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Além do horizonte — O mundo é meu desafio

Durante sua infância, o estudo sempre foi o principal direcionamento dos seus pais para lhe assegurar o futuro. O exemplo vinha de dentro de casa: o pai é engenheiro elétrico, e a mãe, bacharel em Direito. O maior desejo dessa jovem era cursar uma faculdade, um sonho que a acompanhou por toda a vida. Hoje, com as malas prontas para embarcar para o exterior e iniciar seu mestrado, em busca de novos rumos, ela conta como alcançou suas metas, sempre com base na prática budista. Daniela Shinzato é responsável da DFJ da Regional Super-Quadra, RM Butantã, CCSP, e responsável pela secretaria da Divisão das Universitárias da BSGI.

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08/07/2006

Além do horizonte — O mundo é meu desafio
Daniela vem de uma família de praticantes do Budismo Nitiren. Os pais, Paulo e Inês, se conheceram nas reuniões do budismo, atuaram juntos na DJ e se casaram. O casal teve três filhos: Daniela, Paula e Marcelo.

A família gozava de uma boa condição financeira e os maiores investimentos dos pais eram na educação e na saúde dos filhos. Eles também os orientavam sobre a importância da prática da fé.

Dani ingressou na banda feminina Nova Era Kotekitai, grupo que lhe proporcionou o seu primeiro encontro com o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, durante sua quarta visita ao Brasil, em 1993. Nesse encontro, ela compreendeu a importância e o significado da relação de mestre e discípulo.

“No momento do meu encontro com o mestre, olhei em seus olhos e fiz uma decisão: vou fazer uma faculdade e ser um grande valor para a sociedade.”

Em 1996, aos 17 anos, Dani enfrentou sua primeira grande dificuldade: o desafio de ingressar em uma ótima universidade.

Ela prestou vestibular para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), por acreditar ser uma das melhores em sua área (Administração), sendo aprovada em 16o lugar. Agora vinha outra dificuldade: fazer a matrícula mesmo passando por momentos críticos.

O pai começou a trabalhar como consultor autônomo. A mãe não trabalhava. A família enfrentava dificuldades financeiras, pois havia meses que ele ganhava bem e outros não. Paulo também lecionava inglês, mas não era o suficiente. A família viveu momentos de restrições.

“Recordo-me que para fazer minha matrícula vendemos o telefone. Minhas mensalidades sempre atrasavam. O dinheiro para ir às aulas era contado, não podia perder um centavo.”

Foi nesse período que as avós materna e paterna de Dani adoeceram e faleceram, restando muitas dívidas devido às internações.

Não havia reclamações e sim, o fortalecimento da prática da fé na família.

Dani iniciou um estágio. Apostando tudo na fé e na coragem, ela e a família passaram por uma grande reviravolta e tudo começou a melhorar.

Uma convicção inabalável

Após formar-se na faculdade, Daniela começou a trabalhar em sua área. Uma nova chama de esperança e crescimento profissional a motivou a lançar novos objetivos. Em 2003, ela reencontrou as amigas da faculdade e soube que alguns colegas da época estavam nos EUA fazendo MBA — mestrado na área de administração. “Aquela perspectiva me animou. Entretanto, ao voltar para casa, entristeci. Fazer um mestrado no exterior parecia muito distante da minha realidade.”

Daniela se formara havia três anos. Trabalhava em uma pequena consultoria, ganhando um ótimo salário e atuando nos projetos mais importantes da empresa. Mesmo assim, isso não a permitia preparar-se para um MBA no exterior. Nas escolas dos EUA o processo seletivo é diferente do aplicado no Brasil. Para ingressar num curso como esse são necessárias provas de inglês e raciocínio lógico, cartas de recomendações, redações e entrevistas. Daniela não tinha essas qualificações. Na ocasião, trabalhava até tarde e viajava muito, o que a impedia de estudar para os exames. Outro fator era que a empresa na qual trabalhava era de pequeno porte. Por essa razão, não tinha prestígio na carta de recomendação. A empresa deveria ser conhecida no exterior, ou muito bem reconhecida no País.

“Com o coração apertado, me conformei. Nessa mesma fase eu havia acabado de receber a responsabilidade pela secretaria das Universitárias da BSGI. Meu sentimento era o de corresponder à confiança em mim depositada, realizando uma atuação grandiosa.”

