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Relato

A coragem é o tempero da vitória

O casal Juraci e Josefa comprova a força da determinação na conquista dos sonhos

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Redação

24/01/2024

A coragem é o tempero da vitória

O sangue (e sotaque) nordestino não foi deixado para trás, somando-se à simplicidade e à simpatia que compõem o modo de vida desse casal, destaque da edição. Juraci, 59 anos, e Josefa, 53, são de origem e de famílias ainda amigas de Aracaju, SE, e residem atualmente no município paulista de São Bernardo do Campo, SP. Eles se conheceram há doze anos, quando Juraci, em visita a parentes em sua região natal, reencontrou Josefa. Ao ouvir um pouco sobre a situação dela, ele logo lhe falou do Nam-myoho-renge-kyo, que praticava há quase quarenta anos e com grandes comprovações.

Seis meses depois, após superar a separação do marido, Josefa veio para São Paulo e, junto com Juraci, iniciou “uma vida de muitas conquistas, vencendo um a um os desafios”, celebra a esposa com uma fala mansa e gentil, bem diferente do que era naquela época. “Nossa, nem consigo medir quanto mudei. Budismo é pra gente revolucionar mesmo. Eu era uma pessoa sofrida, meio casca grossa, não sabia como lidar com a vida nem com as pessoas. Mudei a mim, e meu ambiente se transformou da forma como sempre sonhei.”

Das primeiras comprovações, o casal se viu em meio a desafios de saúde, questões financeiras e as incertezas de futuro. Juraci relembra que, quando recebeu seu Gohonzon, em 1987, por intermédio de uma tia, ela lhe deu de presente uma edição dos escritos de Nichiren Daishonin. “Uma frase me segue até hoje, e nunca deixo de ler: ‘A espada é inútil nas mãos de um covarde. A poderosa espada do Sutra do Lótus deve ser manejada por alguém corajoso na fé’.1 E não tem outro jeito, com a recitação do Nam-myoho-renge-kyo, fortalecemos a determinação de vitória e encontramos saídas para tudo,” enfatiza Juraci.

“Sempre há uma saída”

Em meio a um beco aparentemente sem luz, essa frase se tornou ainda mais verdadeira. Abrimos um recorte para o primeiro ano da pandemia, 2020, período de dor e de incertezas generalizadas. Era hora de comprovar. Juntando economias com muito sacrífico, o casal havia conseguido abrir um pequeno restaurante, que vinha crescendo aos poucos e agora na iminência de ser fechado. “Determinamos vencer a todo custo, dedicando-nos ao sincero daimoku e às atividades da Gakkai”, frisa Josefa, relembrando as palavras de ordem que seu coração emitia todas as vezes que se sentava diante do Gohonzon: “Temos o daimoku, temos o Gohonzon, temos o Mestre. Vamos vencer!”.

Ao empunhar, portanto, a espada da determinação e da coragem, logo o ambiente de vitória se formou. Em um dia de fevereiro, um engenheiro responsável por um projeto no bairro bateu à porta do restaurante do casal para encomendar marmitas destinadas aos funcionários da obra. “A gente não podia abrir o restaurante para o público, e aquela foi a oportunidade de continuarmos cozinhando e nos mantendo, o que se seguiu por dois anos. Como é maravilhosa essa prática da fé”, reforça Josefa.

Na outra ponta, como líderes de comunidade, também foi o momento de avanço. O primeiro desafio, à frente da comunidade, era manter todos unidos, para, juntos, superar aquele período em que o distanciamento físico se mantinha como medida de proteção. “Tivemos muito apoio porque a gente entendia pouco de aplicativos e, com a união de todos, conseguimos superar com muita alegria aqueles dias”, comenta Juraci, destacando o momento do retorno das reuniões presenciais, “Repletas de humanismo, que a gente só tem na Soka Gakkai”.

Castelo familiar

Com o restaurante em plena atividade, era hora também de dar vida ao objetivo do casal: a casa própria. “Eu sonhava dia e noite em oferecer minha sala para as atividades da nossa comunidade”, relata Josefa, e para tanto envolveu-se no desafio de recitar duas horas de daimoku diárias em meio ao cansaço da jornada na cozinha do restaurante, nas atividades e na família. “A gente consegue tudo o que determina, mas não pode desistir. Daimoku e ação”, diz. Com a prática, ela lidou com uma negociação na qual tinha menos da metade do valor. “Com a boa sorte acumulada, consegui parcelar o restante e, em 2022, passamos o ano novo em nosso novo lar. Vitória.”

Com os companheiros em atividade na organização de base

Com os companheiros em atividade na organização de base


Em maio de 2023, Juraci conseguiu um novo trabalho, e Josefa toca sozinha o restaurante da família, com seis funcionários e “Muita luta no fogão e na vida, com alegria e gratidão”. Assim mesmo, para rimar, brinca Josefa. Ela e Juraci se orgulham de vencer, etapa a etapa, na contribuição voluntária (Kofu), oportunidade proporcionada aos membros da organização. “Kofu é vitória ou derrota. E estamos comprovando essa conquista com muita felicidade no coração.” 

Eles também estão felizes com as pessoas a quem apresentaram à família Soka, todas desfrutando as comprovações da prática da fé. “A gente sempre tem aquela frase da escritura que diz: ‘O inverno nunca falha em se tornar primavera’.2 E é isso mesmo, não importa o sofrimento, a gente nasceu para ser feliz. O sofrimento não dura para sempre. É determinar, orar e agir. Assim estamos comprovando”, argumentam Juraci e Josefa, baseados no que vivenciam e ensinam a todos que conhecem. Para ambos, ter encontrado Ikeda sensei é razão de máxima alegria da vida. “Gratidão por esse ensinamento que ele nos legou e que nos fortalece dia a dia. O Mestre não está mais presente fisicamente com a gente, mas seu sentimento não morre. Nós não tivemos muita chance de estudar, porém aprendemos com ele como ter uma vida digna, superando a tudo. Somos muito felizes, imensamente gratos.”

Juraci dos Santos, 59, e Josefa Delfina Santos, 53, donos de restaurante. Na BSGI, atuam como líderes da Comunidade Vianas, RM São Bernardo, Sub. Grande ABC, CGSP.

No topo: Juraci e Josefa em frente ao restaurante da família. O casal superou o período desafiador da pandemia, comprovando os benefícios da prática da fé.

Notas:

1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 431, 2020.
2. Ibidem, p. 560.


Fotos: Arquivo pessoal



Assista

Ao vídeo do relato do casal Juraci e Josefa

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