Crônica
TC
O maior patrimônio de um jovem
01/09/2021
Anos atrás, a empresa em que eu trabalhava vinha passando por sérias dificuldades financeiras e um dos funcionários mais importantes pediu demissão. Mesmo não tendo experiência com a tecnologia que ele desenvolvia, recebi a oportunidade de trabalhar em seu lugar.
Inspirado no lema “Que Venha o que Vier”, estabelecido pela Divisão dos Universitários (DUni), aceitei o desafio e me dediquei a aprender o que fosse preciso. O início foi até tranquilo, porém, certo dia, por volta do horário do almoço, o sistema que eu cuidava começou a apresentar lentidão e, em poucos minutos, ficou inacessível. Passei horas tentando entender o que havia acontecido e a pressão do cliente para que o sistema voltasse logo só aumentava. Não havia ninguém para me ajudar.
Em determinado momento, eu me senti tão perdido e desesperado que fui ao banheiro, joguei água no rosto e me tranquei em uma das cabines, pensando no que poderia fazer. A sensação não era novidade: por muitas vezes, antes de uma apresentação do Taiyo Ongakutai [banda da Divisão Masculina de Jovens (DMJ)], em que não me sentia confiante, ouvia dos companheiros: “Respire fundo, faça o seu melhor. Se errar, erre com convicção, mas não seja derrotado”.
Voltei à minha mesa com a decisão de que resolveria o problema e que, em vez de recuar, daria vários passos adiante. Pesquisei, estudei, lancei mão do que havia à minha disposição e enfim o sistema voltou ao normal. Respirei aliviado e o trabalho prosseguiu normalmente, sem ninguém ter ideia do que se passara em meu coração e em minha mente naquele momento.
Nesse dia, mesmo sem perceber de imediato, pus em prática na vida profissional os treinamentos que recebi ao longo da minha juventude em diferentes frentes — DMJ, DUni e Ongakutai. Sobre esses dramas da juventude, nosso mestre, Dr. Daisaku Ikeda, orienta:
Aqueles que vivem de forma resoluta, que possuem um espírito invencível e conseguem emergir das profundezas do desespero, assim como a fênix renasce das cinzas, são mais propensos a, no fim, alcançar uma brilhante vitória do que aqueles que nunca experimentaram um fracasso ou uma decepção. Não devemos ter medo de falhas ou de erros, mas sim de permitir que nos derrotem.1
Muitas vezes nossas ações, quando realizadas, parecem ter pouca importância ou pensamos que elas terminarão ali e não gerarão nada para o futuro. Contudo, ao viver com sinceridade o treinamento que o Mestre proporciona, absorvemos e crescemos de forma a reluzir esse aprendizado em diversos momentos cruciais durante toda a nossa vida.
Esse não foi o único episódio, nos âmbitos profissional e pessoal, em que fiquei sem saber o que fazer. Mas, infalivelmente, em todos eles eu me lembrei desse treinamento e dei o passo fundamental para vencer. Hoje, a partir dessas experiências, reconheço a importância desse grandioso patrimônio da minha juventude. Muito obrigado, sensei!
Edjan Souza Santos
Divisão de Tecnologia e Inovação
Nota:
1. IKEDA, Daisaku. Sabedoria. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 164.
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