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Irradiem a luz do Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra

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06/07/2020

Irradiem a luz do Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra

Minha jornada de mestre e discípulo começou com o tratado de Nichiren Daishonin, intitulado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra.

Em uma reunião de palestra, dois anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial (em agosto de 1947), encontrei-me pela primeira vez com meu mestre, Josei Toda. E em sua explanação do tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, ele disse aos presentes: “Uma vez que abraçamos a fé no Gohonzon, não haverá problemas para atingirmos o estado de buda. Mas quando penso em nossas famílias, no país e no mundo turbulento do século 20, quero erradicar o sofrimento e a miséria da face da Terra. Isso é kosen-rufu. Vocês estão comigo?”.

Juntos com Toda sensei, nós, jovens, resolutamente hasteamos o estandarte do “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”, a essência do Budismo Nichiren, em meio às ruínas do Japão devastado pela guerra.

O tratado é apresentado em forma de diálogo entre um anfitrião e um viajante, ambos angustiados com os “fenômenos incomuns no céu e estranhas ocorrências na terra (...) a fome e a peste” (CEND, v. I, p. 6) que aconteciam naquela época. Ou seja, o ponto inicial é a preocupação compartilhada por ambos sobre como superar os sofrimentos reais do povo.

Em certo ponto da discussão, o viajante, adotando um ar de autoridade, demonstra raiva e ameaça partir; em outro, ofende-se e critica de forma arrogante o anfitrião, chamando-o de “homem de posição humilde” (Ibidem, p. 17).

Mas o anfitrião responde com um sorriso tolerante e, com a confiança de um estudioso do Sutra do Lótus (cf. CEND, v. I, p. 17), calmamente dá continuidade e se aprofunda nos temas. Ele não é tomado pela raiva ou pelo preconceito, nem se permite resignar ou se sentir impotente. Transcendendo as divergências e a negatividade, explora os princípios vitais do Sutra do Lótus e conduz o viajante a fim de realizarem juntos um juramento de orar e agir em prol da “paz e segurança nos quatro quadrantes da terra” (CEND, v. I, p. 24).

Ao expor o raciocínio com o qual redigiu Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, Nichiren Daishonin afirma: “Declaro tudo isso unicamente em prol da nação, da Lei e das demais pessoas, não em benefício próprio” (Ibidem, p. 172).

Por ter o compromisso de continuar essa grande batalha, a Soka Gakkai perseverou no diálogo com o mesmo espírito que Daishonin ensinou nesse tratado, não importando quão desafiadora fosse a época. Acreditamos na natureza de buda de cada pessoa e nos levantamos acima de todas as diferenças para desenvolver inúmeros laços como “amigo(s) na sala de orquídeas”1 (cf. CEND, v. I, p. 23), expandindo nossa rede de paz, cultura e educação pelo mundo.

O estandarte do “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra” confiado a nós por Nichiren Daishonin, o Buda dos Últimos Dias da Lei, é sustentado atualmente pelos jovens cidadãos do mundo, cada um com sua nobre missão enquanto bodisatva da terra. Tenho certeza de que eles conduzirão a renascença da vida na sociedade do século 21, reagindo aos desafios sem precedentes da sociedade global com a união da sabedoria dos povos ao redor do mundo.

Daishonin escreve que o exemplo de um indivíduo atingir o estado de buda se aplica igualmente a todos os seres vivos (cf. WND v. II, p. 844). A revolução humana de cada um dos nossos jovens Soka é fonte de ilimitada esperança.

Vamos avançar, hoje também, em nossa jornada grandiosa e elevada de mestre e discípulo! 

A terra do tesouro Soka

irradia a luz da coragem

porque temos os jovens

que sustentam o estandarte da Lei Mística

sem temer nenhuma adversidade.

Notas:

1. Em seu tratado Estabelecer o Ensinamento para a Pacificação da Terra, Nichiren Daishonin escreve: “Como é gratificante! O senhor uniu-se a um amigo na sala de orquídeas e ficou de pé como a artemísia que cresce entre o cânhamo” (CEND, v. I, p. 23). O “amigo na sala de orquídeas” indica uma pessoa de virtude. A inferência é de que a companhia de uma pessoa de virtude é uma boa influência, assim como uma pessoa é envolvida pela fragrância ao entrar em uma sala de orquídeas.

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