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Diálogos do Planeta Brilhante

Texto extraído e adaptado da série de ensaios do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, à Divisão dos Estudantes Futuro publicado no jornal Kibou, em março de 2018

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03/02/2020

Diálogos do Planeta Brilhante

Este inverno¹ foi particularmente mais severo. Dedico sinceras considerações aos jovens amigos das regiões do Japão onde mais neva e faz frio por persistirem bravamente em tais condições extremas.

Gostaria de parabenizar os alunos do sexto ano pelo seu desenvolvimento notório, bem como por sua graduação do ensino fundamental 1². Estou ciente de que todos trabalharam arduamente. Junto com seus pais e com os membros de sua localidade, ofereço a vocês uma salva de palmas! Tenho certeza de que as cerejeiras que resistiram ao inverno tão esplendorosamente estão celebrando junto com vocês!

Amo cerejeiras. Durante os dias obscuros da Segunda Guerra Mundial, quando eu ainda era garotinho, muitas cerejeiras eram cortadas para se tornar combustível ou terminavam em chamas nos bombardeios aéreos. Vendo isso, sonhei em plantar cerejeiras em todas as estações de trem do Japão para que suas flores abrilhantassem o coração das pessoas.

Quando fiquei mais velho, plantei cerejeiras em vários lugares. Recordo-me especialmente de plantá-las junto com cem membros, incluindo integrantes da DE-Futuro, em maio de 1967, uns cinquenta anos atrás, no local em que tinha planejado para o campus da Universidade Soka do Japão. Nenhum prédio havia sido construído, porém, juntos plantamos mais
de 16 mil árvores e arbustos diferentes, incluindo cerejeiras, pessegueiros e azaleias.

Naquela ocasião, eu me recordo de dizer aos jovens ao meu redor: “Vamos visualizar o que gostaríamos de concretizar até a data em que essas mudas — menores do que são hoje em dia — se tornarão grandes árvores!”.

Plantar uma árvore é plantar vida. Nutrir uma árvore é como nutrir esperança. Proteger uma árvore é proteger a paz.

Assim como todos os jovens que estavam naquele dia realizando contínuos esforços para se autoaprimorarem, ano após ano, a Universidade Soka também se desenvolveu de forma esplêndida, atualmente se tornando uma grande instituição educacional, formando alunos de primeira categoria ao redor do mundo.

Todos os anos, espero ansiosamente para tirar fotos do florescimento das cerejeiras do campus da Universidade Soka do Japão, e quando lhes aponto a câmera, sempre tento ouvir o que as flores poderiam estar dizendo enquanto as árvores celebram a primavera alegremente.

Conto brilhante

O diálogo das cerejeiras

Duas cerejeiras, vizinhas, estão paradas uma próxima à outra, balançando na brisa da primavera e jogando conversa fora, como de costume. À primeira vista parecia que desfrutavam uma conversa amigável, mas não era o caso.

Uma das cerejeiras, muito feliz, abre suas pétalas com um sorriso radiante e diz:

— Hmmmmm, está agradável e quentinho... A primavera finalmente chegou! Que felicidade! Finalmente posso florir após suportar pacientemente o inverno rigoroso!

Já a companheira ao seu lado, entretanto, permanece hesitante e reclama:

— Você tem certeza? Ainda parece meio frio para mim! Odeio ter de suportar o inverno… Gostaria que fosse primavera o ano todo. Quem precisa do inverno?

Resmungando, ela recolhe suas pétalas.

A outra cerejeira, então, responde sorrindo:

— Mas é justamente por causa do inverno que podemos florescer tão majestosamente.

— Sério?! — diz sua companheira, surpresa. Com o impacto da notícia, suas pétalas se abriram um pouco mais novamente.

— Sim, é verdade! — exclamou Forsítia, um arbusto com brilhantes flores amarelas, lá debaixo.

— As cerejeiras que cresceram foram sendo preparadas desde o início do último verão para que pudessem florir dessa forma na primavera. Primeiro elas tiveram de produzir botões. E estes estavam dormentes até que a chegada do inverno os despertaram.

Sem o inverno rigoroso, as flores não despertariam a tempo de florir. Vivendo bem próxima a elas, observei como as cerejeiras foram fortes ao enfrentarem o frio intenso. Sei muito bem quanto elas trabalharam duro.

Com certo espanto, a fria flor abre ainda mais suas pétalas, dizendo:

— Este ano foi extremamente frio. Mas acho que é por causa do clima frio que podemos florescer neste momento ao lado de todas as outras flores de cerejeira.

