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Relato

Um homem e a grande missão de expandir a Lei

Um sonhador: “Não é mania de grandeza, não! Aqui o campo de atuação é muito vasto, basta acreditarmos que é possível e incentivar os jovens a atuarem com esse mesmo espírito e determinação”. Assim ele define sua missão: espalhar as sementes do Budismo de Nitiren Daishonin para cem municípios da região do Amazonas até 2010, cinqüentenário do Kossen-rufu do Brasil. Sua teoria é simples e encorajadora: “Eu, como cada um de vocês, possuo uma missão. Ninguém, senão eu, pode levá-la à plena realização”. Propagar a Lei Mística é sua missão como um profundo agradecimento pelo seu crescimento pessoal e profissional. “Tudo o que eu sou e tenho na vida, é graças ao que aprendi ao me desenvolver com a organização.” Este é Tasuke Igawa, responsável pela RE Norte, da Subcoordenadoria Norte da CRE — um homem que, com sua determinação, vem transformando o cenário da região do Amazonas.

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15/07/2006

Um homem e a grande missão de expandir a Lei
A história da família de Tasuke Igawa é parecida com a de muitos imigrantes japoneses que depositaram nas terras brasileiras a esperança de um futuro melhor. A família de Igawa deixou o Japão e veio para o Brasil quando ele tinha 5 anos de idade. Eles desembarcaram na região Norte do país e iniciaram um intenso trabalho na agricultura. O objetivo era conseguir uma boa quantia de dinheiro e retornar ao país de origem: uma idéia que a cada dia perdia o sentido devido ao crescimento e desenvolvimento da família.

Aos 10 anos, Tasuke queria saber mais sobre os mistérios que envolviam a vida. A educação em casa restringia-se ao trabalho, mas o convívio com outras crianças o fez buscar novos conhecimentos. Nessa época, ele foi estudar em um seminário. “Tudo era novidade para mim. Queria conhecer a vida e seus enigmas. O seminário foi uma oportunidade de investir nos estudos.”

Em 1964, a doença gerou grandes preocupações à família. O pai de Tasuke, Noboru, teve de fazer tratamento na cidade de São Paulo para curar a tuberculose. No entanto, antes de embarcar para a capital paulista, foi ao seminário despedir-se de Tasuke.

“Esse episódio foi marcante, pois papai não conseguia se recuperar de forma alguma. No hospital, ele recebeu uma carta de uma irmã que morava no Japão. Ela lhe ensinou a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo. Sem muitas esperanças, ele aceitou o conselho e iniciou a recitação de Daimoku no leito do hospital. Os médicos e as enfermeiras achavam que estava enlouquecendo, pois recitava Daimoku com tanta convicção que chamava a atenção das pessoas. “Pouco tempo depois, meu pai estava completamente curado para o espanto de todos nós. Assim que voltou para casa, ele se converteu ao budismo e ensinou o mantra aos meus avós. Eles passaram a recitar Daimoku juntos. Algum tempo depois, observando as mudanças no marido e nos sogros, minha mãe também se converteu.” Nas férias, Tasuke apenas observava a atitude dos pais e dos avós, mas não sentia o desejo de juntar-se a eles. Em 1965, a família Igawa consagrou o Gohonzon em sua residência.

Em 1971, o colégio de seminaristas onde Tasuke estudava fechou e e ele voltou para casa. Mais uma vez estava diante da forte convicção dos familiares em relação à prática budista. Pensando no seu futuro, o pai de Tasuke o encaminhou para estudar na cidade de Belém e se hospedar na pensão de uma conhecida da família. “Era evidente o desejo do meu pai em me ver seguindo a filosofia budista, direcionando-me a conviver com outros praticantes. A estratégia dele deu certo, pois o primeiro contato que tive na pensão foi com um jovem praticante. Ele recitava o Gongyo e Daimoku com tanta sinceridade, convicção e uma postura exemplar diante do Gohonzon que me impressionou. A partir daquele dia, iniciei a recitação de Daimoku e nunca mais deixei de realizar a prática da fé, sempre muito incentivado por esse novo amigo.

O despertar para a missão

Tasuke dedicou-se à leitura da liturgia do Budismo de Nitiren Daishonin e passou a freqüentar as reuniões na cidade de Belém. A Divisão Masculina de Jovens forjou Tasuke na prática da fé. “Aprendi muito com meus companheiros e veteranos e devo tudo que tenho na minha vida a esse treinamento. Recitávamos horas consecutivas de Daimoku juntos. Fui contagiado por aquela energia, aquele carinho e cuidado com as pessoas. Foi ali, naquele treinamento, que percebi como é nobre a missão de cada indivíduo.”

