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Relato

Tesouros da juventude

Com uma nobre determinação selada no coração, Ana Lidia vence o carma da doença, inova no sonho empreendedor e avança inspirando com seu exemplo

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Redação

20/06/2024

Tesouros da juventude

Um juramento feito na juventude molda o futuro, transformando em avanço contínuo nossa existência.

Eu me chamo Ana Lidia, tenho 41 anos, e moro em Praia Grande, cidade do litoral de São Paulo, SP. Sou extremamente grata por todo o aprendizado que adquiri nos jardins da Soka Gakkai desde os meus 3 anos, quando meus pais encontraram esse maravilhoso budismo. Aprendi a importância de ter um mestre da vida. Sempre me senti acolhida pelos companheiros, que me cobriram de incentivos nos momentos de incertezas, esses que rondam a mente quando se é jovem, principalmente quando as dificuldades financeiras e a saúde frágil se fazem presentes. Mas venci a tudo, pois, no decorrer dessa jornada, reafirmei que avançar é minha missão. Compartilho um pouco dessa trajetória.

Em 2011, formei-me na Divisão Feminina de Jovens (DFJ). “Suportar e superar!”, “Jamais ser derrotada!”, “Transformar o destino em missão!”. Esses são os direcionamentos que recebi nessa juventude preciosa, incluindo minha participação na banda Asas da Paz Kotekitai, e se tornaram grandes tesouros. Eles foram fundamentais para minha vitória em lidar com a separação dos meus pais, criar harmonia familiar, e alcançar a realização profissional — conquistas que pareciam impossíveis, mas aí está a prática do Nam-myoho-renge-kyo para fazer acontecer. E um juramento a selar.

Em 3 de maio de 2009, atuava como responsável pela Divisão dos Estudantes (DE) de RM e tive a oportunidade de selar meu compromisso com o Mestre na Convenção dos Jovens Monarcas da Nova Era. Quanta gratidão! Na mensagem enviada para a ocasião, sinto que o presidente Ikeda direcionou minha vida:

Mesmo diante das piores adver­sidades, não há nada a temer quando se vive junto com o mestre em prol da Lei Mística. Não existirá aflição nem sofrimento. Haverá somente radiante e ilimitada alegria, como também plenitude, esperança, orgulho e, enfim, a glória.1

O casamento veio em 2011 e, já atuando na Divisão Feminina (DF), aprendi o significado de “muito mais daimoku”. Conquistei uma incrível harmonia familiar ao lado de meu marido, pai, mãe, irmã e padrasto. Hoje, a família aumentou, tenho dois sobrinhos, a terceira gera­ção de praticantes. Graduei-me em administração de empresas e construí uma carreira na área de gestão de recursos humanos. E a vida pedia mais.

Com o marido, Gelson

Com o marido, Gelson

 

Trabalho e saúde

Em 2015, tornei-me empreendedora, inaugurando uma loja virtual de calçados femininos. Em paralelo, meu marido conquistou uma vaga em um órgão público. No ano seguinte, fui ao Japão; dois anos depois, assumi a liderança do grupo Zenshin (membros da DF até 45 anos) da CGSP, alcançando junto com as companheiras resultados extraordinários.

Inicia-se na mesma época uma luta constante pela transformação do carma de doença. Osteonecrose é a morte das células ósseas e, no meu caso, atingiu o quadril (bilateral). Foi um período desafiador. Mesmo nessa condição, em 2018, participei do Curso de Aprimoramento da SGI, no Japão, e ali voltei ao ponto primordial da prática da fé.

No curso de aprimoramento no Japão

No curso de aprimoramento no Japão

No retorno ao Brasil, os médicos previram que eu ficaria dependente de muletas e de cadeira de rodas. Sentei-me diante do Gohonzon e, com firme convicção, orei com o sentimento de não ser vítima dessa circunstância e sim possuidora de uma grande missão: ser a pessoa mais feliz do mundo. Assim, encontrei um especialista, e a cirurgia para a implantação de prótese total de quadril bilateral foi completamen­te coberta pelo plano de saúde. Isso ocorreu em 2020, em meio à pandemia, e recebi um forte encorajamento do Mestre, tesouro que guardo na vida.

Uma semana antes da cirurgia, meu pai faleceu, cumprindo dignamen­te a sua missão. O pós-operatório foi tranquilo, e eu me desafiei a fazer uma segunda graduação, formando-me em marketing.

Refletindo sobre tudo isso, compreendi o significado de todo esse treinamento de vida, pois me tornei uma mulher que avança mantendo o comprometimento da juventude pulsando no coração. Posso afirmar que comprovei as palavras ditas pelo Mestre naquele 3 de maio de 2009. Consegui resgatar minha qualidade de vida e me dedicar ainda mais à luta pelo kosen-rufu.

Nova vitória profissional

Daimoku é para a vitória absoluta. No desafio dos cem dias de daimoku, iniciado em 4 de junho do ano passado, determinei avançar profissionalmente. Como resultado, meses depois, e após nove anos de loja on-line, inaugurei minha primeira loja física na cidade onde resido, em setembro de 2023. Um mês antes, em agosto, assumi a liderança do amado Zenshin da BSGI, no qual tenho aprendido muito e me fortalecido ao lado das queridas companheiras em torno da nossa querida coor­denadora da DF da BSGI, Selma Inoguti, e das demais líderes da DF.

Paralelamente, tenho crescido muito como empresária, fazendo parte de associações e grupos comerciais, com orgulho de representar Ikeda sensei na sociedade por meio da minha postura. Ainda há muito a realizar, mas fico feliz de ver que agora não tenho mais medo e sim projetos e sonhos audaciosos.

E por falar em sonhos, vivenciei muitas alegrias na recente Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo: apoiei diretamente os jovens na minha subcoordenadoria e fiz parte da comissão dos bastidores. Que momento único em minha vida presenciar a Juventude Soka assumindo seu papel no palco do kosen-rufu de modo tão brilhante.

Foi renovador. Atuei com profun­da gratidão, sem contar moedas, como no passado. Pela vitória na saúde, pude andar e andar muito (risos) naquele ginásio, e ao lado do meu marido, Gelson, também do staff dos bastidores. Ele é meu primeiro shakubuku (pessoa a quem apresentamos o budismo), estamos juntos desde os meus 15 anos e participamos da Convenção da Chuva em 1999 e do inesquecível 3 de maio de 2009. Compartilharmos mais esses momentos foi muito significativo.

Finalizo com minha decisão ao Mestre: jamais ser derrotada, avançar em primeiro lugar em minha revolução humana e jamais recuar um único passo em meu juramento. Eu me empenharei ainda mais pela felicidade das pessoas e pela transformação da nossa sociedade, pois “Shitei funi é a minha vida!” e “Avançar é a nossa missão!”.2

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Ana Lidia Batista Pena Oliveira, 41 anos. Empreen­dedora. Na organização, é responsável pela Divisão Feminina da Sub. Imigrantes e coordenadora do Zenshin da BSGI.



Notas:

1. Brasil Seikyo, ed. 1.986, 9 maio 2009, p. B2.

2. Lema do grupo Zenshin da DF da BSGI.


Fotos: Arquivo pessoal

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