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Diálogo Sobre Religião Humanística
O ensino para livrar a humanidade do sofrimento em uma “era de conflito”
Mundo da Leitura
TC
(15) Arnold Toynbee
“Um sábio internacional”
01/07/2004
Nascido em Londres em 14 de abril de 1889, Toynbee tinha uma especial devoção pela história, herdada de sua mãe, uma dedicada historiadora. Além disso, era sobrinho de um tio de mesmo nome, o reformador social Arnold Toynbee, que escrevera um elogiado ensaio sobre a Revolução Industrial na Inglaterra, publicado em 1884. Outro de seus tios — Paget — era um renomado erudito, filólogo e biógrafo de Dante, cuja biblioteca foi freqüentada pelo jovem Arnold.
Desde cedo, Toynbee inclinou-se aos estudos gregos, que o levaram bem mais tarde a escrever um dos mais belos ensaios sobre a Grécia Antiga, Hellenism, the History of a Civilization (Helenismo: História de uma Civilização). Portanto, seja pelo lado paterno ou materno, Toynbee era herdeiro de uma família que deitava suas raízes na mais profunda tradição do patriciado intelectual do Reino Unido.
Contribuições
Toynbee defendia a religião como força regenerativa de uma civilização. Contrariando Karl Marx, suscitou polêmica entre os historiadores do século XX. Graduou-se no Balliol College de Oxford (1911), onde depois foi professor de história grega e bizantina. Durante a Primeira Guerra Mundial, trabalhou para o governo britânico e participou da Conferência de Paz de Paris (1919). Depois da guerra foi nomeado professor da Universidade de Londres, pesquisador e professor de História Universal da London School of Economics e diretor de ensino do Royal Institute of International Affairs (1925).
A coragem de Toynbee
Arnold Toynbee pode ser politicamente enquadrado como um pensador conservador. Mas, ao mesmo tempo, foi um revolucionário na sua área, uma exceção no século XX, pois remou contra as ondas da sua época por simplesmente negar-se a ser um autor de monografias históricas pontuais que se dedicassem a um só aspecto, a um tema isolado. Assim, fascinou o público com suas incontáveis digressões, nas quais, em prosa literária de fazer inveja a um ficcionista, deixava transparecer um conhecimento universal. Dominava duas das grandes artes que imortalizam um historiador: a erudição e o estilo narrativo, intercalando observações pessoais extraídas das incontáveis viagens que realizou por grande parte do mundo.
Esteve no Brasil em 1966, sendo de impressões da América Latina sua última obra: Between Maule and Amazon (Entre o Maule e o Amazonas, 1967).
Deixando como principal lição para os historiadores a importância de observar a geografia e a paisagem sociocultural antes de escrever, como por exemplo explicar o porquê de certas coisas ocorrerem de um modo e não de outro, faleceu em 22 de outubro de 1975, aos 86 anos.
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