não existe uma vida livre sem sofrimentos ou um mundo livre de problemas. Na realidade, a vida torna-se interessante pelo simples fato de que ocorrem todos os tipos de desafios. Os que baseiam a vida na Lei Mística são capazes de atrair a suprema sabedoria e ultrapassar todos os obstáculos, não importando o quê; são capazes de atingir uma vida de profundo valor em que todos os seus desejos são realizados.
(Brasil Seikyo, ed. 1.219, 27 mar. 1993, p. 4.)

Saiba qual foi o momento mais marcante da carreira de Leonardo no vídeo abaixo:

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