ABC do Budismo
RD
Coragem, a marca registrada de Josei Toda
Divisão dos Estudantes
17/01/2022
Explicando
Continuando a trilogia sobre os três mestres da Soka Gakkai, nesta edição, abordaremos a trajetória do segundo presidente, Josei Toda. Vamos conhecer um pouco sobre a infância e a juventude desse corajoso homem, como ele reconstruiu nossa organização e sua luta em favor da justiça.
Quem foi Josei Toda
Ele nasceu em 11 de fevereiro de 1900 na cidade de Kaga, província de Ishikawa, no Japão. Foi uma criança muito dedicada aos estudos por influência do irmão mais velho, Sotokichi. Aos 8 anos, Toda sofreu com a morte desse querido irmão, vítima de tuberculose. Aos 17, decidiu se tornar professor.
Pouco tempo depois, conheceu o educador Tsunesaburo Makiguchi, se encantou com suas ideias e decidiu considerá-lo seu mestre. Em 1928, conheceram o Budismo de Nichiren Daishonin e adotaram essa filosofia de vida.
Josei Toda e Daisaku Ikeda cumprimentam membros da Soka Gakkai (mar. 1958)
Reconstrução da Soka Gakkai
Conforme visto na edição passada, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda foram presos em 1943 por não aceitarem o talismã xintoísta. Makiguchi faleceu na prisão, deixando o legado de seus ideais a seu discípulo Josei Toda, que foi libertado em 3 de julho de 1945.
Quem o viu sair da prisão, ficou chocado com a imagem do homem de 45 anos e quase 1,80 metro pesando menos de 40 quilos. Seu estado de saúde era precário: desnutrição, diabetes, problemas respiratórios, entre outras doenças. Além disso, sua forte miopia havia se agravado pela péssima condição física em que se encontrava. Mesmo assim, seu olhar transmitia uma forte determinação que nem o pior cárcere pôde abater.
Diante das ruínas do pós-guerra, Josei Toda se levantou sozinho, como um verdadeiro leão, com o grande desejo de concretizar o kosen-rufu e conduzir as pessoas à felicidade. Em 14 de agosto de 1947, conheceu o jovem Daisaku Ikeda. No dia 3 de maio de 1951, Josei Toda assumiu como segundo presidente da Soka Gakkai e mestre e discípulo reconstruíram a organização num ritmo acelerado.
Pontos marcantes
Na jornada desse grandioso herói, podemos destacar três fatos que marcaram a história da Soka Gakkai:
- Concretização de 750 mil famílias convertidas ao budismo, um objetivo que ninguém acreditava ser possível já que, na época, havia apenas três mil membros.
- Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, em 1957, na qual denuncia o uso das armas nucleares como um mal absoluto que ameaça a sobrevivência da raça humana.
- Cerimônia do Dia do Kosen-rufu, realizada em 16 de março de 1958, com a participação de seis mil jovens. Nesse dia, o presidente Josei Toda confiou o grande desejo da realização do kosen-rufu aos jovens sucessores.
Logo após essa cerimônia, aos 58 anos, Toda sensei encerrou nobremente a sua missão, deixando a concretização de seus ideais para o jovem Daisaku Ikeda, seu fiel discípulo que se tornaria o terceiro presidente da Soka Gakkai.
Josei Toda profere sua Declaração pela Abolição das Armas Nucleares (8 set. 1957)
Curiosidades sobre Josei Toda
- Quando criança, recebeu o nome de Jin’ichi Toda; ele era o mais novo dos sete filhos. Depois, mudou seu nome para Jogai e, mais tarde, para Josei.
- Perdeu sua primeira filha, Yasuyo, com apenas 1 ano, bem como sua primeira esposa, Tsuta Urata, dois anos depois, ambas vítimas de tuberculose. Casou-se novamente em 1935 com Ikuko Matsuo e, com ela, teve o filho Takahisa, nascido no ano seguinte.
- Apesar de Josei Toda passar a imagem de uma pessoa dura e rigorosa, sempre se preocupou com o bem-estar de todos, como demonstrou na cerimônia dos jovens de 16 de março de 1958 ao solicitar que fosse preparada uma sopa de leitão para os que chegassem com fome e frio.
- No final da vida, por causa da saúde debilitada, sempre tinha um médico em contato, porém, confiava sua vida a seu discípulo Daisaku Ikeda, que não saía de perto dele. Certa ocasião, ele o chamou às 3 horas da madrugada. Daisaku correu para perto dele e, quando chegou, ouviu: “Daisaku, você é rápido como um falcão” (Brasil Seikyo, ed. 1.454, 28 mar. 1998, p. 3).
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