Na prática
TC
Voe rumo à vitória
Aprenda a utilizar os ventos contrários a seu favor
19/01/2019
Você já percebeu como duas pessoas contam de maneira diferente uma mesma história? Ou como pessoas diferentes descrevem uma paisagem à sua maneira? A forma como cada um enxerga o mundo depende do seu estado de vida.
Com maior ou menor intensidade, todos esses desafios são forças que se manifestam no sentido contrário do nosso caminho de avanço e desenvolvimento. Eles surgem como fatos da vida. Se vão impedir nosso avanço ou nos levar a uma nova conquista, isso depende da nossa postura.
Da perspectiva do budismo, entendemos que não existe beco sem saída, por isso todo desafio pode ser superado. Além disso, podem ainda ser usados a nosso favor para impulsionar um avanço maior do que imaginávamos. Se enxergarmos dessa maneira, podemos até nos alegrar quando surgir um obstáculo durante a nossa caminhada.
Supere as adversidades e conquiste os céus
Durante muito tempo o homem olhou para os céus, se inspirou com a liberdade que via nos pássaros e criou o desejo de cruzar os ares e voar. Por mais absurdo que parecesse a ideia na época, diversos inventores tentaram tomar os céus com as mais diferentes criações. Hoje, quando vemos um avião no ar, agimos com naturalidade. Mas o que é preciso para fazer um veículo de porte e peso tão grandes sair do solo e conquistar os céus?
Constantemente sofremos o impacto da força da gravidade. Essa é uma das principais forças que impedem um objeto de voar. Para vencê-la, é preciso buscar uma fonte de energia maior que o impulsione ao ar.
As asas de um avião possuem um formato peculiar que faz com que a pressão do ar na parte de cima seja menor que na parte de baixo. O aparelho só é capaz de decolar porque há vento contrário a ele. Podemos comparar esse vento com os momentos difíceis que enfrentamos ao longo da nossa existência. O presidente Ikeda afirma: “Uma vida sem problemas é vazia e monótona, não oferece a oportunidade de fazer a revolução humana e mudar o carma. A alegria interior e a verdadeira felicidade residem em suportar e suplantar adversidades”.1
Se encarados com disposição e coragem, as adversidades se transformam em força propulsora de voos cada vez mais altos. A fonte para essa disposição surge de dentro do indivíduo que recita o Nam-myoho-renge-kyo. Adiante, vamos explorar como funciona essa “fonte de energia”.
Como um avião consegue voar?
A ciência por trás dessa robusta máquina é bastante complexa, mas podemos entender que uma das questões essenciais responsáveis pelo levantar de um avião são suas asas. Por possuir um formato chamado aerofólio, o vento corre com velocidade maior por cima da asa do que por baixo. Dessa maneira, a pressão embaixo da asa se torna superior à de cima, o que permite o veículo desafiar as forças da gravidade.
É preciso se movimentar
Continuando com a analogia, podemos comparar o voo de um avião com a vida de uma pessoa. Muitas vezes nos encontramos em repouso, estagnados. Nós até sentimos o efeito de fenômenos que acontecem ao nosso redor, mas não reagimos a eles. Esse momento se assemelha ao avião quando está estacionado. Mesmo que soprem alguns ventos fortes, dificilmente moverão a aeronave do lugar. No entanto, ao se colocar em movimento e ao usar o vento contrário como força propulsora quando está acelerando na pista, consegue enfim sair do chão.
Se nos mantivermos inertes aos desafios que se manifestam, dificilmente levaremos nossa vida a algum lugar. No entanto, ao decidirmos vencer e agir para resolver essas questões, enxergamos as adversidades como oportunidades para nos fortalecer, e podemos criar uma condição de vida grandiosa e vitoriosa.
Oração e ação impulsionam a decolagem
Para atingir a velocidade ideal, o avião possui turbinas. No nosso caso, para colocarmos a vida num ritmo de avanços e conquistas, possuímos o Gohonzon e o Nam-myoho-renge-kyo. A oração é nossa fonte de energia que nos permite nos movimentar no sentido da nossa própria transformação interior, o que o budismo chama de “revolução humana”.
Ikeda sensei afirma: “Quando transformamos problemas em oração e recitamos Nam-myoho-renge-kyo, a coragem brota de dentro de nós e a esperança começa a brilhar em nosso coração”.2
Quando transformamos sofrimentos em oração, ligamos nossas turbinas e começamos a “aquecer os motores”. Assim, fazemos dos desafios um grande salto para o avanço da nossa própria revolução humana e nos libertamos de qualquer questão que nos limitava. A oração e a ação decidida e dedicada a resolver o problema naturalmente nos levam ao caminho de superar cada obstáculo diante de nós. O presidente Ikeda ainda explica que a terceira diretriz eterna da Soka Gakkai, “Prática da fé para vencer as dificuldades”, significa “recitar daimoku para vencer as dificuldades”, e diz:
Toda sensei salientava a importância de ultrapassarmos cada dificuldade com que nos deparamos. “Cada vez que sobrepujamos uma montanha de provações, fortalecemos dentro de nós a indestrutível condição de vida chamada estado de buda.” O importante é superarmos os problemas, um por um, no momento em que ocorrerem. Não devemos aguardar até nossa fé ser profunda o bastante para enfrentar as dificuldades. É por enfrentarmos dificuldades que conseguimos lapidar nossa vida e edificar uma fé indestrutível como o diamante.3
Ao enxergarmos as diversas realidades que enfrentamos dessa maneira, compreendemos que as dificuldades são uma oportunidade de crescimento. Mais que isso, entendemos que é justamente por elas existirem que se tem um avanço. Portanto, devemos nos levantar para enfrentá-las no exato momento que aparecem com o pensamento de “Não será depois, mas é agora que posso aproveitar esta chance para meu desenvolvimento!”.
Vença a batalha interna
Realizar a prática da fé para vencer as dificuldades significa transformar a adversidade em força com base na recitação do daimoku. É continuar avançando com o espírito de “jamais desistir”. O presidente Ikeda declara:
A vida é a luta constante entre a desistência de pensar “É impossível fazer mais que isso” e “Se comprometer a fazer o suficiente”. Devemos vencer a batalha interna de “jamais desistir e jamais ser derrotado”. “Mesmo diante de tudo isto, ainda não fui desencorajado” — eis a essência do Budismo Nichiren do espírito de “jamais ser derrotado”.4
O verdadeiro estado de buda representa uma luta contínua contra as dificuldades. Quem vive dessa forma é capaz de superar a todas as adversidades. Ser buda não significa se mudar para um mundo sem dificuldades, mas estar convicto e preparado para enfrentar os desafios do mundo em que vivemos. Ao transformar as dificuldades em oração, deixamos de sentir pena do nosso destino e decidimos transformá-lo. Então, da próxima vez que surgir um desafio, vença imediatamente com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo. E assim, poderá sentir a alegria ilimitada da prática da fé por enxergar a importância desse desafio em sua vida.
Se voltarmos ao exemplo do avião, podemos pensar também que, uma vez que o aparelho levanta voo, não para no meio do caminho. Leva todos os passageiros ao seu destino final, infalivelmente. Isso representa não somente o espírito de jamais desistir, mas também a postura de conduzir todas as pessoas ao caminho da iluminação, sem falta. Ou seja, enfrentar os desafios e ser vitorioso com base na prática da fé é também o caminho do shakubuku. Porque estabelece um caminho de vitórias como referência, a pessoa é capaz de conduzir inúmeras pessoas à mesma direção.
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