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Nas Asas dos Seus Sonhos
Empreendedores e profissionais de negócios — formadores da época - Parte 1 de 2
Entrevista
RD
Vitória no empreendedorismo
Raphael Issamu Kikuchi, 25 anos. Organização pertencente: RM Santos Dumont, Sub. Bandeirantes, CLP. É vice-responsável da Divisão Masculina de Jovens do Distrito Indaiatuba e coordenador da Divisão dos Universitários da RM Santos Dumont. Formação: Técnico em informática
01/06/2021
Raphael Kikuchi compartilha como ele e alguns amigos criaram uma empresa que auxilia estudantes a encontrar uma residência perto de instituições de ensino
Poderia falar um pouco sobre você?
Tive a boa sorte de nascer numa família budista, e então, desde criança, participo das atividades da BSGI e da banda masculina Ongakutai. Quando tinha 14 anos, comecei a me preparar para o vestibulinho de um colégio técnico e fui aprovado no curso de informática. Apesar de o curso ser em período integral e bastante puxado, nunca deixei de comparecer às reuniões da organização. Eu me empenhava nos estudos durante a semana para que pudesse participar das atividades nos fins de semana.
Aos 17 anos, eu me formei no ensino médio e no curso técnico de informática. Por causa do estágio e para me dedicar ao vestibular, tive de sair de casa e morar em outra cidade. No ano seguinte, ingressei numa universidade pública no curso de física.
No fim de 2017, recebi um convite para fundar uma empresa com alguns amigos. Recitei daimoku diante do Gohonzon para decidir se aceitaria, pois havia riscos e abriria mão de muita coisa que conquistara. No entanto, aceitei com a decisão de que a empresa seria um sucesso e que cultivaria dentro do negócio os ideais humanísticos do sensei.
Como o curso técnico o capacitou a montar um site imobiliário focado em estudantes?
O estudo me deu uma base muito boa para entrar no mercado de trabalho e contribuiu para que eu tivesse um rápido desenvolvimento. Comecei a trabalhar na área com 17 anos, o que me possibilitou adquirir experiência antes mesmo de começar a empreender.
Como surgiu a ideia da empresa?
A ideia de criar uma startup1 surgiu de experiências pessoais. Ao ser aprovado no vestibular, muitas vezes, o universitário precisa mudar de cidade e procurar uma moradia próxima à universidade. Há uma grande dificuldade de encontrar um imóvel e formalizar a locação, principalmente por causa da burocracia. Todos do time inicial da empresa passaram pela mesma vivência.
Para nos embasarmos melhor, realizamos mais de trezentas entrevistas com estudantes para confirmar a existência desse problema. Com isso, veio a ideia de encontrar uma solução tecnológica para descomplicar o processo e facilitar a locação do imóvel.
Foi difícil transformar uma ideia em realidade?
Realmente foi um grande desafio. No início, éramos apenas sete, todos sem muita experiência. Havia incertezas e um prazo de três meses para o negócio acontecer, pois era o que tínhamos de capital para fazer a empresa rodar.
Tivemos de aprender e estudar muitas coisas que não conhecíamos, mas contamos com o apoio de mentores experientes que nos ajudaram no direcionamento e nas tomadas de decisões. Felizmente, conseguimos um bom resultado nesse período, o que fez com que conseguíssemos a confiança de investidores para acelerar o crescimento da empresa.
Quais são os maiores desafios e as maiores alegrias na hora de empreender?
O ponto mais crítico e importante para o sucesso de uma empresa são as pessoas. Acredito que o maior desafio é ser um líder que consegue desenvolver e extrair o máximo do potencial daqueles com os quais você trabalha.
Para mim, a maior realização é ver que meu trabalho impacta positivamente na vida das pessoas, seja proporcionando a melhor experiência para o cliente ou o desenvolvimento dos funcionários e parceiros.
Houve algum momento em que pensou em desistir?
Apesar da jornada de empreender ser bem desgastante e cansativa muitas vezes, faz‑me sentir realizado. Minhas duas primeiras tentativas de empreendimento falharam; no entanto, foram desafios que me fizeram crescer e ter a certeza de que era o caminho que gostaria de seguir.
Qual o seu papel na empresa?
Como CTO (chief technology officer ou diretor‑chefe de tecnologia, em português), meu papel é tomar decisões estratégicas para alinhar a área da tecnologia com os objetivos da empresa e realizar a comunicação dessas estratégias para as demais áreas.
Quais dicas daria para os Estudantes que querem ter seu próprio negócio?
Para empreender, precisa ser entusiasmado e apaixonado por aquilo que faz e ter disposição para realizar quaisquer tarefas, inclusive as que estão fora da sua zona de conforto. Um empreendimento também envolve riscos e é normal as coisas não darem certo no começo. Por isso, é importante ser resiliente, não desistir e aprender com os erros. Estudar bastante, preparar‑se e contar com o apoio de pessoas experientes também ajudam a minimizar os riscos.
Quais são seus planos?
O Brasil possui um potencial enorme. Pretendo, no futuro, ajudar empresas e empreendedores que desejam ver nosso país ser referência não somente no empreendedorismo, mas numa economia sustentável pautada pela dignidade da vida.
Tem algum incentivo do sensei que você goste muito? Qual?
Pode parecer mais agradável passar o dia livremente buscando divertimento, mas essa é uma perigosa ilusão. Uma vida governada por ânsias e desejos é inferior à de um animal. Os arrependimentos por não ter se esforçado para aprender nem para se aprimorar quando houve a oportunidade são muito difíceis de serem reparados depois. Ao contrário, as pessoas que se aplicam totalmente ao estudo quando são jovens e que realmente se dedicam a algo que seja digno estão destinadas a brilhar com a passagem do tempo e se tornarem verdadeiras vitoriosas na vida.
(Brasil Seikyo, ed. 1.824, 17 dez. 2005, p. A3)
Há algo que não perguntamos e que gostaria de compartilhar?
A pandemia impactou significativamente nossa startup. Por termos foco em moradia para universitários e as aulas atualmente serem remotas, as receitas diminuíram bastante. No entanto, como aprendemos no budismo, não podemos ficar reféns da situação, devemos nos reinventar. Criamos um produto e oferecemos para imobiliárias tradicionais para que elas também tenham acesso a uma solução digital, e isso é uma necessidade muito grande neste momento. Em pouco tempo, tivemos ótimos resultados e estamos crescendo rapidamente mesmo num cenário inicialmente desfavorável.
Destaques na mídia
O sucesso da startup que o Raphael faz parte foi destaque em grandes veículos de comunicação:
Portal G1
Startups de Campinas Investem em Aluguel de Imóveis com Foco em Estudantes e Público de Baixa Renda
Iniciativas garantem menos burocracia — sem fiador e com avaliação de histórico de crédito —, e imóveis com valores mais baixos de aluguel.
Estadão
Necessidade Cria Negócio de Sucesso
Problemas para alugar uma casa ajudaram empresário a criar imobiliária virtual.
CBN Campinas
Site Facilita Locação de Imóveis para Estudantes
Uma plataforma imobiliária totalmente digital promete facilitar e agilizar a vida dos universitários e estudantes que precisam alugar imóveis em Campinas.
Fontes das manchetes:
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2019/03/03/startups-de-campinas-investem-em-aluguel-de-imoveis-com-foco-em-estudantes-e-publico-de-baixa-renda.ghtml
https://pme.estadao.com.br/noticias/geral,necessidade-gera-negocio-de-sucesso,70002643823
https://portalcbncampinas.com.br/
2018/12/site-facilita-locacao-de-imoveis-para-estudantes/
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