Tasuke ia se envolvendo cada vez mais com os membros da organização e dividia seu tempo entre os estudos e as atividades. Meses depois, foi aprovado no curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará e comemorava a primeira grande vitória de sua vida, agradecendo aos companheiros os constantes incentivos.

Tasuke era um rapaz tímido, mas muito observador, que desafiava superar suas limitações. “O fato de ser tímido forçava-me a dedicar ainda mais nos estudos, pois já possuía um cargo de responsabilidade. Tinha de ser direto ao transmitir os discursos do presidente Ikeda. Também tinha benefícios pessoais para contar, e fui desafiando minha atuação nas atividades até eliminar essa barreira.”

Nos fins de semana, viajava pelas pequenas cidades do estado para falar sobre a filosofia budista, estreitava os laços de amizade e conquistava a confiança de seus membros. Ao terminar o curso de graduação, foi o momento de procurar emprego e começar sua trajetória profissional. Auxiliado pelos amigos, começou a trabalhar numa empresa multinacional no ramo de madeiras.

“Meu ingresso nessa empresa foi um dos maiores desafios de minha vida. Sempre fui um jovem pacato e trâqüilo.Fui contratado para serviços gerais e muitas vezes tive de enfrentar o trabalho braçal e passar por situações humilhantes. Nesses momentos, encontrava forças num trecho de um discurso do presidente Ikeda no qual ele nos desafiava a não esmorecer diante das situações difíceis. Muitas vezes chorava sozinho, mas não poderia deixar de corresponder à confiança que os jovens depositavam em mim. Suportei, sem esmorecer, como incentivava o mestre.”

Um ano depois, foi indicado para trabalhar em outra multinacional e assumir um cargo de chefia. Novamente, Tasuke estava diante de uma vitória em sua vida. “Foi uma fase difícil, mas comprovei as palavras do meu mestre na prática. Era um novo passo em minha vida acompanhado de um novo desafio como líder da DMJ da minha localidade.” Os veteranos o aconselharam: era momento de constituir sua família.

Nas atividades, Tasuke conheceu Sônia. “O que sempre chamou a atenção na Sônia foi sua determinação e perseverança. Ela é uma batalhadora, isso sempre me impressionou, pois eu sempre fui um rapaz mais tranqüilo. Encontramos o equilíbrio. Para selar essa união tivemos dois filhos, Thaís e Tassiu Koiti. O que eu mais admiro em meus filhos é a pureza dos sentimentos, o coração puro e a maneira com que eles prezam as pessoas. Minha família é meu grande tesouro. Sou um afortunado.”

A grande correnteza da esperança

Tasuke trabalhou por dez anos na multinacional, e depois passou a gerenciar uma outra empresa. Em 1996, abriu seu próprio negócio no ramo agropecuário. Paralelamente ao seu crescimento profissional, ele foi nomeado responsável pela RE Norte, que abrange os Estados do Pará e Amapá. “É uma responsabilidade muito grande e mais uma vez meu campo de atuação se expandiu e eu tinha um novo desafio nas mãos: propagar o Budismo Nitiren e cuidar da melhor forma dos membros da minha região.” Um novo desafio, e segundo ele, o maior de sua vida: construir o Centro Cultural do Norte do Pará. “Foram quase quatro anos de desafios, diálogos e incentivos para conscientizar os membros da importância daquela obra para a nossa região. Era uma atuação na qual todos eram muito importantes. Minha maior satisfação foi ver o brilho nos olhos de cada um dos nossos membros no dia da inauguração. Uma vitória de todos! Uma comprovação do nosso empenho.”

Um dos principais direcionamentos dos integrantes da BSGI da região norte do Brasil está baseado no poema A Longa e Distante Correnteza do Amazonas, dedicado especialmente pelo presidente da SGI, Daisaku Ikeda, em 1997. A partir do segundo semestre de 2006, a Divisão dos Jovens da localidade, com base nos ensinos dos veteranos, nas diretrizes da BSGI e nos discursos do presidente Ikeda, iniciará um novo movimento de expansão da prática budista na região, liderados por Tasuke.

“Oh! Meus jovens / Que bailam em chão brasileiro / Sejam majestosos como o Amazonas / Sejam imponentes como o Amazonas / E construam o grande rio do eterno Kossen-rufu / Como o Amazonas / Que nunca conheceu a interrupção.” — Segundo Igawa,“é com essa mesma convicção descrita pelo mestre que eu assumo a minha missão de propagar a Lei nesta terra amada como um valor imensurável para o mundo. Receber o nosso mestre é o nosso maior desejo. Estaremos sempre nos empenhando para corresponder aos seus anseios”.

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