Tudo parecia distante. Duas semanas após reencontrar as amigas, ela recebeu o convite para trabalhar em uma grande empresa brasileira — cliente da consultoria em que trabalhava. A jovem demorou três meses para decidir. Seu alicerce foi a recitação de Daimoku por horas consecutivas, e o diálogo com profissionais do mercado. Foi então que o sonho de fazer o mestrado reacendeu. “Percebi que mudando de emprego teria condições para me candidatar ao MBA no exterior. Aceitei o novo emprego. Em 2004, iniciei as aulas e estudos para as provas. Minha decisão era jamais desistir!”

Seu maior desafio foi obter boas notas nas provas — algo que dependia unicamente de seu esforço.

Daniela fez a prova sete vezes. Nada a fazia desistir. Cada vez que recitava Daimoku tinha mais coragem — muitas vezes seis, sete e até dez horas — antes das provas para que tudo desse certo. Na verdade, sua oração era para perceber onde estava falhando, corrigir o erro e ser aprovada. “Após tentar pela quinta vez, percebi que não conseguia mandar minha inscrição por conta das notas baixas. A derrota que senti naquele momento foi grande. Não me conformava em perder para mim mesma, buscava compreender o porquê daquela situação. Um veterano querido me disse que se não desistisse, meus esforços me levariam ao claro e seguro rumo da vitória.”

Felicidade é comprovar a vitória

No início de 2005, Daniela fez a prova pela sexta vez. A nota foi melhor, porém não o suficiente. Agora ela orava para que se isso fosse sua missão, fosse aprovada. Caso contrário, que ela enxergasse o que seria melhor.

Em setembro, fez a prova mais uma vez. Faltava uma semana para a Conferência dos Universitários — atividade mais importante da divisão. No trabalho, Dani e todos de sua equipe estavam concluindo um longo projeto. “Foi em meio a tudo isso que obtive a melhor nota.”

De outubro a dezembro do mesmo ano, importantes atividades como a Convenção dos 200 mil aconteceram. Dani conciliou a elaboração das redações, entrevistas e envio das cartas de recomendações com as atividades da organização. Por conta de sua boa performance no trabalho, o presidente do conselho da empresa a recomendou para as escolas.

Enviadas as inscrições, restava orar. Em cinco dias a corajosa guerreira havia recitado trinta horas de Daimoku. Nesse ínterim, outro fato marcou sua vida. Ela teria de realizar uma cirurgia. A licença em razão da cirurgia era a oportunidade de recitar mais Daimoku.

Em 2004, Daniela teve uma cistite1. Ao realizar exames detalhados descobriu um mioma2 que estava na parede externa do útero. Dani acompanhou o problema com exames. O mioma cresceu de 4 para 8 centímentros em poucos meses e, segundo os médicos, seu crescimento pressionaria o útero e as trompas, não permitindo que ela engravidasse futuramente. Para evitar esses problemas precisava retirar o mioma. “Em uma semana, fiz a cirurgia com sucesso preservando totalmente o útero.”

Nas semanas seguintes, a jovem recitou muito Daimoku para passar nas escolas americanas. Em fevereiro, começaram a sair os resultados das provas. Após três anos, o sonho tornava-se realidade. Dani havia sido aprovada em uma das dez melhores escolas americanas: a Duke University e em outras duas escolas. “Em meio a tudo isso eu havia enviado uma carta ao presidente Ikeda comunicando toda a situação. Na semana da aprovação, recebi a resposta: ‘Estou orando pelo seu desenvolvimento cada vez maior.’ Foi a comprovação da minha grande vitória!”

Segundo Daniela, um dos fatores que contribuiu para sua aprovação foi a atuação na BSGI. As escolas americanas valorizam o trabalho voltado à responsabilidade social, uma questão que ela destacou muito em suas redações, falando do trabalho realizado pela organização. “Também acredito que se eu não tivesse um objetivo voltado ao Kossen-rufu jamais teria passado. Como minha meta era contribuir para a paz e cumprir minha missão como cidadã do mundo, tudo tomou um novo rumo e deu certo.

“Hoje, concluo que as dificuldades me forjaram, dando-me a certeza de que com a recitação de Daimoku sou capaz de tudo. A prática da fé me possibilitou amenizar o mau carma e realizar tudo o que almejei.”

Esta semana, Daniela parte para este novo desafio. Apesar da conquista ser um grande marco em sua vida, ela tem consciência de que é apenas um passo em relação ao juramento que fez ao presidente Ikeda. “Continuarei a desafiar a mim mesma para tornar-me uma pessoa de valor que dignifica o nome da SGI no mundo. O mundo é meu desafio. Sensei, conte comigo!”

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