Leitura: transforme a procura por livros numa emocionante caça ao tesouro!

À medida que avançamos no outono,¹ as manhãs e noites se tornam visivelmente mais frias. Por favor, tomem cuidado para não se resfriarem.

Espero que lavem as mãos cuidadosamente, durmam bastante e mantenham uma alimentação saudável. E tomem um bom café da manhã para iniciarem o dia cheios de energia!

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Comer, se exercitar e dormir o suficiente são ações importantes para o crescimento do nosso físico. Entretanto, como podemos desenvolver a mente?

O filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788–1860) disse que o que comemos nos constrói fisicamente e o que lemos nos constrói mentalmente.²

Ler promove o surgimento de diversas e importantes qualidades em nosso interior, como resiliência, consideração pelos amigos e gratidão pelos pais. Os livros nos permitem crescer como seres humanos.

Quase todos os líderes mundiais que conheci foram ávidos leitores.

O ativista argentino dos direitos humanos, Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, compartilhou comigo uma recordação preciosa que tinha a respeito da leitura. Ele deveria ter por volta de 10 anos quando um vendedor de livros usados o presenteou com duas obras. Eram um tanto difíceis de ler, mas o vendedor ensinou-lhe um truque para se tornar um bom leitor: ele disse para Adolfo começar com apenas um capítulo ou mesmo uma página. Se ainda fosse difícil, ele poderia ler só um parágrafo ou uma frase, porém, deveria refletir sobre as palavras até entender o que elas queriam dizer. Ler aqueles livros inspirou o Dr. Pérez Esquivel a dedicar sua vida em prol da paz e da justiça.

Para aqueles que estão interessados em ler, mas ainda não encontraram motivação, tem uma coisa que eu gostaria que tentassem: façam uma visita à biblioteca da sua escola ou da sua cidade. Primeiro, apenas circulem por lá, olhando os títulos dos livros. Se acharem algum interessante, tirem-no da prateleira. Folheiem as páginas e, se o texto parecer entediante ou inadequado, coloquem-no de volta no lugar. Contudo, se algo chamar a atenção, deem uma chance!

Procurar por livros numa biblioteca é como participar de uma emocionante caça ao tesouro. Espero que vão até lá e explorem a ilha do tesouro de uma biblioteca.

Entrar no mundo dos livros pode mudar a vida de uma pessoa, pois expande a mente ao trazer novas descobertas e crescimento.

Abrir um livro é abrir novos horizontes da própria vida e do futuro.

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Sempre que visitei universidades em minhas viagens pelo mundo, eu dava uma volta em suas bibliotecas. A Biblioteca Bodleian, da Universidade Oxford, tem uma orgulhosa história de cerca de 400 anos. Com uma coleção de mais de 13 milhões de livros, é realmente um tesouro da humanidade. Certa vez, um grupo de estudantes do Reino Unido me informou que uma cópia de Kachi Ron (em português, Teoria do Valor), escrita pelo fundador da Educação Soka e primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, estava inclusa na coleção da Bodleian. De fato, essa foi uma das cópias que o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, e os membros da Divisão dos Jovens, incluindo eu, enviamos a 66 anos atrás (1953) para 422 universidades e instituições acadêmicas de 50 países.

Não há presente melhor do que um bom livro. Ao longo dos anos, aproveitei todas as oportunidades para presentear as pessoas e as instituições do Japão e do mundo com livros. Também doei parte da minha preciosa coleção para a biblioteca da Universidade Soka do Japão.

Ler bons livros na juventude constrói uma base duradoura para a vida.

Encontrar um livro é como fazer um amigo que traz felicidade para a nossa vida. Ao descobrirmos um livro favorito, o nosso dia torna-se mais interessante. Cada vez que o lerem ou relerem, descobrirão coisas novas. Ele se tornará um amigo para a vida inteira.

Sempre que Toda sensei me via, ele perguntava: “Que livro você está lendo agora?”. Gostaria de perguntar a cada um de vocês a mesma coisa: “O que vocês estão lendo? Qual é o livro favorito de vocês?”.

Notas:

1. No Japão, o outono ocorre entre o fim de setembro e início de dezembro.

2. Cf. Arthur Schopenhauer. Parerga e Paralipomena: Pequenos Escritos Filosóficos. Tradução: E. F. J. Payne. Oxford: Clarendon Press, v. 2, p. 559, 2000.