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Crônica

O jeito budista de ser feliz

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01/09/2020

O jeito budista de ser feliz

Se você observar as pessoas ao seu redor, perceberá que a maioria segue esta fórmula: “O empenho leva ao sucesso e só depois de se obter o sucesso é que a felicidade será atingida”. O problema é que essa fórmula está incorreta.

Essa é a conclusão de Shawn Achor, autor de O jeito HARVARD de Ser Feliz. Comecei a lê-lo recentemente e o “devorei” em poucos dias. E em várias partes pude relacionar os dados científicos, as pesquisas e as conclusões do autor com os princípios budistas, as orientações e os incentivos do nosso mestre, presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda.

Shawn, professor de Harvard, observou, durante décadas, os alunos que se dedicavam por anos ao estudo a fim de fazer parte dessa renomada instituição de ensino — considerada uma das melhores do mundo. O que ele percebeu: aqueles que viam o aprendizado como um fardo estavam focados no estresse e na pressão e deixavam passar as oportunidades que se apresentavam “bem debaixo do nariz deles”. Por outro lado, aqueles que consideravam um privilégio chegar a Harvard pareciam brilhar ainda mais. Dessa forma, ele notou quanto nossa interpretação da realidade altera nossa experiência dessa realidade, e que temos mais sucesso quando estamos mais felizes e somos mais positivos.

Sobre esse ponto, especificamente, lembrei-me das seguintes considerações do presidente Ikeda sobre o diálogo que realizou com Konosuke Matsushita (1894–1989), empresário reconhecido internacionalmente e fundador da Indústria Elétrica de Matsushita Corporation Ltda., atual Corporação Panasonic:

Ao observar serenamente a trajetória de sua vida, ele [Matsushita] concluiu que nenhum momento parecia ter sido preenchido de sofrimento ou adversidade. (...) Ele aprendeu com seus problemas e os usou como um trampolim. (...) Aqueles que enfrentam a adversidade com esperança e boa vontade fazendo o seu melhor não consideram as dificuldades como sofrimento. O herói da independência indiana Mahatma Gandhi (1869–1948) observou: “A satisfação reside no esforço, não no resultado obtido. O esforço total é a plena vitória”. (...) Pessoas que se esforçam ao máximo e resolvem seus problemas no momento em que surgem não os encaram como dificuldades, mas como um agradável desafio.1

Como esse exemplo demonstra, o budismo nos ensina, de forma prática, os princípios que norteiam o livro de Shawn Achor. De modo semelhante ao dos alunos que se consideravam privilegiados por fazer parte daquela universidade e por conta disso se dedicavam mais, aqueles que possuem um coração repleto de gratidão vivem de forma mais positiva e provocam mudanças e transformações em sua vida e em seu ambiente. E tal transformação interior começa com a realização da prática diária do gongyo e do daimoku, aliada ao estudo e à participação na organização de base, que elevam nossa condição de vida e nos permitem enxergar tudo da melhor maneira. Esse é o “jeito budista de ser feliz”.

Ricardo Shin-iti Miyamoto

Redação

Notas:

1. Brasil Seikyo, ed. 2.183, 15 jun. 2013, p. C3.

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