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Crônica

E não é que dá?

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01/06/2020

E não é que dá?

Já tinha passado pela minha cabeça a possibilidade de escrever a crônica em minha casa. Até rascunhei uma coisa ou outra quando a ideia me veio durante o banho ou pouco antes de dormir. Mas daí a fazer todo o trabalho de casa parecia longe demais.

— I-m-p-o-s-s-í-v-e-l! — exclamei, em meados de março, como a determinação de uma sentença dada por um juiz.

Tenho uma veia dramática (e agradeço à minha origem espanhola). Contudo, tal sentença que apresentei não era somente sobre a execução de um texto como este, e sim sobre realizar o trabalho de escrever, traduzir, editar, revisar, diagramar, enfim, publicar os materiais da editora — atividade que vinha sendo feita, de forma presencial, in loco, havia no mínimo 55 anos —, agora, cada um de sua casa.

Com esse argumento, acredito que até você concorda que era i-m-p-o-s-s-í-v-e-l mudar uma prática de tantos anos quase da noite para o dia.

Então, chegou o dia em que a situação não estava mais em condições de ser argumentada ou teorizada, e todos nós criamos uma estação de trabalho em casa. 

O julgamento que fiz dos fatos no início foi olhando só para trás. Eu projetava, com medo, a partir daquilo que achava ser capaz de executar. Era a percepção de um mortal comum, e não de um buda.

O Mestre, Daisaku Ikeda, assegura:

Por mais complexas que as questões globais pareçam ser, devemos nos lembrar de que fomos nós quem as criamos. Portanto, é impossível que estejam além de nossa capacidade humana de resolvê-las. Um novo enfoque da humanidade, a reforma e a redescoberta de nossa capacidade — esse tipo de revolução humana individual é o que possibilita a mudança efetiva e o desenvolvimento em escala global. (TC, ed. 410, out. 2002, p. 6)

A editora e suas demandas também foram criadas por pessoas. A partir da percepção de um buda, portanto, somos capazes de promover “a reforma e a redescoberta” de nossa capacidade individual, e traçar um novo rumo — não com base em experiências passadas, mas de uma percepção muito mais ampla.

Há três meses, cada um de nós está realizando os trabalhos de casa. E se você está lendo esta crônica é porque deu certo!

Juliana Ballestero Sales Vieira Kamiya

Redação

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