A flor sorridente acrescenta:

— Mesmo nos dias mais frios, minha árvore me incentivou, dizendo: Você certamente florescerá lindamente na primavera e trará alegria a todos. Não desista!. — Isso me deu forças para continuar.

Com as bochechas rosadas, a fria cerejeira diz:

— Você está certa! Não permitirei mais que o frio me vença!

Por fim, ela abre suas pétalas por completo.

Olhando para as incríveis cerejeiras no alto, as pessoas exclamam:

— Como são maravilhosas!

— O inverno nunca falha em se tornar primavera, não é mesmo?

— Vamos fazer o nosso melhor também!

Sorrindo, no auge do florescimento, as duas vizinhas cerejeiras se entreolharam orgulhosas gentilmente se balançando na brisa da primavera.

Cenário histórico

A Universidade Soka foi inaugurada em Hachioji, Tóquio, em 2 de abril de 1971, pelo presidente Ikeda, para a concretização dos ideais da educação Soka que ele herdou de Tsunesaburo Makiguchi e de Josei Toda, primeiro e segundo presidentes da Soka Gakkai.

Em 1º de março de 2018, a Universidade Soka recebeu cerca de 8 mil estudantes, incluindo 660 estudantes internacionais de 49 países e territórios. Além de participar de intercâmbios acadêmicos com cerca de duzentas universidades ao redor do mundo, seus alunos são ativos no Japão e no mundo.

O presidente Ikeda também fundou as Escolas Soka de Ensino Fundamental 1, Fundamental 2 e Médio em Tóquio e em Kansai, além da Escola Soka de Educação Infantil em Sapporo, criando assim um sistema de educação Soka desde o ensino infantil até a universidade.

Existem muitas outras instituições educacionais Soka pelo mundo, incluindo a Universidade Soka da América e as Escolas Soka de Educação Infantil em Hong Kong, Singapura, Malásia e Coreia do Sul, bem como o Colégio Soka do Brasil, desde o ensino infantil até o ensino médio — todas formando futuros líderes do século 21.

Faça desabrochar as flores da revolução humana

Meu mestre, Josei Toda, também amava cerejeiras. Em um dia de primavera, estávamos, ele e eu, observando-as florescendo de forma magnificente sob um céu azul. Com um sorriso, ele comentou que as árvores haviam resistidoa outro inverno rigoroso para assim florescer.

Em outra ocasião, quando os negócios do Sr. Toda estavam com problemas sérios e ele enfrentou um período desafiador como um inverno rigoroso, ele sorriu e me disse: “O inverno nunca falha em se tornar primavera” (CEND, v. I, p. 559). Ainda consigo me lembrar de suas palavras como se fosse ontem.

Como discípulo de Toda sensei, atuei ao lado dos meus caros membros — amigos queridos que permaneceram invictos perante todos os tipos de dificuldades — para plantar sementes da paz em todo o Japão e no mundo. E agora a primavera chegou! Assim como as cerejeiras em pleno desabrochar, nossos membros em 192 países e territórios estão fazendo desabrochar suas flores da revolução humana.

O dia 11 de março de 2018 marca o sétimo aniversário do terremoto seguido de tsunami de Tohoku, que abalou a região nordeste do Japão em 2011. Na primavera daquele ano as cerejeiras floriram, mesmo nos locais atingidos pelas ondas gigantes do tsunami. Como aquelas cerejeiras, nossos membros dignos de confiança que vivem em Tohoku se recusaram a ser derrotados pelo desastre e estão corajosamente fazendo com que novas flores nasçam em sua família e comunidade todos os anos.

Tenho certeza de que vocês passaram por vários tipos de experiência durante esse ano [2018], tanto felizes quanto tristes. Alguns de vocês podem ter tentado ao máximo, mesmo assim falharam em alcançar os resultados que estavam planejando. Mas, por favor, lembrem-se de que, enquanto permanecerem com o pensamento positivo e continuarem realizando esforços sem jamais desistirem, sem dúvida conquistarão seus sonhos e incríveis flores desabrocharão em sua vida.

Nesta última parte da série Diálogos do Planeta Brilhante, retornamos ao Japão após um ano de viagem, marcando o final dessa jornada.

O fim de uma jornada é, na verdade, o começo de outra. Com esse espírito, sigo ansioso para me encontrar com todos novamente no novo ano escolar.

Obrigado por viajarem comigo neste ano! 

(Fim da série Diálogos do Planeta Brilhante)

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