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Crônica

As mãos que amparam

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01/02/2021

As mãos que amparam

Completa falta de equilíbrio, os pés não conseguem se plantar no chão com firmeza, nem de uma só vez; a cabeça tem um gingado que compromete o controle do restante do corpo; e os braços bem abertos buscam estabilidade.

O terreno também não é favorável, tem cachorro, chinelo, brinquedos. Os adultos querem ajudar e, por essa razão, gritam: “Vem, vem”. “Devagaaar”. Em volta, um ampara daqui, o outro dali. Ele não quer que segure sua mão. Finalmente, o bebê conseguiu dar os primeiros passos.

Meu sobrinho completou 1 ano de vida e já se foram muitos dos seus primeiros feitos, inclusive os passos. Eu seguraria sua mão pelo resto da vida para que ele nunca caísse, nem sequer tropeçasse. Mas isso já não é mais possível. Eu mesma, adulta, continuo caindo de vez em quando e meus joelhos guardam as marcas das vezes que menos doeu.

Na caminhada da vida, não conseguimos evitar algumas quedas. É dessas que quero protegê-lo. O que me ampara nas trombadas, nos encontrões, nos tropeções, nos tombos, por assim dizer, e me faz levantar e seguir sempre em frente todas as vezes são a Gakkai e os incentivos do Mestre.

Ikeda sensei afirma: “Diz-se que o ideograma tomo, ‘amigo’ em português, é a representação gráfica de duas mãos que se unem, indicando pessoas que possuem ligação de vida a vida. Portanto, união Soka é aquela que cria valor, de mãos dadas” (Brasil Seikyo, ed. 2.347, p. 12 nov. 2016, p. A2).

Por isso, enquanto meu sobrinho me permitir, estaremos sempre de mãos dadas. Minhas mãos não só o ampararão, como ficarão unidas em oração para que se torne um grande valor humano que lute pelo kosen-rufu, e o guiarão para que ele sempre esteja de mãos dadas com Ikeda sensei.

Juliana Ballestero Sales Vieira Kamiya

Redação

Nota:

1. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 15, p. 245, 2019.

2. Brasil Seikyo, ed. 1.912, 20 out. 2007, p. A2.

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