Vencer com base no estudo diário do budismo

1 — Em geral, estamos vivendo dias cada vez mais atribulados. Como estudar o budismo com uma rotina tão atarefada (e qual a importância desse desafio)?

O presidente Ikeda afirma que não é possível acumular algo realmente valioso e profundo no coração se não houver o espírito de desafiar a si próprio. Sem dúvida, isso se aplica a vários aspectos da vida e não é diferente em relação ao estudo do budismo.

De fato, não é nada fácil estudar o budismo diariamente, ainda que seja por alguns minutos, devido ao nosso cotidiano extremamente atarefado. Porém, o mais importante é termos claro o propósito de estudarmos o budismo. Se acharmos que é apenas para ter maior conhecimento da filosofia, talvez seja um motivo um tanto vazio, pelo qual não nos sentimos inspirados a desafiar! Mas se compreendermos que o propósito é expandir nossa condição de vida e fundamentar um modo de viver de grande valor, nossa visão se ampliará e o desejo de estudar aumentará!

Estudamos o budismo para aprofundar a fé e também para adquirir convicção e discernimento sobre a vida e o potencial inerente a ela. O verdadeiro estudo do budismo não nos condiciona a um modo limitado de pensar e agir, ao contrário, nos inspira a enxergar nosso infinito potencial de buda e expandir a condição de vida. Com ele a pessoa que possui uma profunda filosofia de vida se torna exemplo e inspiração para todos ao redor.

Além disso, o estudo do budismo nos capacita e nos inspira a conduzir nossa missão em prol do kosen-rufu de forma muito mais elevada. Vivemos uma época conturbada, de muita confusão ideológica e filosófica, por isso devemos nos tornar pessoas capazes de oferecer uma visão ampla e verdadeira da vida. A capacidade de discernir claramente as questões diárias e oferecer respostas concretas aos desafios da vida está contida na ação de estudar o budismo com seriedade e sinceridade.

2 — Por que o princípio “fé, prática e estudo” é fundamental para a prática correta do Budismo de Nichiren Daishonin?

O budismo não exige uma prática dogmática ou fechada. Ao contrário, a prática budista oferece às pessoas a oportunidade de olhar a vida de forma ampla e cultivar sabedoria e força inerentes ao seu interior. Contudo, para realizarmos uma prática correta que nos permita desfrutar esses elevados benefícios e não sermos vítimas de interpretações errôneas, seja de terceiros ou de nós mesmos, o Budismo de Nichiren Daishonin estabelece o princípio “fé, prática e estudo”. Nas páginas C2 e C3 deste caderno encontramos uma explicação do que significam os termos “fé, prática e estudo”. No escrito O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos, Daishonin cita que “Tanto a prática como o estudo surgem da fé” (CEND, v. I, p. 406). Dessa forma, fica claro que esses três pontos (fé, prática e estudo) estão interligados e formam a base da prática budista correta, capaz de nos fazer extrair imensuráveis benefícios e promover profunda transformação em nosso coração e em nossa vida.

No capítulo “Vanguarda” da Nova Revolução Humana, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, escreveu:

“A fé, a prática e o estudo são preceitos básicos para um praticante budista. (...) O estudo é uma base indispensável que nos permite discernir se uma religião é profunda ou superficial e obter clara compreensão sobre quais constituem os verdadeiros ensinamentos e o espírito de Daishonin. O presidente Josei Toda declarou: ‘A razão origina a fé, e a fé busca a razão’. Se sua compreensão sobre razão, ou seja, sobre os princípios budistas, se aprofundar, sua fé também irá se aprofundar. Se sua fé se aprofundar, sua compreensão acerca dos princípios budistas também se aprofundará” (NRH, v. 2, p. 25 e 26).