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Potencial humanístico
11/06/2020
Em agosto de 1976, foi publicado um diálogo entre o líder da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, e o renomado escritor francês, ativista e intelectual André Malraux, intitulado Mudanças Internas: A Revolução Humana e a Condição Humana — um brado para promover a transformação de cada indivíduo. Nesta edição, você confere trechos da conversa entre os dois, que antecedeu a veiculação do livro, publicados no romance Nova Revolução Humana.
Criar a paz
Malraux depositava grande esperança no presidente Ikeda e o incentivava a trazer à atenção das nações mundiais aos problemas globais. Isso porque tinha uma clara percepção da situação da sociedade e das ameaças a serem enfrentadas pela humanidade.
Os dois se encontraram no Japão em maio de 1974. E no ano seguinte, o líder da SGI visitou Malraux em sua casa na França, onde tiveram um diálogo aberto e produtivo.
“Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo de Daisaku Ikeda na NRH] perguntou a André Malraux se ele se sentia otimista ou pessimista em relação ao século 21. Malraux respondeu: ‘Na perspectiva das circunstâncias atuais, não saberia dizer’. E acrescentou: ‘Acredito que o século 21 trará algo muito diferente — algo incompreensível pelos parâmetros de nossas experiências anteriores. Trará um tipo de revolução espiritual’.
Shin’ichi esclareceu sua postura em relação ao futuro: ‘A meu ver, o verdadeiro objetivo de se refletir sobre o futuro não repousa meramente em imaginar como ele poderia ser, mas determinar o que faremos a respeito disso. A atitude de cada indivíduo em relação à vida reflete-se em seu ser como um todo, influenciando a época e, por fim, afetando a história. Acredito que um novo caminho se abre dessa forma. Por conseguinte, o futuro reside no coração de cada um de nós que vivemos hoje e em nossas ações diárias’.
O futuro existe dentro das atitudes que mantemos. Não é um sonho cor-de-rosa garantido que se concretizará sem esforço algum de nossa parte. Continuará sendo apenas fantasia, a não ser que nos esforcemos para torná-lo realidade. Tampouco o futuro será necessariamente obscuro e sombrio — essa visão é produto da passividade e da recusa de se empenhar por algo melhor.
Devemos analisar o presente com clareza e objetividade, visualizar o futuro que desejamos e, então, agir para convertê-lo em realidade. Precisamos nos esforçar ao máximo, confiando na força da nossa vida e no potencial intrínseco da humanidade.
O budismo é um ensinamento que extrai o potencial ilimitado que cada um possui.” (NRH, v. 24, p. 11 e 12)
Criadores da civilização
Àquela altura, Shin’ichi e Malraux concordaram que o mais importante de tudo é o ser humano.
“Malraux perguntou: ‘Em sua opinião, quais são as qualidades essenciais do ser humano?’.
Shin’ichi respondeu: ‘A forma como nós, seres humanos, vivemos e nossa capacidade de nos transformar. Ao nos referirmos à natureza da civilização, na realidade, estamos falando da natureza dos seres humanos, os criadores da civilização’.
Shin’ichi também salientou a necessidade da revolução humana: ‘Por exemplo, num mundo como o nosso, quando os problemas de uma região ou país rapidamente se transformam em problemas mundiais, não podemos nos dar ao luxo de continuar nos preocupando apenas com nossas próprias questões. Para desenvolvermos o tipo de caráter que nos permita ter empatia pelos sofrimentos dos outros e empreender as ações apropriadas, devemos nos empenhar incansavelmente para nos transformar a partir de dentro. Acredito que essa seja a única saída para o atoleiro de problemas com que nos defrontamos hoje’. (...)
Malraux sorriu e assentiu com a cabeça diante de Shin’ichi quando este declarou sua filosofia e crença com tamanha firmeza e convicção. ‘Espero que o faça’, disse ele.” (Ibidem, p. 12)
Shin’ichi estava determinado a fazê-lo, empreendendo o máximo esforço em ações concretas para transformar a sociedade, a época e abrir caminho para um futuro esperançoso.
Aprenda com a NRH:
Utilizamos trechos do capítulo “Ode às Mães”, do volume 24, da Nova Revolução Humana, publicado pela Editora Brasil Seikyo.
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